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segunda-feira, 5 de julho de 2010

estudo XXIV




Ecoooooo


"Vigésimo Primeiro Cálice


Aqueles que não amam, sequer
Não são protegidos de Arina
Confundindo, portanto, A mulher
Com qualquer coisa, qualquer menina!


*

Três vezes sete foram as loucuras
Até ver as coisas como enfim são,
Que tudo há no mundo se o procuras
Na redonda vitória, sem teias de ilusão...


Bebida a última gota só formas puras
Ficam a dançar nos romances do pão
Bordados com as flores tecidas, seguras
No entretecido feminino da perfeição.

Estrelas, cometas, verdejantes prados
Claustros frescos, nichos triangulares
Onde os dizeres se tornam outros arados
De arrotear as tardes serenas, singulares

Em que os enredos maiores são calados
Como beijos recatados, cruzados a pares.
(...)"
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J. Maria Castanho


Porque eu gosto de me perder
Nas vagas com que o vento leva a floresta
A esbracejar e inquietar-se de murmúrios
Que se fazem de manchas de pólen
Voando para longe,

Deixo-me balouçar nos enredos
Que o vai vem dos dias me oferecem.
E agradeço tamanhas venturas.

Luís F. de A. Gomes

4 comentários:

  1. Vigésimo Primeiro Cálice


    Aqueles que não amam, sequer
    Não são protegidos de Arina
    Confundindo, portanto, A mulher
    Com qualquer coisa, qualquer menina!


    *

    Três vezes sete foram as loucuras
    Até ver as coisas como enfim são,
    Que tudo há no mundo se o procuras
    Na redonda vitória, sem teias de ilusão...


    Bebida a última gota só formas puras
    Ficam a dançar nos romances do pão
    Bordados com as flores tecidas, seguras
    No entretecido feminino da perfeição.

    Estrelas, cometas, verdejantes prados
    Claustros frescos, nichos triangulares
    Onde os dizeres se tornam outros arados
    De arrotear as tardes serenas, singulares

    Em que os enredos maiores são calados
    Como beijos recatados, cruzados a pares.


    **


    Sete pra ti, sete pra mim, e outros tantos
    Pròs que nascerem agora deste momento,
    Que vida fora se iniciarão leis e santos
    Da beleza cativos, seu único tormento

    Tomado gota a gota, cálice a cálice
    Virando páginas por rumo na rota
    Do interpretar, tecendo análise.


    Trago a trago apreciado mandamento
    Em que as frases se intitulam frota
    E os parágrafos esquadrão de alento
    Se batalha trava quem por si se afoita:

    Que nosso é o firmamento dos mantos
    Se em asas delta se tocam plo vértice
    A siar rasgando medos e desencantos.


    ***


    Duas vontades unidas por um só fim
    Entretecida verdade nas duas metades
    Que sendo tua a metade das liberdades
    A outra em liberdade me cabe, a mim...

    Se entretanto para esse tanto, assim
    A que tanto disseste «talvez» e «não»
    Outro tanto baste agora dizer: «sim!»

    Sim ao Sol que na Aliança Velha arde
    Onde por força só baste o ter razão,
    Que a ancestralidade nunca é tarde
    Se ao conhecimento vem renovação

    De cada metade, desse outro ser nascido
    Gota a gota caído em clepsidra sem fim
    Que há do oito deitado ao infinito ido!

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  2. Uauuu,

    this is something... It's realy good and deep.

    Porque eu gosto de me perder
    Nas vagas com que o vento leva a floresta
    A esbracejar e inquietar-se de murmúrios
    Que se fazem de manchas de pólen
    Voando para longe,

    Deixo-me balouçar nos enredos
    Que o vai vem dos dias me oferecem.
    E agradeço tamanhas venturas.


    E assim me despeço, com votos de paz e saúde para si,

    Luís F. de A. Gomes

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  3. obrigada pelo comentário, Luís.
    paz e saúde

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  4. J.M.Castanho:
    Muito obrigada por me dar sempre a conhecer os seus belíssimos poemas.
    Tive que cortar este, por ser demasiado grande.
    Por vezes nos meus "Estudos" acrescento os ecos que aparecem em forma de comentário, mas se estes são muito grande depois o post fica enorme.
    vou pensar num desafio poético como já aqui fizemos várias vezes.
    muito obrigada, mais uma vez.
    abraço

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