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quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

FELIZ ANO DE 2010!

Para todos os meus leitores, que deixam pegadas visíveis ou não, aos bloggers, aos meus AMIGOS, aos que amo, votos de um ano onde impere a Saúde, a Paz, a Solidariedade,o Amor+Amizade e alguns €€€€ para tornar tudo mais agradável. (Claro que os votos são alargados aos que vocês amam e vos amam...)
Deixo-vos este belíssimo texto do Carlos Drummond de Andrade, um dos meus favoritos de entre os escritores, cronistas e poetas lusófonos.
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Obrigada Marise von por mo ter recordado!.
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FELIZ OLHAR NOVO
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O grande barato da vida é olhar pra trás e sentir orgulho da sua história. O grande lance é viver cada momento como se a receita da felicidade fosse o AQUI e AGORA!
Claro que a vida prega peças. É lógico que, por vezes, o bolo sola, o pneu fura, chove demais. Mas... Pensa só: tem graça viver sem rir de gargalhar pelo menos uma vez ao dia? Tem sentido ficar chateado durante o dia todo por causa de uma discussão na ida pro trabalho? Tá certo, eu sei, Polyanna é personagem de ficção, hiena come porcaria e ri, eu sei. Não quero ser cego, burro ou dissimulado. Quero viver bem. 2009 foi um ano cheio. Foi cheio de coisas boas e realizações, mas também cheio de problemas e desilusões... Normal.
Às vezes se espera demais das pessoas... Normal. A grana que não veio, o amigo que decepcionou, o amor que acabou...Normal. 2010 não vai ser diferente.
Muda o século, o milênio muda, mas o homem é cheio de imperfeições, a natureza tem sua personalidade que nem sempre é a que a gente deseja,mas e aí? Fazer o quê? Acabar com o seu dia? Com seu bom humor? Com sua esperança? O que eu desejo pra todos nós é sabedoria, é que todos nós saibamos transformar tudo em uma boa experiência!
Que todos consigamos perdoar o desconhecido, o mal educado. Ele passou na sua vida. Não pode ser responsável por um dia ruim. Entender o amigo que não merece nossa melhor parte. Se ele decepcionou, passa pra categoria 3, a dos amigos. Ou muda de classe, vira colega. Além do mais, a gente, provavelmente, também já decepcionou alguém. O nosso desejo não se realizou? Beleza, não tava na hora, não deveria ser a melhor coisa pra esse momento (me lembro sempre de uma frase que adoro: 'Cuidado com seus desejos, eles podem se tornar realidade').
Chorar de dor, de solidão, de tristeza, faz parte do ser humano. Não adianta lutar contra isso. Mas se a gente se entende e permite olhar o outro e o mundo com generosidade, as coisas ficam diferentes...
Desejo pra todo mundo esse olhar especial. 2010 pode ser um ano especial se nosso olhar for diferente. Pode ser muito legal, se entendermos nossas fragilidades e egoísmos, e dermos a volta nisso.
Somos fracos, mas podemos melhorar. Somos egoístas, mas podemos entender o outro. 2010 pode ser o bicho, o máximo, maravilhoso, lindo, maneiro, especial...
Pode ser puro orgulho. Depende de mim! De você! Pode ser. E que seja!!!
"Que a virada do ano não seja somente uma data, mas um momento para repensar tudo o que fizemos e que desejamos, afinal sonhos e desejos podem se tornar realidade somente se fizermos jus e acreditarmos neles!"

Carlos Drummond de Andrade



Desconheço o(a) autor(a) da imagem
Obrigada Marise, mais uma vez.

Parabéeeeeeeeeens, Goodlife!

Quem faz ano hoje? Quem?
O meu amigo V.B. ;)
Goodlife, muitos parabéns pelo teu dia de hoje!
Honras à vida man! Tua e nossa!
E agora que já estás um senhor (cof..cof..cof...), passa para aqui os comentários que fazes em off. e torna-te meu seguidor público:))) . Vá láaaaaaaaaaa!
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As maiores felicidades e, força aí, que ainda temos uma luta pela frente.
Espero que gostes do mimo: "One Love" interpretada pelos músicos do "Playing for Change".
É altura de nos unirmos todos como raça humana.
Abraço

A árvore

Pintura de Em@ (aguarela com textura)
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Como a árvore solitária
num parque
.
Na solidão dialogamos
com o silêncio
secretamente
e
diluímos a nossa presença
entre os outros.
.
Em@

Bom dia!


Fotografia de Em@

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Uma simpatia muito antiga...
Querem ter dinheiro o ano inteiro?

Então, amanhã à 1/2 noite, ou à volta dela, façam um embrulhinho de folha de alumínio com 12 bagos de romã. Ponham-no no vosso porta-moedas ou carteira. Deixem-no ficar lá o 12 meses do ano e não vos faltarão os €€€ necessários para tocar o vosso barco para a frente... :)))

É de graça. :)

Apeteceu-me



Nota: Uma sugestão do Paulo Condado. :)))

Da Educação

Como é do conhecimento geral o ME não chegou a acordo com os sindicatos dos professores na reunião que teve lugar hoje.
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Posição da FENPROF
Sem que os bons professores atinjam o topo da carreira NÃO HÁ ACORDO COM O M.E.
Na reunião realizada a 30 de Dezembro entre o Ministério da Educação e a FENPROF foi analisado, ponto a ponto, a contraproposta negocial enviada ontem ao Ministério da Educação. Verificou-se abertura, por parte do ME, para, no âmbito de um acordo global de princípios, nenhum docente que se encontra no sistema ter de se sujeitar à prova de ingresso na profissão, serem introduzidas alterações no modelo de avaliação proposto e serem corrigidos aspectos do regime de transição entre carreiras de forma a evitar distorções e ultrapassagens nessa mesma transição.
Foi ainda manifestada disponibilidade para, em sede de revisão do ECD, serem alterados outros aspectos, nomeadamente os relacionados com horários de trabalho.
Contudo, aspecto essencial, o ME não admitiu que todos os bons professores, assim considerados por serem classificados com a menção de Bom em sede de avaliação do seu desempenho, atinjam o topo da carreira o que, para os professores, é inaceitável. Por esse motivo, a FENPROF nunca aceitará qualquer acordo que não garanta que os professores avaliados com Bom atinjam o topo da carreira. Depois de um grande debate em torno desta matéria, o ME solicitou a disponibilidade da FENPROF para uma nova e última ronda negocial, comprometendo-se a apresentar um novo texto sobre as questões em debate. Uma proposta que a não garantir de que todos os bons professores atingirão o topo da carreira, não merecerá o acordo da FENPROF.

Nova reunião a 7 de Janeiro

A FENPROF disponibilizou-se para essa reunião que foi marcada para o próximo dia 7 de Janeiro, a partir das 9.30 horas, considerando-a a derradeira oportunidade para o ME dar os passos necessários à construção dos consensos indispensáveis para a existência de acordo.
Mantendo-se o desacordo entre as partes, a FENPROF não irá requerer qualquer negociação suplementar, pois isso seria uma pura perda de tempo.
A manter-se o desacordo, fruto da falta de vontade política do Governo para solucionar este problema que criou com os professores, a FENPROF dirigir-se-á, de imediato, à Assembleia da República no sentido desta assumir responsabilidades que, então passarão a ser suas; convidará todas as organizações sindicais de docentes para uma reunião onde, entre outros aspectos, se faça o balanço do processo fracassado e encontrem formas de acção convergentes; orientará a sua acção para a as escolas e os professores promovendo a sua mobilização com vista ao prosseguimento de uma luta que se iniciou há cerca de dois anos e meio.

O Secretariado Nacional da FENPROF
30/12/2009

Daqui: http://www.fenprof.pt/?aba=27&cat=34&doc=4396&mid=115

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

10 100 visitas

Fotografia de Anabela Magalhães.

Tchim... Tchim...

Um agradecimento, reconhecido, a todos os visitantes e leitores pela sua cortesia e amizade, tanto no trato como no estar.

Bem hajam.

Nota: Muito obrigada à Anabela por me ter cedido a fotografia.É uma honra comemorar com a ajuda dela...afinal ela é a minha madrinha blogguer (bloguista).


Da Educação

Manif - 14 de Abril de 2008 - Porto
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães

Eu Não!

Eu não... eu não... eu não...
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Nota: Gostei tanto que rebloguei do blogue da Anabela Magalhães: http://anabelapmatias.blogspot.com/2009/12/eu-nao.html
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Muitos thankiús, Miga!

Da Educação

Acordo? Nãaaaaaaaaaaaaao!

FNE rejeita acordo com Governo sobre avaliação e carreira docente
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O Ministério da Educação e a Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (FNE) não chegaram a acordo sobre as alterações a introduzir no estatuto da carreira docente e na avaliação de desempenho, anunciou hoje o secretário-geral da organização sindical.
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Daqui : FNE rejeita acordo com Governo sobre avaliação e carreira docente ´
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Nota:
Ora, se a Fne não assina, muito menos, a meu ver, a Fenprof assinará. Será que algum dos outros mais pequeno assina? Não me cheira. Mas...

Caminhos floridos

Pintura de Em@ (aguarela-texturas)
.
Quando chove
dentro de mim,
guardo-me no silêncio
e
deixo florir os caminhos
dos pincéis
com que pinto.
É assim que limpo
as areias
que me ferem os olhos.
.
Em@

Bom dia!

Fotografia de Em@
.

Sorriam!
Um sorriso faz toda a diferença,
para quem sorri
e
para quem vê o sorriso...
.
:))

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Da educação

Público - Bloguista prevê "uma guerra civil de baixa intensidade"
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Nota:Para ler o artigo é só carregar em cima do link.
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Caríssmos(as):
Lamento reafirmar que a guerra civil há muito se instalou entre nós, professores.Começou com a anterior legislatura.E, apesar de terem acabado com a figura do(s)Titular(is)e aparentemente sermos, agora, todos iguais (?) no fundo, no fundo, estamos na mesma!
Quem se animou com a substituição da ministra de má memória, deve já ter visto, que se animou cedo demais.
Vamos, de certeza, continuar a desgastar-nos, a afogar-nos em papel e...a perder as forças,o alento e a paixão que tinhamos em ensinar, em guerras, guerrinhas e competições mal direccionadas.
Apetece-me dizer: Porca miséria!
e
Apeteceu-me, ainda, apesar de já não ser Natal, completar com o cartoon do colega Antero : http://antero.files.wordpress.com/

Apeteceu-me



A imagem não tem qualidade.
Mas fechem os olhos e deixem-se embalar. Dancem. Uma dançoterapia caseira.:)

Bom dia!

Fotografia de Em@

.

Que o dia vos seja tão leve
como a brisa do mar
num dia de verão!
.
Em@


segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

O Amanhã a duas mãos

Fotografia de Em@
.
Há sempre Esperança
de que o Amanhã
seja diferente.
Luta-se por isso,
sonha-se com isso,
vive-se para isso.
Mas, quando o véu
do Amanhã se levanta,
a única coisa
que mudou,
foi a intensidade
da desilusão...

-Porque será
que o Amanhã
é sempre
mentiroso?

EM@

O Amanhã é mentiroso
porque desditoso,
de votos, de sentidos,
de promessas na hora.
Depois tudo esmorece,
porque o homem esquece,
e o que ele tece
são agonias totais,
misérias de vidas,
Invernos reais.

maria eduarda

Dclaração de Afe(c)to


Declaração de Afeto

A amizade é um sentimento, que chega devagarzinho
pelos atos, pelo carinho, pela lembrança...
E na net não é diferente,
você visita um dia um blog, gosta, volta...
E assim vai crescendo o número de amigos,
das atenções recebidas e dos carinhos ganhos.


Recebi esta linda declaração de afe(c)to da Marise von do blog http://filosofarpreciso.blogspot.com/. Não alterei o texto que está em Português do Brasil, porque o acho bonito demais.

Quero presentear com esta declaração algumas pessoas que marcaram a sua passagem, não só aqui no blog, mas, também, na minha vida.

*Flávia Teodorico

*Miguel Loureiro do blogue http://rcpvarzim.blogspot.com/

* Paulo Condado

* Beta (bruxinha Bé)

* Cristina Ribas (também no/do blogue http://www.profblog.org/

* Aida Beirão

* Anabela Magalhães do blogue homónino http://anabelapmatias.blogspot.com/

* Dudú do blogue http://lendosempre.blogspot.com/

* Elsa D do blogue http://olhaiosliriosdacampos.blogspot.com/

* Adaír Carvalhais Júnior do blog http://biografiaadair.blogspot.com/

* Cláudio J. Gontijo do blog http://vervida.blogspot.com/

*Eduardo Marculino do blog http://historianovest.blogspot.com/

* Ricardo Pinto do blogue http://conversacomricardopinto.blogspot.com/

* Ramiro Marques do blogue http://www.profblog.org/

* Elenáro do blogue http://desvarios-de-um-louco.blogspot.com/

* AL do blogue http://o-vento-que-passa.blogspot.com/

*Angel(inh)o Ochoa www.angeloochoa.net

Eu acredito que, nos afectos, quem dá recebe. :)))

Selo: Este blog é super fofo!!

Selo criado por Louise

Recebi este selo da Marise Von do blog http://filosofarpreciso.blogspot.com/.
Este selo foi criado pela sua filha Louise.

Reportando-me às regras a que obedece a entrega deste selo:

1- Dizer 2 coisas fofas:
Amo-te ou amo você
Gosto de ti ou gosto de você

2 - Indicar 3 pessoas ou blogs:

* Anabela do blogue http://anabelapmatias.blogspot.com/
* Dudú do blogue http://lendosempre.blogspot.com/
.
(E eu acrescento, da minha lavra,(me desculpem Marise e Louise) 3 amigos especiais:
.
* Miguel Loureiro do blog http://rcpvarzim.blogspot.com/
* Flávia Teodorico
* Paulo Condado

3 - Comentar nos blogs dos indicados.
~
Dois dos meus amigos especiais não ttêm blog, mas têm 'méle' :))))
Nota:
Muito obrigada Marise pela distinção.
Louise o selo está *****

domingo, 27 de dezembro de 2009

As barreiras que o Paulo já venceu

Vamos falar ou, pelo menos, reflectir sobre as Inteligências Múltiplas?

Deram voz ao Paulo
Na Blogosfera:
Jim Fruchterman,http://benetech.blogspot.com/2008/07/austria-conference-on-access-technology.html , 17 de Julho de 2008
Nota: Jim Fruchterman (vencedor do prestigiante prémio MacArthur em 2006) elogiou o software EasyVoice no blog da Benetech.

Anabela Magalhães,
http://anabelapmatias.blogspot.com/2009/11/outros-muros.html
Em@, http://emapretoebrancoouacores.blogspot.com/2009/11/muro.html

Na Imprensa Portuguesa:
1 - Teresa Santos,http://www.tvi24.iol.pt/geral/skype-easy-voice-telefone-computador-deficiencia-portugal/1110072-5238.html, em 14 de Dezembro de 2009

2- Ana Sofia Rodrigues, RTP 1, 13 de Dezembro de 2009



3-Maria Augusta Casaca, http://tsf.sapo.pt/PaginaInicial/Vida/Interior.aspx?content_id=1437919 , TSF, 3 de Dezembro de 2009.

4-Susana Esteves, http://www.pcguia.xl.pt/1109/profissional/100.shtml,revista PCGuia, Novembro, 2009

5- Fernanda de Oliveira Ribeiro e Luís Pinto





Página pessoal do Paulo Condado:
http://w3.ualg.pt/~pcondado/

Bom dia!

Fotografia de Em@


Novas do Paulo Condado

Aqui há tempos, trouxe até vós a história de vida do Paulo Condado e fi-lo por duas razões. A primeira por ser um exemplo para todos nós: não é comum, no nosso País, um jovem portador de paralisia cerebral fazer um doutoramento. Aliás, ele é o único! E, ainda por cima, desenvolveu um sistema informático -o EasyVoice - que permite a pessoas com deficiências na fala, efectuarem chamadas telefónicas, utilizando uma voz artificial gerada pelo computador.
A segunda razão prendia-se com a urgência de resolver a situação laboral do Paulo, que se encontrava desempregado.
O sonho do Paulo é fazer uma carreira de investigação na área das acessibilidades e assim poder ajudar muitos outros deficientes.
Mas a lei impede-o.
Porquê? Porque para se ser investigador tem que ser professor universitário. E isto é uma situação que o Paulo põe de parte, pois acha que os alunos teriam dificuldade em percebê-lo.E acha bem.
Outra hipótese era sê-lo através de uma bolsa de pós-Doutoramento por um período curto de tempo: 3 anos. Período este que pode ser renovado por um máximo de mais 3. Contudo, esta situação, como é de fácil conclusão, não lhe dá qualquer estabilidade de vida.

Neste momento posso adiantar que, finalmente, o Paulo conseguiu uma bolsa da Fundação para a Ciência e Técnologia(FCT)que lhe permitirá fazer o sempre quis durante os próximos 3 anos.

Depois? Depois temos que o ajudar na luta para tornar mais acessível o sonho dele.E isso terá que passar por a lei passar a contemplar uma situação de excepção para pessoas como o Paulo.
Tenho a ceteza de que se conseguirá unir muitas vontades para ajudar o Paulo a vencer mais esta barreira.

Pode interessar reler:
http://emapretoebrancoouacores.blogspot.com/2009/11/muro.html

sábado, 26 de dezembro de 2009

Este é o Caminho: Playing For Change



E porque gosto sempre, mutito, muito e muito...

Cartão de Boas Festas

Recebi, via e-mail, o meu cartão de Boa festas do Playing for Change e diz assim:

Season's Greetings!
We wanted to take a moment and thank you from the bottom of our hearts for being a part of the Playing For Change family. Together we have shared a lot of music, videos and insight into the power of music to unite us all and help us make the world a better place. This is just the beginning!!

We wish you all a happy and healthy New Year and look forward to continuing this journey of connecting the world through music together in 2010. A friend recently shared with me a quote from a well known historic figure, and as a final thought of the year I pass it on to you:

“Behind the storms of daily conflict, crisis and struggle, it is the artist, and the poet and the musician that continues the quiet work of the centuries, building bridges of experience between peoples, and reminding us the universality of our feelings, desires, and despairs, and reminding us that the forces that unite are deeper than those that divide.”

One Love,
Mark Johnson

playingforchange.com
Flickr: flickr.com/playingforchange
Vimeo: vimeo.com/playingforchange
YouTube Channel: youtube.com/playingforchange

As minhas flores de hoje

Pintura de Em@
.
Plantei sóis
e
nasceram flores.
em campos de Inverno...
Flores do sol
para aquecer o frio.
.
Em@

Nota: Aprendi, online, uma nova técnica (para mim que sou, praticamente, uma autodidacta) de aguarela , com Maria José Barrera Garrido. Este foi o produto final.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Boa noite!

Fotografia de Em@

23 de Dezembro de 2009 - Aeroporto de Lisboa




E viva a inovação!
Obrigada Beta.

Apeteceu-me



A Anabela já postou este vídeo. Estive indecisa entre este e o de 2007 e, pront(us), hoje decidi-me por este. A música martelou-me na cabeça todo o santo dia e noite de ontem...
Espero que gostem,pelo menos tanto como eu. :)))

Eu conto-vos um conto... para reflectirem e sonharem.

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Fotografia de Em@



A Batalha de Natal

— Só mais seis dias — disse Neli.
Enquanto a filha tentava assobiar Noite Feliz, a mãe repetiu, pensativa, numa voz que não soava alegre:
— Ainda seis dias.
Após uma curta pausa, prosseguiu, suspirando:
— Se tudo já tivesse passado!
Com o assobio suspenso no ar, Neli olhou para a mãe com ar estupefacto:
— Não estás contente?
— Claro que sim, mas já estou pelos cabelos com esta agitação toda!
Como Neli não tinha aulas à tarde, foi patinar com uma amiga. Ao cair da noite, dirigiu-se ao supermercado onde a mãe trabalhava. Havia tanto movimento que o lugar mais parecia uma colmeia. A mãe estava sentada numa cadeira giratória, diante de uma das seis caixas registadoras. Os produtos chegavam-lhe num tapete rolante. Enquanto a mão direita marcava os números no teclado, a mão esquerda rodava as embalagens para que a máquina pudesse ler os códigos. Finda a operação, os produtos eram colocados, um a um, no carrinho de compras. Quando acabava de marcar tudo, a mão direita carregava na tecla do total e rasgava o talão, enquanto a esquerda afastava o carro cheio e puxava o próximo, vazio, para junto dela.
— Que bem fazes isso — dissera-lhe Neli uma vez. — Eu faria tudo devagar e, ainda por cima, metade saía mal.
— Ora — dissera a mãe a rir. — É uma questão de treino. Quando comecei, também não era assim tão despachada. Não encontrava a etiqueta com o preço e, muitas vezes, carregava nas teclas erradas. Como tinham de esperar, as pessoas resmungavam. Agora já quase consigo fazer isto automaticamente.
— Como um robô! — Neli riu-se.
E se tivesse um robô como mãe? Nunca teria dores de cabeça, nem à noite estaria tão cansada. Mas um robô não tem coração e, por isso, Neli preferia a mãe tal como era, mesmo quando, em certas noites, quase nem conseguia falar de tão cansada!
Só mais quatro dias.
Só mais três.
As filas nas caixas eram cada vez mais longas. As pessoas abasteciam-se de comida como se o Natal durasse meio ano. Com um ruído sibilante, as portas automáticas abriam e fechavam, abriam e fechavam. A mãe sentia nas costas a corrente de ar e os cartões pendurados no tecto balançavam de um lado para o outro.
Um sino de Natal, por cima da cabeça da mãe, tinha escrito a vermelho: PROMOÇÃO: Bombons, 250 gr, a preço especial.
Perto dele balançava um anjo de papel com uma faixa nas mãos, como nas igrejas, mas onde não estava escrito Paz na terra aos homens de boa vontade, mas sim Fiambre para o Natal a 15,80€/kg.
Os altifalantes debitavam música de Natal:
Noite feliz…
Cabeça de anho
Noite feliz…
Descafeinado
Papel higiénico de três folhas
O Senhor…
Lenços com monograma
Mostarda
Nasceu em Belém…
A mãe suspirava e, com um movimento rápido, limpava o suor do lábio com as costas da mão. Os clientes, impacientes, esperavam, apoiando-se ora numa, ora na outra perna. De olhar ausente, nem olhavam para a senhora da caixa, pensando apenas no regresso a casa com os sacos pesados e o eléctrico cheio.
Ufa!
Só mais três dias, e acabaria tudo.
— Vou fazer um jantar como o do ano passado — disse a mãe, à noite, virando-se para Neli. — Patê em folhas de alface, porco assado, batatas fritas, feijão e, para sobremesa, creme de chocolate de lata com peras.
No dia 24 de Dezembro, a loja só estava aberta até às quatro horas da tarde. Em seguida, os empregados podiam comprar, com um desconto de 15%, os produtos que tinham sobrado. A mãe de Neli achava que valia a pena e, por isso, tinha guardado as compras maiores para essa altura: uma pasta escolar para Neli, uma boneca, lápis de cor, um anoraque para o pai, e a comida para a ceia de Natal.
Na sala do pessoal, houve um lanche para todos os empregados.
— A batalha de Natal foi mais uma vez vencida — alegrou-se o chefe do pessoal, que proferiu mais umas palavras elogiosas.
Depois foram servidos pãezinhos com fiambre e um copo de vinho a cada um.
Após o lanche, a mãe de Neli deixou ficar os gordos sacos de compras esquecidos na sala do pessoal. Só reparou quando já estava na paragem do autocarro. “As minhas prendas! Todas aquelas coisas boas para a ceia!”, pensou assustada.
Mas a loja já estava fechada e, antes do dia 27, não voltava a abrir. Chegou a casa de mãos vazias.
Nessa noite, apesar de tudo, festejaram o Natal. O pai acendeu as velas da árvore de Natal e Neli recitou um poema. Só se lembrou das duas primeiras estrofes e depois encravou, mas a mãe achou-o muito bonito e o pai nem reparou que ainda continuava. O jantar foi mais curto do que o planeado. Por sorte, a mãe já tinha comprado o assado e havia batatas em casa, mas não houve entrada nem sobremesa. Trincaram nozes e comeram maçãs.
— Assim, não fico com o estômago tão pesado como no ano passado — disse o pai. — Comidas pesadas não me caem bem.
Também não havia muito que desembrulhar.
Por isso, sobrou tempo. Muito tempo.
Neli foi buscar o jogo “Memory” que recebera no Natal anterior. Durante o ano inteiro, esperara, em vão, todos os domingos, que alguém tivesse tempo para jogar com ela.
Agora, os pais tinham tempo.
O pai nunca tinha jogado “Memory”. Ao fim de algum tempo, Neli já tinha encontrado sete pares de cartas, a mãe três, e o pai, que geralmente queria ganhar sempre, procurava constantemente no sítio errado.
Tentava alguns truques, pondo, sem ninguém dar conta, migalhinhas de pão em cima das cartas que tinha decorado, ou pousava as mãos na mesa, de forma a que o polegar indicasse a direcção em que estava uma determinada carta. Mas Neli descobriu-lhe a jogada. Jogaram mais duas ou três vezes e o pai não se zangou por perder sempre. Depois, ainda jogaram o jogo do assalto.
À meia-noite, o pai apagou a luz e ficaram a olhar pela janela. A neve reflectia uma luz clara e ouviam-se os sinos a tocar.
— A esta hora, há quase dois mil anos, nasceu Jesus — disse a mãe, e Neli reparou que, afinal, a mãe estava contente por ser Natal.
Ao ir para a cama, Neli disse:
— Este foi um Natal muito bonito.
— A sério? — perguntou a mãe, admirada. — Mas não houve ceia nem prendas quase nenhumas.
— Mas houve muito tempo — respondeu Neli.

Jutta Modler (org.)
Brücken Bauen
Wien, Herder, 1987
(Tradução e adaptação)
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Bom dia

Fotografia de Em@
.
Desejo sinceramente que o saco tenha vindo cheio de Saúde, Amor, Paz e mais alguns €€€ para enfrentarmos estes tempos de incerteza e desconforto .
Um bom Dia de Natal.
.
Nota: Eu não gosto desta época,mas tenho muito próximo quem goste e que me mime com as novidades todas :), razão pela qual tenho muitos artefactos natalícios.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

"O Come All Ye Faithful"




Este videoclip é o que o David Fonseca fez, no ano passado, para desejar Bom Natal.
Meditemos na sua mensagem.


Ah e sorriam :))

Nossa Senhora do Ó (versão 2)

Pintura de Em@ sobre marfinite
com acabamento antigo e folha de ouro.
.
.
Acabei esta Nª Senhora do Ó (ou do bom parto) ainda há pouco. É diferente da primeira que já postei aqui e que é minha, mas é bonita na mesma e vai alegrar, de certeza, um dos meus anjos da guarda. Aquele que me salvou a vida há dois anos.

Um convite para jantar

Fotografia de Em@



Um convite para jantar

"Convidámos Khalil para jantar. É um amigo nosso, egípcio. Já o tínhamos ajudado quando, há alguns anos, acabava de chegar, com a sua pobreza um pouco assustada, e a sua dignidade e seriedade, que muito nos impressionaram. Na altura, ajudámo-lo a libertar-se dos preconceitos próprios de quem vem de um país pobre, com todas as dificuldades inerentes à cor da pele e ao domínio da língua.
Não quer dizer que tenhamos feito muito pelo Khalil: limitáramo-
-nos a indicar-lhe um pequeno apartamento que poderia alugar, acrescentando: «Se precisares de alguma coisa, estamos à disposição.»
Nunca teve grandes necessidades: só alguns endereços, algumas explicações sobre usos, costumes e leis, uma ou outra ajuda para decifrar certas expressões e umas quantas palavras difíceis, nomeadamente para ultrapassar determinadas complicações burocráticas. Pediu-nos, sobretudo, algum tempo: para estarmos juntos; para passar as tardes de Domingo, para não se sentir demasiado só e perdido.
Nasceu assim uma certa familiaridade entre nós, por isso, às vezes, convidamo-lo para jantar. Isto ajudou-nos a descobrir como é maravilhosa a hospitalidade. De início, também nós sentíamos sobretudo desconfiança e hesitação: talvez um medo indefinível (de quê, afinal?), e principalmente embaraço frente ao seu universo feito de deserto e pobreza, de uma língua desconhecida e de um céu sem nuvens: era tudo isso que estava escrito no rosto escuro de Khalil.
Porém, mal entrou em nossa casa, ofereceu pistácios aos miúdos e cumprimentou a cozinheira (que neste caso era eu), pelo cheirinho delicioso que vinha da cozinha (Khalil exerce a profissão de cozinheiro), e ficámos com a sensação de que os mundos estranhos existem apenas para se encontrarem. Foi um serão muito divertido, aquela primeira vez em que o recebemos em nossa casa. E, desta vez, convidámo-lo para trocar votos de Bom Natal. Também ele, pobre homem, trazia um presente para nós.
Abriu o seu embrulho sob o olhar curioso das crianças. Deve ter intuído imediatamente a desilusão delas: era um ícone – um ícone barato, mas bem feito. Representava a SS. Trindade, com os três anjos sentados à mesa. Contudo, graças ao seu sotaque estrangeiro fascinante e à argúcia que o caracteriza, conseguiu manter-nos a todos encantados, enquanto explicava o seu significado.
Explicou-o mais ou menos assim:
Khalil: «Digam lá, o que representa este ícone?»
Stefano: «São três anjos.»
Khalil: «E o que estão a fazer?»
Stefano: «Nada, estão sentados.»
Marco: «Estão sentados a beber: há um cálice; e o deserto a toda a volta.»
Laura: «Não, estão a tomar uma decisão difícil. Estão a olhar uns para os outros; até parecem um pouco tristes e preocupados!»
Khalil: «Tristes? Estão envoltos em luz, em paz...»
Laura: «Estão mas é tristes! Olha para a cara deles.»
Khalil: «E porque estarão tristes?»
Stefano: «Talvez estejam à espera de alguém que nunca mais chega!»
Laura: «Não, têm de tomar alguma decisão difícil.»
Marco: «Que disparate! Nunca ouvi falar de anjos tristes!»
Laura: «Não percebes nada. Os anjos estão tristes porque os homens são maus.»
Khalil: «Talvez Stefano tenha razão; estão à espera de alguém, e sentem-se preocupados porque nunca mais chega. Esperam alguém para começar o banquete. Quem poderá ser?»
Marco: «Estão à espera de que lhes sirvam o almoço. Na mesa há apenas uma taça. Talvez esperem o dono da casa, que foi buscar o pão e a carne.»
Stefano: «Não, não têm fome. Nem sequer têm tempo para comer: têm na mão um cajado para a viagem; em breve terão de partir.»
Laura: «Talvez esperem um amigo para partir juntos...»
Khalil: «E quem é esse amigo?»
Marco: «Como poderemos saber?»
Khalil: «Quero revelar-vos o meu segredo: estas três personagens esperam um amigo, sim. E esse amigo, reparem bem, sou precisamente eu, que estou a olhar para eles. Aqui à frente há um lugar vazio, para alguém se sentar. Foi preparado para mim. Eu, Khalil, sou estrangeiro nesta terra, mas vocês convidaram-me para jantar. Por isso me senti como um amigo esperado: prepararam-me um lugar à mesa. Por isso já não sou estrangeiro, e os três anjos são vocês: Marco, Laura, Stefano.»
Marco: «Mas nós não somos anjos: às vezes o Stefano só faz diabruras, e a Laura é uma bruxa.»
Laura: «Olha quem fala! Então e tu?»
Khalil: «Vocês de facto não são nenhuns anjos, mas quando acolhem um amigo e tratam com respeito um estrangeiro que vos visita, assemelham-se aos anjos de Deus, ou antes, assemelham-se a Deus. Quem sabe? Talvez estes três não sejam anjos, mas as três personagens que Abraão convidou a deter-se sob o carvalho, e que representam o Pai, o Filho e o Espírito Santo.»
Laura: «Quero pôr este ícone no meu quarto.»
Marco: «Não, este ícone vai ficar aqui, na sala de jantar, onde acolhemos os amigos.»
Stefano: «Sim, sim, na sala de jantar.»
Khalil: «Eu também penso que talvez seja preferível na sala de jantar; de cada vez que nos sentarmos à mesa, poderemos pensar, olhando o ícone: eis que eu sou como o amigo esperado pelos anjos, sou como o hóspede de Deus.»
Entretanto, o jantar estava pronto e tive de interromper a explicação: as crianças lutavam entre si para ficarem ao lado de Khalil, para ouvirem as suas histórias e rirem com o seu sotaque incorrecto. Ele sorria com os seus belos dentes brancos e os seus olhos marotos.
Ao acolhermos um hóspede vindo do Egipto, foi-nos concedida a alegria de nos imaginarmos no deserto, como hóspedes de Deus. Parecia-me inacreditável poder pôr tâmaras em cima da mesa."


Carlo Maria Martini
Uma bela família
Lisboa, Edições Paulinas, 1999
(Texto adaptado)

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Então é Natal...

Para todos os meus leitores,comentadores e, principalmente, aos meus amigos bloggers, que me têm acompanhado e incentivado nesta viagem, "Então Bom Natal".
Muita saúde e o resto, e o resto e o resto que nos põe felizes ou, pelo menos, contentes.
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Eu conto-vos um conto...para reflectirem e sonharem.

Fotografia de Em@
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O Primeiro Natal em Portugal

"É véspera de Natal. Mas não para Irina. Para ela só será Natal a 7 de Janeiro, quando as aulas tiverem recomeçado.
A mãe aproveita umas horas extra, na pastelaria, para preparar fornadas de bolos-reis.
O pai, antes de sair, marcou-lhe páginas e páginas de trabalhos de casa. É preciso, para poder acompanhar os colegas,
Folheando o dicionário, a pequena ucraniana procura as palavras portuguesas que há-de escrever em frente das que tão bem conhece.
ОЛiВЕДЬ — lápis
ЗОШИТ — caderno
КИГА — livro
ШКОЛА — escola
Tudo diferente! Até o abecedário... Na escola, os outros fazem pouco dela e chamam-lhe “língua de trapos”. Que quererá isso dizer?
Vai à página 190, logo em seguida à 293. Era de calcular...
Tem, no entanto, orgulho em ser a melhor a matemática. Ninguém a bate em contas. Quando a professora entrega os testes e lhe dá vinte, há sempre um grupinho irritado que, no recreio seguinte, se junta, numa roda, à sua volta, cantarolando:

Irina, Irina, Irina,
Que menina tão fina!
Tem cara cor de sal,
Olhos cor de piscina.
Cabelos cor de margarina.
Ai, doem-te as saudades?
Vai tomar aspirina.

Na Ucrânia deixou tantos amigos...

Evita aqueles olhos escuros que se fixam nela, uns curiosos, outros trocistas, outros indiferentes.
Sente-se como uma extraterrestre. Porque é que os pais a mandaram vir?
Isola-se no recreio, a um canto, tentando desvendar a algaraviada das conversas. Às vezes, o Afonso murmura-lhe ao ouvido um segredo:
— Pareces uma fada!
E foge logo a correr.
Que palavrão será “fada”? Nem vale a pena procurar no dicionário. Algumas palavras que lhe dizem nem sequer lá vêm. A princípio ainda perguntou à mulher da limpeza o que significavam mas ela empurrou-a com a esfregona.
— Ordinária! Estes imigrantes mal sabem falar mas fixam logo a porcaria... Porque não voltam para o sítio de onde vieram?
Com lágrimas nos olhos, Irina vai agora à janela e vê as luzinhas acender e apagar nas árvores despidas. Por trás das paredes deslavadas das velhas casas, decerto se celebra a consoada. Como será?
Doze pratos se punham na mesa de festa no Natal da sua terra. Uma em memória de cada apóstolo.
É Natal em Portugal. Que interessa? A família está dispersa. A mãe a fazer bolos-reis que não vai provar porque para os ortodoxos é tempo de sacrifício e jejum. O pai lá anda, na construção civil. Como mais ninguém queria trabalhar na noite de 24, foi, sozinho, pintar um café que está a ser remodelado, ao fundo da rua. Os dois irmãos mais novos ficaram em Priluki, lá longe, com a avó.
Irina aquece a sopa e arranja uma sandes de queijo. Como pesa o silêncio!
De repente, sente um grito abafado no andar de cima. Algum assalto? Alguém que caiu? Não sentiu passos nem o baque de uma queda...
Com o coração a bater, põe-se a espreitar pelo óculo. Nada!
— Acudam! Acudam!
Mais ninguém se encontra no prédio. As lojas do rés-do-chão estão fechadas, os vizinhos do primeiro andar foram de férias. Por cima, na mansarda, mora uma rapariga nova, gorda, pálida.
Irina abalança-se a subir. A porta encontra-se apenas encostada e a miúda entra, a medo. Já ninguém grita. Um gemido fraco ecoa ao fundo do corredor.
Haverá feridos? Tem horror ao sangue. Por um momento, pensa em voltar para trás. Mas prossegue, pé ante pé, até ao quarto.
Deitada na cama, a moça, que ela conhece de vista, geme, agarrada à barriga enorme. Irina aproxima-se, repara que está alagada em suor.
— Ladrão atacar tu? Estar doente?
Tremendo, a outra responde:
— Chama o 112. O bebé vai nascer.
Que será o 112? Estará ela a delirar? Quase desfalece.
Então Irina precipita-se pela escada abaixo. A rua encontra-se deserta. Não conhece ninguém nas redondezas. Corre até ao café onde o pai está a pintar paredes.
— Pai, pai! — grita ela.
Anton desce do escadote, pousa o rolo, inquieto ao ver a filha naquela aflição.
— Que foi? Aconteceu alguma desgraça?
Mal sabe o que se passa, marca um número no telemóvel, dá a morada, pede urgência. Segue-a em passo apressado. Sobre eles desaba uma chuva gelada. Ficam com os cabelos a escorrer, encharcam os sapatos nas poças que, num instante, se formam.
Chegados ao prédio, o ucraniano galga os degraus dois a dois, entra sozinho no quarto da vizinha. A filha fica à espera.
— Irina, ferve uma panela de água. Traz-me um frasco de álcool, uma tesoura, toalhas.
A miúda obedece, confusa.
— Traz-me roupa lavada, para me mudar!
O pintor despe o fato-macaco, sujo de tinta e de pó, na casa de banho, enfia uma camisa branca, umas calças desbotadas. Esfrega as mãos e a tesoura com álcool.
— Irina, a água já ferve?
De novo no quarto, fala pausadamente com a rapariga, em voz alta. Ouve-se tudo cá fora.
— Força! Coragem! Está quase...
De súbito ouve-se o choro de um bebé.
— Entra, Irina — diz, pouco depois, o pai. — Vem ajudar. Já és crescida.
Entrega-lhe o recém-nascido.
A rapariga, na cama desalinhada, sorri.
— Embrulha-o num xailinho. Está na gaveta do meio.
Irina aconchega aquele corpo tão pequenino e frágil. Embala-o devagarinho, como fazia com as bonecas. Uma minúscula mãozinha aperta então o seu polegar.
O alarme de uma ambulância apita. Pára à entrada do edifício. Duas enfermeiras precipitam-se pela porta dentro.
— Então, viram-se atrapalhados? Um parto faz sempre confusão, principalmente aos homens.
— Sou médico — confessa o ucraniano. — Mas, em Portugal, ando nas obras...
As enfermeiras cruzam um olhar subitamente triste. Examinam a criança.
— O bebé nasceu no dia de Natal. É o nosso Menino Jesus.
A mãe olha para o homem e pergunta:
— Como é que o doutor se chama?
— Anton.
— António? Quer ser o padrinho? Vou pôr-lhe o seu nome.
As enfermeiras levam a rapariga e o bebé para a ambulância.
— Vão dar um passeio até à maternidade. Estão ambos óptimos.
— Manhã nós visitar! — exclama a garota.
Já passa da meia-noite. Pai e filha descem até ao patamar do primeiro andar. Na escada nunca há luz. Felizmente a gente do 112 usa lanternas... Mas, logo que o pessoal da ambulância se afasta, a escuridão instala-se. Às apalpadelas, o pai mete a chave na fechadura. Tropeça num embrulho.
— Que será? — espanta-se ele. — Esta é uma noite de surpresas.
Sobre o tapete de cairo está um embrulho enfeitado com um laçarote cor-de-rosa. Traz um bilhete preso com fita-cola.
Para uma fada loura.
com amizade
A menina abre-o. É um conjunto de canetas de ponta de feltro.
— O Pai Natal português não se esqueceu de ti — ri-se o médico.
— O Afonso é a única pessoa que me trata por fada — replica a Irina, um bocadinho corada.
Corre para o dicionário, passando as páginas até à número 159 e exclama, radiante:
OЗНАКА — fada
Depois, pega numa folha de papel e desenha, a amarelo, uma estrela a brilhar, a brilhar, a brilhar. "

Luísa Ducla Soares
Há sempre uma estrela no Natal
Porto, Civilização Editora, 2006

Desafio

Desafio
.
A Dudú do blogue 'Ler é Viver' (http://lendosempre.blogspot.com/) lançou-me o desafio de descrever as minhas 5 manias.
Ei-las, então, entre muitas outras:

- Tenho que ler todos os dias (muiiiiiiito).
- Estou sempre a desenhar e/ou a pintar.
- Trago sempre comigo um mini-bloco (mouleskine ou não)
para escrever ou apontar as ideias que me vão surgindo.
- Em casa ando sempre descalça.
-Gosto de observar as pessoas e imaginar uma vida para elas.
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E agora terei, também, que passar o mesmo desafio a mais 5 blogues:
-
Marise von - http://filosofarpreciso.blogspot.com/
Cláudio-
http://vervida.blogspot.com/
Priscila -
http://conchasbelas.blogspot.com/
Ana Lima -
http://o-vento-que-passa.blogspot.com/
Ricardo Pinto -
http://centroparoquialgondar.blogspot.com/

Bom dia

Pintura de Em@ (técnica mista)
.
Deixo-vos um pássaro da minha criação.
Que ele vos alegre o vosso dia.
Por aqui está tão triste... que até dói!

Apeteceu-me

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Origem da Árvore de Natal



Ao dar a minha volta pelos blogues que sigo, encontrei no da colega do Brasil, Silvana Nunes, (http://silnunesprof.blogspot.com/) um post sobre a origem da Árvore de Natal.Lembrei-me de ter guardado algumas das origens explicáveis da mesma, como comentei lá,mas não me lembro, onde as guardei. Contudo, dando uma vista d'olhos na Infopédia da Porto Editora, encontrei quase tudo o que tinha e como está bastante completo,aqui fica:


Árvore de Natal

*Dizia-se que quando Jesus nasceu as árvores floresceram; daí que se dê destaque aos pinheiros, árvores que estão verdejantes todo o ano e simbolizam na perfeição a vida nova e de esperança.

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*As referências mais antigas à Árvore de Natal datam do século XVII e apareceram na Alsácia, província francesa.
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*No entanto, várias lendas contam a origem da Árvore, entre as quais a de ter sido Martinho Lutero, no século XVI, o primeiro a adornar uma árvore com luzes no dia de Natal, como símbolo do nascimento da Luz do mundo (Jesus). Este acto depressa se difundiu, conquistando inúmeros adeptos. A verdade é que neste século era costume na Alemanha enfeitar-se uma árvore com luzes, doces, frutos e papéis nesta altura do ano.
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*Uma outra lenda conta que São Bonifácio salvou um príncipe que ia ser sacrificado num bosque de carvalhos por alguns druidas. Ao derrubar a árvore onde o príncipe ia ser imolado nasceu um pinheiro, que a partir de então simbolizou a paz. Esta lenda é uma metáfora do derrubar do paganismo pelo cristianismo, pois como desde tempos imemoriais os povos de origem germânica tinham o carvalho como uma árvore sagrada, ofereciam-lhe sacrifícios humanos (neste caso o príncipe) ou de animais.
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*Os egípcios da Antiguidade tinham como hábito levar para dentro de casa folhas de palmeira no dia mais pequeno do ano, o do solstício de Inverno, que coincide mais ou menos com o dia 25 de Dezembro. Estas folhas simbolizavam a vida, que se impunha à morte.


*De igual forma, os romanos adornavam a casa com pinheiros na festa invernal em honra do deus da agricultura, Saturno (daí que a festa se denominasse Saturnália).

-
*A tradição de enfeitar e iluminar a árvore vem igualmente de um costume pagão, que deste modo convocava de novo os espíritos das árvores. Acreditava-se que quando as folhas caíam os espíritos benfazejos que as habitavam as tinham abandonado.
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*A adopção da árvore por parte dos missionários teve uma cambiante: passou a ser um abeto, que tinha uma forma triangular e aludia à Santíssima Trindade. Assim se desvaneceu a simbologia pagã da árvore. Com a cristianização, as velas passaram a simbolizar o Menino Jesus e faziam-se figuras em papel aludindo às restantes personagens do presépio.

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*A Árvore de Natal foi também conhecida, muito antes, como a Árvore do Paraíso, uma vez que celebrava a festa de Adão e Eva, a 24 de Dezembro. Celebrava assim a esperança e salvação, justificando também a tradição dos frutos do Paraíso a enfeitar a árvore.

http://www.infopedia.pt/$arvore-de-natal

Os abraços

Pintura de Em@ (técnica mista)
.
Os abraços são laços
que os braços dão
para não nos perdermos
no caminho.
Lareiras interiores
que nos acendem os olhos.
Abraços-laços
que damos sem nós
difíceis
de desfazer
para sermos
uma parte da rede
que nos ampara
os saltos inesperados
e
acrobáticos da vida.
.
Em@

Apeteceu-me

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

A minha carta ao Pai Natal

Pintura de Em@ (retrato da minha última gata)


Querido Pai Natal:

Eu gosto de gatos. Tu sabes que sim, principalmente de gatas e que as trato muito bem.
Agora não tenho nenhum(a) gato(a), só a Nina, uma "cão-de- água, com quase 13 anos, mas que sempre se deu muito bem com os gatos que tivemos.
Queria pedir-te que me pusesses no sapatinho um(a) gato(a), muito meiguinho(a) e que goste de colo. Não me importa de onde vem, só não quero que seja comprado(a).
Não te esqueças também de distribuir muita Paz, Saúde, Amor e alguns €€€ por todos, com casa ou sem casa...

Muito obrigada e faz bem o teu trabalho. :))
Beijinhos da
Em@

Boas Festas para todos

Pintura de Em@
( em marfinite com acabamento antigo)
.
(...)"O Presépio é qualquer berço
onde a nudez do mundo tem calor
E o Amor
Recomeça." (...)
.
Miguel Torga
.
(...)"Natal de quantos meninos
Em nudez foram paridos
Num presépio de ilusões." (...)

Miguel Torga

(...) Todos os dias nascem
Meninos pobres em currais de gado.
Crianças que são ânsias alargadas
De horizontes pequenos.
Humanas alvoradas...
A divindade é o menos."

Miguel Torga

Nota: Esta imagem foi, posteriormente restaurada por mim, devido a um acidente de mudanças.A almofada e o lençol também os fiz à mão.

domingo, 20 de dezembro de 2009

Anjos de papel

Trabalho de Em@
.
Os meus anjos de papel
têm as asas
que as minhas mãos
lhes puseram às costas.
Vigiam em voo silencioso
os caminhos que construo
e
atentos
avisam-me
com palavras segredadas
ao ouvido
dos inimigos que vão chegando.
Quando me salvo
soltam um riso cristalino
acompanhado do roçagar
das suas asas de papel.
.
Posso então sossegar
o meu espanto.
.
Em@

Estrela de Natal

Fotografia de Em@
.
Um bom Domingo, apesar de tudo aquilo que nos possa incomodar, como o frio, a chuva, a neve...
Tiremos o lado bom das coisas e ficaremos de certeza mais "leves".
:))

Tempo de Natal

Trabalho de Em@
.
Chegam novas
dos amantes do Natal
-amigos só nesta data-
Em postais electrónicos
e
sms reencaminhados
'N' vezes,'N' vezes,'N' vezes
sem nada que distinga
o destinatário da lembrança.
Ou
tantas e tantas vezes
em presentes inúteis
- é só uma lembrança...
a intenção é que conta,
dizem eles -
.
Nos restantes dias
do ano
estica-se a linha
que nos separa
e
isola-nos da lembrança
que então não somos...
porque
já não é Natal!
.
Já não é Natal!
.
Em@

Apeteceu-me


Carmen Monarcha é uma brasileira nascida em Belém do Pará,começou a estudar canto com sua mãe, a Mestra pela UFRJ, Marina Monarcha, em 1996.
Durante três anos (2002-2005) foi solista da Cia. Johann Strauss Orchestra e fez tournés por mais de 15 países da Europa, América do Norte e Ásia.

Gravou seis cd's e seis dvd's ao vivo, apresentando-se também em mais de dez concertos com transmissão televisiva ao vivo para toda a Europa.
Já cantou para audiências à volta de 25.000 pessoas, em lugares memoráveis como o Walbühne em Berlim, International Fórum Hall em Tóquio, Bercy em Paris, Forest National em Bruxelas, Fox Theater em Saint Louis e Detroit, Skydom em Toronto/ e Bell Center em Montreal,
Aqui canta Ave Maria de Gounod acompanhada pela Johann Strauss Orchestra, dirigida pelo maestro e violinista holandês ANDRE RIEU.

sábado, 19 de dezembro de 2009

Dor


Desenho de Em@ (grafite+sépia)
.
Quando a dor
é
muito forte
a memória
apaga-se
e
eu flutuo
no nada.
.
Em@

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Apeteceu-me

Porque faz frio e chove

Pintura de Em@
.
A quietude dos campos
assusta
pela sua imobilidade
e
o canto
intenso e estridente
das cigarras
exalta-me os sentidos.
.
Só um golpe de vento
trará vida
à paisagem afogada
no amarelo da seca.
.
Inicia-se
então
a dança dourada
da Natureza.
.
Em@

Bom dia


Fotografias de Em@
.
Que as 'coisas' bonitas da Natureza alegrem o nosso dia. (Mais umas do meu ajuntamento)
Aqui em baixo o tempo tem cara feia, o vento está zangado e chooooooooooooove cada vez mais.

Aminetu Haidar

Sara Ocidental: Aminetu Haidar a caminho do aeroporto
De António Sampaio (LUSA) – Há 15 horas
Arrecife de Lanzarote, Espanha, 17 Dez (Lusa) -- Aminetu Haidar, que cumpriu mais de 32 dias de greve de fome, abandonou hoje, cerca das 21:38 horas, o hospital de Lanzarote, seguindo para o aeroporto desta cidade das Canárias, de onde partirá para El Aaiun.
À saída e numa curta declaração aos jornalistas antes de entrar na ambulância, Aminetu Haidar garantiu que, se não puder seguir para El Aauin, manterá a greve de fome.
Aminetu Haidar seguiu para o aeroporto de Lanzarote, onde embarcará num avião com destino a El Aaiun.

© 2009 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.

Saara Ocidental
Aminetu Haidar vai regressar a casa
O protesto pacífico surtiu efeito. A activista pela independência do Saara Ocidental que está em greve de fome há 32 dias deverá em breve regressar a casa, depois de ter sido expulsa por Marrocos, revelou o primeiro-ministro espanhol em primeira mão a Pilar del Río, mulher de José Saramago
http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Internacional/Interior.aspx?content_id=157370&tab=community

Última notícia
Em directo de Lanzarote
Haidar finalmente em casa com os filhos

Aminetu Haidar, em greve de fome há 32 dias, saiu hoje de Lanzarote num avião fretado pelo Governo espanhol, às 22h25 locais (mesma hora de Lisboa) rumo a El Aauin no Sara Ocidental. O Expresso sabe através da mulher do médico que a acompanhou, que Aminetu Haidar já se encontra em casa com os dois filhos.
Haidar recusou regressar a casa numa ambulância, preferindo aguardar a chegada de um carro da família que se deslocou em direcção ao aeroporto de El Aaiun.
O voo que deveria ter efectuado o percurso em 35 minutos, demorou mais uma hora do que o previsto. As razões do atraso não são conhecidas.
As autoridades marroquinas devolveram a Haidar o seu passaporte, que lhe tinha sido confiscado a 13 de Novembro passado, quando a activista saruí foi expulsa pelas autoridades de Rabat.
Segundo informações fornecidas ao Expresso por um elemento da Plataforma de Apoio de Haidar em Lanzarote, o aeroporto e a casa da activista pelos Direitos Humanos estiveram cercados por um alto contingente policial.
Aminetu Haidar, que esteve no hospital da capital Arrecife desde ontem à noite, viajou hoje na companhia da irmã e do seu médico.
Os apoiantes da activista pelos direitos humanos não desmobilizaram de Lanzarote até receberem confirmação de que Haidar está finalmente em casa.
O regresso de Aminetu Haidar só foi possível graças à intervenção diplomática da França e dos EUA. Nos últimos dois dias negociaram com Marrocos os termos da viagem, no entanto, subsistiam dúvidas quanto ao estatuto que seria atribuído a Aminetu à chegada a Marrocos, uma vez que lhe fora retirado o passaporte.
Desde que foi expulsa de El Aaiun, Aminetu Haidar permaneceu no aeroporto em Lanzarote.
http://aeiou.expresso.pt/haidar-finalmente-em-casa-com-os-filhos=f553675