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quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Na pele da língua

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Pintura de Em@ ( técnica mista)
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Na pele da língua
nascem as palavras
que alimento
numa grafia redonda
as mensagens
que escrevo na areia.
.
Depois o mar
enrola-as muito bem
e
nascem
pedrinhas roladas
e
conchas vazias
que eu escolho e recolho
atentamente.
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Em@

2 comentários:

  1. A poesia e a pintura de mãos dadas.
    .
    Gostei.
    .

    E o seu poema fez-me ir procurar um de Vera Duarte que partilho consigo:


    Ilha

    Disseste-me que
    ----------para lá da ilha
    ----------só existe a poesia
    (notre vraie patrie après l'île)
    E acreditei.
    (...)
    Juntei então
    ----------toda a areia do deserto
    ----------e construí
    -----------------grão a grão
    Um palácio imenso e deslumbrante
    ----------onde me refugiei.
    Juntei então
    Toda a água do oceano
    E cerquei o meu palácio
    do mar mais profundo
    que algum dia existiu.
    Juntei então
    ---------- o azul de todos os céus
    ---------- e cobri o meu palácio
    da abóbada mais celestial
    que a natureza pintou.
    Habitante do paraíso
    só me restaria ser feliz
    e construir a memória do esquecimento.
    Faltou-me contudo
    a PALAVRA.
    Sem a palavra
    a ilha não existe.
    Sem a ilha
    não existe o poema.
    Sem o poema
    ilha é exílio.

    Vera Duarte - « Preces e Súplicas ou os Cânticos da Desesperança »,.
    Poetisa de Cabo Verde

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  2. Muito bem-vindo Raul Martins.
    E obrigada pelo poema que me trouxe. Desconhecia esta poeta (isa). E gostei do poema.Vou procurar saber + sobre ela e a sua poesia.
    Ahhh e Também gostei que tivesse gostado do que faço.
    Volte sempre :))

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