Do Amor

Desenho de Em@ (sépia e sanguínea)

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A duas mãos

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I

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O sonho galgou

a margem de um salto

e veio para a rua

ao encontro dos meus braços.

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Era Agosto em mim

e o sol brilhava-me nos olhos...

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Apertei-te no meu peito incandescente

e aqueci-te tirando o frio

que te gelava os ossos.

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Já não há sombras

nos teus olhos

e o teu sorriso é tão grande

que me vejo no espelho dos teus dentes.

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Em@

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II

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Não me perguntes

qual de nós dois é afluente.

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Bem sabes que ocupas agora

a casa do sonho

no meu coração

de pássaro ansioso

por novos horizontes.

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E como quem descobre

o azul no peito magoado

assim eu acordo

nos teus lábios

pela frescura das manhãs.

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Francisco Rosado