Homem generoso que nunca se vergou perante as agruras de uma vida pontapeada pela tirania e muito menos pelas borrascas que as incertezas e inseguranças da afirmação de uma vida livre sempre trazem. Morreu sem ceder um milímetro àqueles que têm por hábito usar o dinheiro para calar consciências e nesse sentido, apesar de estar muitíssimo longe das convicções políticas que sempre manifestou, curvo-me perante a sua memória. É esta a massa de gente que alarga a liberdade e lenta, é certo, mas paulatinamente, assim vai contribuindo para que tenhamos um mundo socialmente mais justo.
Quanto ao músico e poeta do era um redondo vocábulo, não teve apenas o mérito de estabelecer um antes e um depois para o fado coimbrão de que veio a tirar as baladas que tanta influência tiveram na música que se veio a fazer nas décadas seguintes e abriram palco a tantos outros nomes que se vieram a estabelecer no panorama cultural português. Da sua colaboração com esse monstro sagrado da música ligeira que dá pelo nome de José Mário Branco, esse mesmo, o do FMI, saíram, na minha modesta opinião, é bom de ver, algumas das peças mais impressionantes da música popular portuguesa. "Venham Mais Cinco", uma obra prima, continua a ser o álbum mais belo que alguma vez, feito por portugueses, foi editado em Portugal.
Mas relativamente àquela que a senhora destaca, há uma outra frase que eu prefiro: "tráz outro amigo também."
Luís: Esta pichagem encontrei-a agora por Lisboa. O Zeca é uma referência para mim (felizmente conheci-o pela via da música (e não só) por causa do meu marido e de amigos comuns). Tenho a mesma opinião sobre o Zé Mário Branco. Tenho muitas saudades do Zeca!
Pâm: O Zeca Afonso foi (já cá não está , infelizmente) um dos expoentes máximos da música de intervenção neste País...Este verso da música dele "Grândola , Vila Morena", ícone da revolução de Abril (25 de Abril)tem um peso muito grande na memória afectiva e política de muita gente - eu incluída). Encontrei-a numa rua de Lisboa... beijo
Kenia: eu também penso assim e vou-me plantando nas esquinas da vida (com gestos e actos) para que me sintam como tal. ... senti falta das suas pegadas. eu também estive ausente, mas já regressei.
O ZECA ERA DE TODOS NÓS...AQUELA VOZ INESQUECÍVEL...UM HOMEM SIMPLES QUE NÃO SE INTIMIDAVA COM O PODER POLÍTICO...E ISSO ESTÁ BEM PATENTE NA SUA MÚSICA DE INTERVENÇÃO...
Em defesa do Ambiente. Em defesa da Terra. Em defesa do Universo.
Campanha
Paz Para A Palestina
Campanha
Solidariedade Com O Povo Saharaui
Campanha
Na compra do livro ajuda a Regaço que apoia crianças em risco...
2010 - Ano Europeu de Combate à Pobreza e Exclusão Social
"É proíbida a entrada a quem não estiver espantado de existir." José Gomes Ferreira
Viva A Diversidade
As Minhas Raízes
ÁFRICA
Reticências
"As reticências são os três primeiros passos do pensamento que continua por conta própria o seu caminho..."
Mário Quintana
Exílio
"Quando a pátria que temos não a temos
Perdida por silêncio e por renúncia
Até a voz do mar se torna exílio
E a luz que nos rodeia é como grades."
Sophia de Mello Breyner Andresen
Nos teus olhos
"É nos teus olhos que o mundo inteiro cabe, mesmo quando as suas voltas me levam para longe de ti; Nuno Júdice
Vazio
"A mãe reparou que o menino
gostava mais do vazio
do que do cheio.
Falava que os vazios são maiores
e até infinitos.”
Manoel de Barros
Poema do Contra
"Todos estes que aí estão atravancando o meu caminho, eles passarão. Eu passarinho!" Mario Quintana
Quando Eu Morrer
"Quando eu morrer voltarei para buscar
os instantes que não vivi junto ao mar."
Sophia de Mello Breyner Andresen
Quem
"...Quem nos deu asas para andar de rastos?
Quem nos deu olhos para ver os astros
Sem nos dar braços para os alcançar?!..." Florbela Espanca
Livro
"O livro é um mudo que fala, um surdo que responde, um cego que guia, um morto que vive." Vieira, António (Padre)
Palavras
"As palavras não dizem tudo quanto é preciso. Diriam mais, talvez, se fossem asas." José Saramago
Escrever
"Escrever é fácil: começas com uma letra maiúscula e terminas com um ponto final. No meio colocas as ideias." Pablo Neruda
Dúvida
"Duvido, portanto penso."
Fernando Pessoa
Sabedoria Africana
Ter sempre pressa não impede a morte, tal como ter vagar não nos impede de viver."
Provérbio Escandinavo
"Visite os seus amigos com frequência. O mato cresce depressa em caminhos pouco percorrido."
Trabalho
"O homem não nasceu para trabalhar, mas para criar."Professor Agostinho da Silva
Futuro
"O Futuro é a solidão por estrear." José Agualusa in Barroco Tropical
Poeta
"Quando já não havia outra tinta no mundo, o poeta usou do seu próprio sangue. Não dispondo de papel, ele escreveu no próprio corpo. Assim, nasceu a voz, o rio em si mesmo ancorado. Como o sangue: sem voz nem nascente."
Mia Couto
Talvez poema
"(...) Osamigosnãomorrem
somosnósquemorremos namortedeles"
Jad
Sensibilidade
"A sensibilidade é a pele da alma..." Miguel Loureiro
Sentidos
"Nós temos cinco sentidos: são dois pares e meio de asas.- Como quereis o equilíbrio?" David Mourão-Ferreira
"Se soubesse que o mundo se desintegraria amanhã, ainda assim plantaria a minha macieira. O que me assusta não é a violência de poucos, mas a omissão de muitos. Temos aprendido a voar como os pássaros, a nadar como os peixes, mas não aprendemos a sensível arte de viver como irmãos." Martin Luther King
"To see a world in a grain of sand, and heaven in a wild flower... hold infinity in the palm of your hand, and eternity in an hour." William Blake
Caos
"É preciso muito caos interior para se poder parir uma estrela que dança." Nietzsche
Quase
"Quem quase morre ainda vive. Quem quase vive já morreu." Luís Fernando Veríssimo
O valor das coisas
"O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem.Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis". Fernando Pessoa
Playing For Change
“Behind the storms of daily conflict, crisis and struggle, it is the artist, and the poet and the musician that continues the quiet work of the centuries, building bridges of experience between peoples, and reminding us the universality of our feelings, desires, and despairs, and reminding us that the forces that unite are deeper than those that divide.”
Olá
ResponderEliminarHomem generoso que nunca se vergou perante as agruras de uma vida pontapeada pela tirania e muito menos pelas borrascas que as incertezas e inseguranças da afirmação de uma vida livre sempre trazem. Morreu sem ceder um milímetro àqueles que têm por hábito usar o dinheiro para calar consciências e nesse sentido, apesar de estar muitíssimo longe das convicções políticas que sempre manifestou, curvo-me perante a sua memória. É esta a massa de gente que alarga a liberdade e lenta, é certo, mas paulatinamente, assim vai contribuindo para que tenhamos um mundo socialmente mais justo.
Quanto ao músico e poeta do era um redondo vocábulo, não teve apenas o mérito de estabelecer um antes e um depois para o fado coimbrão de que veio a tirar as baladas que tanta influência tiveram na música que se veio a fazer nas décadas seguintes e abriram palco a tantos outros nomes que se vieram a estabelecer no panorama cultural português.
Da sua colaboração com esse monstro sagrado da música ligeira que dá pelo nome de José Mário Branco, esse mesmo, o do FMI, saíram, na minha modesta opinião, é bom de ver, algumas das peças mais impressionantes da música popular portuguesa. "Venham Mais Cinco", uma obra prima, continua a ser o álbum mais belo que alguma vez, feito por portugueses, foi editado em Portugal.
Mas relativamente àquela que a senhora destaca, há uma outra frase que eu prefiro: "tráz outro amigo também."
A paz esteja consigo
Luís F. de A. Gomes
E em cada esquina a estética urbana,
ResponderEliminarstencil.
beijos,
Esse sempre foi um dos meus desejos mais sinceros - ter um amigo querido em cada esquina. Isso certamente faria o mundo ficar menor. Beijo querida!
ResponderEliminarLuís:
ResponderEliminarEsta pichagem encontrei-a agora por Lisboa.
O Zeca é uma referência para mim (felizmente conheci-o pela via da música (e não só) por causa do meu marido e de amigos comuns). Tenho a mesma opinião sobre o Zé Mário Branco.
Tenho muitas saudades do Zeca!
Paz e saúde
Pâm:
ResponderEliminarO Zeca Afonso foi (já cá não está , infelizmente) um dos expoentes máximos da música de intervenção neste País...Este verso da música dele "Grândola , Vila Morena", ícone da revolução de Abril (25 de Abril)tem um peso muito grande na memória afectiva e política de muita gente - eu incluída). Encontrei-a numa rua de Lisboa...
beijo
Kenia:
ResponderEliminareu também penso assim e vou-me plantando nas esquinas da vida (com gestos e actos)
para que me sintam como tal.
...
senti falta das suas pegadas. eu também estive ausente, mas já regressei.
beijo doce
O ZECA ERA DE TODOS NÓS...AQUELA VOZ INESQUECÍVEL...UM HOMEM SIMPLES QUE NÃO SE INTIMIDAVA COM O PODER POLÍTICO...E ISSO ESTÁ BEM PATENTE NA SUA MÚSICA DE INTERVENÇÃO...
ResponderEliminarJOKAS
Pedras:
ResponderEliminarde todos não direi...mas de muitos , certamente. ainda bem que te encontras nos muitos.
deixo-te um beijo