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sábado, 3 de julho de 2010

Estudo XXIII





2 comentários:

  1. Vigésimo Cálice

    Arina, rainha dos astros e sóis
    Que nos aquece e jamais esquece
    Quem ama, se da tarde os atóis
    Se inundam, eis que singela se oferece
    E declama, como à luz de sua chama, nos tece.

    E nos tem, sob protecção e tutela
    Quando ao troar das trombetas liberta
    O passado de seu túmulo e ao tempo acerta
    Dando ao futuro o acumulo duma janela
    Aberta, lente virtual que nos modela
    Em alerta acenado A deus
    Erguendo as mãos aos céus
    Como Ela.

    Dez dedos que são os nossos
    Com outros dez que são os seus,
    Depondo no alfabeto águas e ossos
    Qual Xis a bailar ondeando véus
    De gazes, de tules, de seda rosada
    Estampados dédalos e labirintos
    Cujas pétalas desenhadas camada
    A camada, nos instruem os instintos
    Nos sete sentidos da rosa desfolhada:


    Olhar de pétala, lábios de veludo
    Táctil cálice cuja sépala escuta
    A concha do mar a degustar o escudo
    No registo do Outro que tão-só executa
    A empatia ao semear-nos pelo mundo.

    E assim, água ardente vertida de oceano
    Em oceano, sistema de líquido contínuo
    Irriga-nos de sangue todo o ano
    Por uma gota de momento exímio
    E exíguo no equilíbrio suserano
    De dois triângulos unidos pelo vértice
    Da língua, enlaçadas margens do cálice
    Na máxima míngua do estremecido ápice.

    Comunhão do poder entre géneros
    Acesos raios aquilinos do Sol universal
    Onde o abraço resoluto das sementes e sócios
    Gémeos nascidos da mesma luz na espiral
    Em que os ócios merecidos são do labor igual
    Além de mais igualmente da natureza – os números
    Que põem e dispõem, ordenam o nível
    Entre o lido e o por ler, o eterno e o perecível;
    Entre o terreno e o espiritual, a matéria e o imortal

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  2. Indiferente aos males do mundo, o melro continua a cantar a sua ária. Há, por momentos, quem o consiga ouvir para lá do ruído, e então a tempestade amaina (às vezes com arco-íris).

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