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Na pele da língua
nascem as palavras
que alimento
numa grafia redonda
as mensagens
que escrevo na areia.
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Depois o mar
enrola-as muito bem
e
nascem
pedrinhas roladas
e
conchas vazias
que eu escolho e recolho
atentamente.
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Em@
a preto e branco ou a cores
A poesia e a pintura de mãos dadas.
ResponderEliminar.
Gostei.
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E o seu poema fez-me ir procurar um de Vera Duarte que partilho consigo:
Ilha
Disseste-me que
----------para lá da ilha
----------só existe a poesia
(notre vraie patrie après l'île)
E acreditei.
(...)
Juntei então
----------toda a areia do deserto
----------e construí
-----------------grão a grão
Um palácio imenso e deslumbrante
----------onde me refugiei.
Juntei então
Toda a água do oceano
E cerquei o meu palácio
do mar mais profundo
que algum dia existiu.
Juntei então
---------- o azul de todos os céus
---------- e cobri o meu palácio
da abóbada mais celestial
que a natureza pintou.
Habitante do paraíso
só me restaria ser feliz
e construir a memória do esquecimento.
Faltou-me contudo
a PALAVRA.
Sem a palavra
a ilha não existe.
Sem a ilha
não existe o poema.
Sem o poema
ilha é exílio.
Vera Duarte - « Preces e Súplicas ou os Cânticos da Desesperança »,.
Poetisa de Cabo Verde
Muito bem-vindo Raul Martins.
ResponderEliminarE obrigada pelo poema que me trouxe. Desconhecia esta poeta (isa). E gostei do poema.Vou procurar saber + sobre ela e a sua poesia.
Ahhh e Também gostei que tivesse gostado do que faço.
Volte sempre :))