Numa tarde em que a brisa sussurra nas folhagens a frescura que bem poderíamos designar de revolta pelos incêndios criminosos que pululam por aí, mas isso será outra guerra que não vem à conversa.
Antes de tudo por nada ter a ver com a harmonia que é um estado de graça interior que se goza e se reconhece ou não, dependendo de cada um na medida em que é pessoal e intransmissível. Como a ela se chega é outra questão, mais complexa do que aparenta, pois não haverá apenas um caminho para o conseguir. Mas estamos sempre a falar de atitudes individuais.
A esperança é um sentimento que tem tanto de corriqueiro como de estranho, na medida em que teima em surgir mesmo entre aqueles que racionalmente e à primeira vista, nenhum motivo teriam para a sentir.
E poderia o mundo viver sem ela? Não, seria de todo impossível e se nunca aquela os seres humanos a tivessem sentido, das duas uma, ou a Humanidade, tal como a conhecemos, estaria extinta ou no limiar disso ou, em segunda hipótese, seria seguramente diferente da espécie de que somos membros.
Não sei se um tal sentimento se adquire cedo ou não. Também não sei se está disseminada a consciência do que expressei no parágrafo anterior e devo confessar que raramente tenho pensado a esse respeito e sou praticamente ignorante de leituras em torno de reflexões que sobre o tema tenham sido produzidos, tanto a nível filosófico como literário, quer em outros âmbitos do conhecimento. Sei que pessoalmente me defrontei com estes pensamentos quando em relações laborais contactei com situações de pobreza extrema que se materializam no pleno da miséria. Foi aí que aprendi que na expressão mínima esta se reduz à crença de que o dia de amanhã será melhor que o de hoje, a esperança de que o mundo melhore, vá melhorando e foi aí que eu compreendi como a esperança é das molas mais importantes para a continuidade dos Homens neste berlindezinho cósmico, a nossa casinha comum, por enquanto o único lugar que temos para viver.
E a verdade é que atravessamos tempos cinzentos, céus de chumbo que os rastos precipitados de luz vão rasgando, aqui e ali, prenúncios da tempestade eminente que incendiará as ruas das cidades. E volta a ter peso tonelar a filosofia vernácula que um dia escutei, que do "que outra coisa tem?", concluiu ser "o que resta ao pobre."
E pronto, já desabafei e como não quero abusar de si e do seu espaço, resta-me desejar-lhe um resto de um dia em paz e harmonia também.
apesar das muitas vezes que aqui estive, continuo encantada com a leveza com que você enreda as palavras e em textos tão pequenos produz tanta intensidade.
Gizelda: muito obrigada pelo seu carinho. um dia gostava de aoprender a falar só com os olhos... não sou minimalista, nem tão pouco quero ser muda, mas ,às vezes, ouvir falr/tagarelar...cansa tanto. beijo
Em defesa do Ambiente. Em defesa da Terra. Em defesa do Universo.
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Paz Para A Palestina
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Na compra do livro ajuda a Regaço que apoia crianças em risco...
2010 - Ano Europeu de Combate à Pobreza e Exclusão Social
"É proíbida a entrada a quem não estiver espantado de existir." José Gomes Ferreira
Viva A Diversidade
As Minhas Raízes
ÁFRICA
Reticências
"As reticências são os três primeiros passos do pensamento que continua por conta própria o seu caminho..."
Mário Quintana
Exílio
"Quando a pátria que temos não a temos
Perdida por silêncio e por renúncia
Até a voz do mar se torna exílio
E a luz que nos rodeia é como grades."
Sophia de Mello Breyner Andresen
Nos teus olhos
"É nos teus olhos que o mundo inteiro cabe, mesmo quando as suas voltas me levam para longe de ti; Nuno Júdice
Vazio
"A mãe reparou que o menino
gostava mais do vazio
do que do cheio.
Falava que os vazios são maiores
e até infinitos.”
Manoel de Barros
Poema do Contra
"Todos estes que aí estão atravancando o meu caminho, eles passarão. Eu passarinho!" Mario Quintana
Quando Eu Morrer
"Quando eu morrer voltarei para buscar
os instantes que não vivi junto ao mar."
Sophia de Mello Breyner Andresen
Quem
"...Quem nos deu asas para andar de rastos?
Quem nos deu olhos para ver os astros
Sem nos dar braços para os alcançar?!..." Florbela Espanca
Livro
"O livro é um mudo que fala, um surdo que responde, um cego que guia, um morto que vive." Vieira, António (Padre)
Palavras
"As palavras não dizem tudo quanto é preciso. Diriam mais, talvez, se fossem asas." José Saramago
Escrever
"Escrever é fácil: começas com uma letra maiúscula e terminas com um ponto final. No meio colocas as ideias." Pablo Neruda
Dúvida
"Duvido, portanto penso."
Fernando Pessoa
Sabedoria Africana
Ter sempre pressa não impede a morte, tal como ter vagar não nos impede de viver."
Provérbio Escandinavo
"Visite os seus amigos com frequência. O mato cresce depressa em caminhos pouco percorrido."
Trabalho
"O homem não nasceu para trabalhar, mas para criar."Professor Agostinho da Silva
Futuro
"O Futuro é a solidão por estrear." José Agualusa in Barroco Tropical
Poeta
"Quando já não havia outra tinta no mundo, o poeta usou do seu próprio sangue. Não dispondo de papel, ele escreveu no próprio corpo. Assim, nasceu a voz, o rio em si mesmo ancorado. Como o sangue: sem voz nem nascente."
Mia Couto
Talvez poema
"(...) Osamigosnãomorrem
somosnósquemorremos namortedeles"
Jad
Sensibilidade
"A sensibilidade é a pele da alma..." Miguel Loureiro
Sentidos
"Nós temos cinco sentidos: são dois pares e meio de asas.- Como quereis o equilíbrio?" David Mourão-Ferreira
"Se soubesse que o mundo se desintegraria amanhã, ainda assim plantaria a minha macieira. O que me assusta não é a violência de poucos, mas a omissão de muitos. Temos aprendido a voar como os pássaros, a nadar como os peixes, mas não aprendemos a sensível arte de viver como irmãos." Martin Luther King
"To see a world in a grain of sand, and heaven in a wild flower... hold infinity in the palm of your hand, and eternity in an hour." William Blake
Caos
"É preciso muito caos interior para se poder parir uma estrela que dança." Nietzsche
Quase
"Quem quase morre ainda vive. Quem quase vive já morreu." Luís Fernando Veríssimo
O valor das coisas
"O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem.Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis". Fernando Pessoa
Playing For Change
“Behind the storms of daily conflict, crisis and struggle, it is the artist, and the poet and the musician that continues the quiet work of the centuries, building bridges of experience between peoples, and reminding us the universality of our feelings, desires, and despairs, and reminding us that the forces that unite are deeper than those that divide.”
Olááá,
ResponderEliminarNuma tarde em que a brisa sussurra nas folhagens a frescura que bem poderíamos designar de revolta pelos incêndios criminosos que pululam por aí, mas isso será outra guerra que não vem à conversa.
Antes de tudo por nada ter a ver com a harmonia que é um estado de graça interior que se goza e se reconhece ou não, dependendo de cada um na medida em que é pessoal e intransmissível. Como a ela se chega é outra questão, mais complexa do que aparenta, pois não haverá apenas um caminho para o conseguir. Mas estamos sempre a falar de atitudes individuais.
A esperança é um sentimento que tem tanto de corriqueiro como de estranho, na medida em que teima em surgir mesmo entre aqueles que racionalmente e à primeira vista, nenhum motivo teriam para a sentir.
E poderia o mundo viver sem ela?
Não, seria de todo impossível e se nunca aquela os seres humanos a tivessem sentido, das duas uma, ou a Humanidade, tal como a conhecemos, estaria extinta ou no limiar disso ou, em segunda hipótese, seria seguramente diferente da espécie de que somos membros.
Não sei se um tal sentimento se adquire cedo ou não. Também não sei se está disseminada a consciência do que expressei no parágrafo anterior e devo confessar que raramente tenho pensado a esse respeito e sou praticamente ignorante de leituras em torno de reflexões que sobre o tema tenham sido produzidos, tanto a nível filosófico como literário, quer em outros âmbitos do conhecimento.
Sei que pessoalmente me defrontei com estes pensamentos quando em relações laborais contactei com situações de pobreza extrema que se materializam no pleno da miséria. Foi aí que aprendi que na expressão mínima esta se reduz à crença de que o dia de amanhã será melhor que o de hoje, a esperança de que o mundo melhore, vá melhorando e foi aí que eu compreendi como a esperança é das molas mais importantes para a continuidade dos Homens neste berlindezinho cósmico, a nossa casinha comum, por enquanto o único lugar que temos para viver.
E a verdade é que atravessamos tempos cinzentos, céus de chumbo que os rastos precipitados de luz vão rasgando, aqui e ali, prenúncios da tempestade eminente que incendiará as ruas das cidades. E volta a ter peso tonelar a filosofia vernácula que um dia escutei, que do "que outra coisa tem?", concluiu ser "o que resta ao pobre."
E pronto, já desabafei e como não quero abusar de si e do seu espaço, resta-me desejar-lhe um resto de um dia em paz e harmonia também.
Luís Gomes
As tuas palavras, deixam-nos sem palavras:
ResponderEliminar...que o vento eterno espalhe as palavras precisas.
Luís:
ResponderEliminardesabafar faz bem a todos nós. e ajuda-nos a conhecermo-nos melhor e a dar-nos a conhecer aos outros.
está tudo bem!
paz e saúde
abreijo, Miguel e que assim seja!
ResponderEliminarEm@...
ResponderEliminarapesar das muitas vezes que aqui estive, continuo encantada com a leveza com que você enreda as palavras e em textos tão pequenos produz tanta intensidade.
parabéns!
Beijo.
Gizelda:
ResponderEliminarmuito obrigada pelo seu carinho.
um dia gostava de aoprender a falar só com os olhos...
não sou minimalista, nem tão pouco quero ser muda, mas ,às vezes, ouvir falr/tagarelar...cansa tanto.
beijo