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domingo, 30 de maio de 2010

Que vergonha!!!

Sócrates foi tomar um café a casa do músico. A pedido deste, disse o seu gabinete. Chico Buarque desmentiu-o categoricamente.

Pelos melhores e piores motivos, a passagem de José Sócrates pelo Rio de Janeiro foi uma verdadeira aventura. Como em qualquer história há, porém, pelo menos um registo que o primeiro-ministro leva para casa: a de um café em casa de Chico Buarque, na melhor zona de Ipanema, com direito a fotografia para a posteridade.
Dizia quem acompanhava o PM que o momento se proporcionou por um pedido brasileiro do próprio cantor/compositor a Lula da Silva, seu amigo de longa data. Ao caso, uma cunha antiga: se lhe marcava um café com Sócrates. As razões para tal convite são desconhecidas.
Acontece que Chico Buarque desmentiu esta versão. Disse ao Público que foi Sócrates quem o quis conhecer. "Foi o vosso ministro quem pediu o encontro. Nem faria muito sentido eu pedir um encontro e o primeiro-ministro vir ter à minha casa", afirmou, mostrando-se indignado com a versão da história contada pelo staff de Sócrates.
A seguir a este desmentido, o gabinete do PM rectificou: afinal a iniciativa partira mesmo de Sócrates, que há algum tempo tinha dito a Lula que gostava de conhecer pessoalmente o cantor/escritor. E a versão inicial (Chico a pedir o encontro) não passara, afinal, de um "erro de transmissão" no gabinete.
Seja como for, Sócrates não hesitou. Cortou ao meio uma reunião com empresários e lançou-se ao trânsito para ter uns minutos com quem disse ser o seu símbolo de juventude.
O primeiro-ministro aproveitou para pedir autógrafos para distribuir pela família. Levava na cara um sorriso (para além de enorme cansaço), deixando cair um "vai ser um sucesso lá em casa".
No dia antes, de resto, o meio cultural brasileiro foi motivo para uma desventura. Estava marcado, também no Rio, um jantar no consulado com 35 personalidades da vida cultural da cidade:
Mas, nesse dia, José Sócrates não esteve para tanto. Deu ordem para reduzir o jantar ao mínimo, deslocou-o para um restaurante italiano da moda (também em Ipanema) e causou um embaraço ao cônsul português obrigado a desconvidar personalidades como a actriz Marília Pera, o ex-campeão do mundo de futebol Zico e, sobretudo, o ex-ministro e cantor Caetano Veloso (??? destaque meu, chamada de atenção da AL).
Pelo meio, ficou um dia atribulado. Vários encontros bilaterais desmarcados no Fórum das Civilizações, mais por culpa da desorganização do evento; um encontro com empresários que acabou com cadeiras a mais para os presentes (cerca de 20); e umas declarações à comunicação social tiradas a ferros.

Daqui

Não foi Chico que quis conhecer Sócrates, foi Sócrates que quis conhecer Chico

Afinal a história está mal contada. Não foi Chico Buarque que quis conhecer o primeiro-ministro durante a sua viagem ao Brasil, como foi divulgado pela imprensa portuguesa. Foi José Sócrates que pediu esse encontro.
"Foi o vosso ministro quem pediu o encontro. Aliás, nem faria muito sentido eu pedir um encontro e o primeiro-ministro vir ter à minha casa", disse o músico e escritor brasileiro ao PÚBLICO, através de correio electrónico. Chico Buarque ficou indignado ao saber que a imprensa nacional estava a contar uma versão bastante diferente.
O que tem sido noticiado é que Chico Buarque pediu ao presidente brasileiro Lula da Silva para servir de intermediário para ele se encontrar com o primeiro-ministro, já que músico "queria conhecer pessoalmente o governante português". Lula teria falado com logo com Sócrates e este "de imediato" aceitara o convite. Segundo o gabinete do primeiro-ministro, José Sócrates teria mesmo alterado o seu programa da visita no Rio de Janeiro para estar com o músico.

O que aconteceu é que Chico Buarque recebeu o pedido do encontro através do gabinete de Lula da Silva. Disseram-lhe que o primeiro-ministro português o queria conhecer. Ele respondeu que receberia Sócrates em sua casa com gosto. O governante foi então a casa do escritor e músico brasileiro, acompanhado por um ministro do governo de Lula da Silva e por um fotógrafo. Nada mais do que isto.
Daqui

Comentário 1:
Mas não há nada em que se meta que não nos embarace???

Comentário 2
:
Quem fez a notícia estava um bocado confuso....e quem a deixou passar também!
Gilberto Gil é que foi Ministro da Cultura Brasileira de 2 de Janeiro de 2003 a 30 de Julho de 2008.
Anteriormente tinha sido de 1989 a 1992 Vereador na Câmara Municipal de Salvador.

12 comentários:

  1. Estranho, não é, Em@?

    Se Sócrates admira Chico Buarque não há razão para dizer que partiu dele mesmo (de Sócrates) o pedido para conhecer o músico.

    Beijos e ótima semana pra você.

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  2. Eu estou envergonhadíssima. São umas atrás das outras, Valdeir.
    Beijo e óptima semana.

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  3. pois a mim não me envergonha :) são umas atrás das outras, e quantas mais melhor!
    o que verdadeiramente me desgosta é o ar prazenteiro do Chico na foto. aceitar o convite, enfim, agora ficar feliz em tão tonta companhia......
    bjis

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  4. deixei de acreditar no Pai Natal (e olha que me custou, acredita... ainda hoje sofro com isso).
    um abraço!

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  5. Olá,

    Eu conto uma pequena história.

    Cresci entre duas moradas, a habitual e a da casa de praia dos meus pais, onde a família, naturalmente, passava a época do calor até ao primeiro de Setembro, data em que imperetrivelmente o meu pai começava as suas férias particulares e por isso seguíamos para as termas, no Luso.

    Digo isto para que se entenda que havia hábitos fixos e em face disso, era certo e sabido que nos finais de Junho, mais dia menos dia, lá a nossa família aparecia no mesmo lugar da praia, com barraca e toldos alugados e marcados desde os tempos do avô paterno.
    Como nós, outras núcleos familiares ali passavam as férias de Verão e por isso se formavam um punhado de amizades que fazia a sociabilidade das mães que, entre o olhar comandante das respectivas trupes, lá iam conversando e trocando ideias desde as leituras aos segredos das rendas e bordados. Sem vaidades nem nostalgia, era um pequeno paraíso de gente priveligiada.

    Houve um ano em que aparaceu uma família um tanto diferente.
    Conta minha mãe que a Dona Barrite, com idade para ser mãe de muitas das outras mães e com o seu olhar acutilante e sabedoria cheia de frontalidade, logo chamou a atenção para a teatralidade de muitas daquelas maneiras que se viam bem no vocabulário dos mais miúdos que não só era pobrezinho como, aqui e ali, desconcertantemente vernacular. Mas a generosidade das mais novas sobrepôs-se e recém-chegada mãe de uma boa meia dúzia de filhos foi recebida com a compreensão e a complacência das de sempre que de bom grado lhe abriram espaço para que se sentasse naquela roda de convívio.
    Afinal, era a consorte do Senhor Engenheiro e com a passagem dos dias tudo acabou em bem e todos se comportaram como se sempre ali tivessem estado. E depois, apesar dos reparos que a mulher do médico persistia em fazer, o senhor era um verdadeiro poço de boas maneiras e assim se passou aquele Verão.

    Foi no Inverno seguinte que viemos a desvendar as aparências, pois ainda antes disso, toda aquela gente ficara a saber que, afinal, a família do Senhor Engenheiro tinha deixado a Vila sem pagar o que quer que fosse a alguém e crivada de dívidas, desde o café do Largo, aos serviços balneares, passando pelo talho e a mercearia, sequer sem deixar escapar barbeiros e cabeleireiras. Se foi caso único, aquilo foi verdadeiramente um Verão em grande.
    Mas estava eu dizendo que foi no Inverno seguinte que tudo ficou apurado, quando o meu pai, em conversa com o banheiro da praia, ficou a saber que aquele se cruzara com o dito Engenheiro que, imaginem, estava vendendo cautelas numa das ruas da Baixa, em Lisboa.

    Qual é a moral da história?

    A única dúvida que em mim persiste -mas para a qual tenho resposta, como é evidente- é a respeito de quem pode ganhar com um Primeiro-Ministro destes? A quem interessa este género de Governos? Quem tiras as maiores vantagens disso?

    Infelizmente, tenho a certeza que um dia acabarão com a democracia que ainda vamos tendo se é que isso ainda não aconteceu e o que acontece é nós ainda não termos dado conta.

    Haja saúde para aguentar com tudo isto, pois os votos de paz, para o caso, não são suficientes

    Luís F. de A. Gomes

    PS

    O poema anterior é uma pequena pequena pérola literária.

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  6. AL, Miga, nesse aspecto também eu quero muitas +...
    mas sempre me impressionou ver pessoas sem noção dos disparates que fazem. e este siocratiés representa-nos a todos, mesmo que não tenhamos votado nele, que é o nosso caso.
    acredita que apesar de me rir , me sinto constrangida.
    beijo no <3

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  7. Al:
    quanto ao Chico acho que ele só estava a ser socialmente correcto e olha....deve ter-se arrependido depois.

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  8. Jorge:
    fizeste-me rir.
    mas eu nunca vi o Siocratiés como o Pai NataL...e também já deixei de acreditar nele quando era candengue (termo angolano=miúda, pequenina).
    fico é parva como ainda há quem o defenda e faça campanha por ele. :(
    beijinho

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  9. Luís, olá!
    o que eu já me ri à conta dos engenheiros...eu agora digo aos engenheiros que conheço ( e são muitos) que o melhor, é deixarem de dizer que o são, porque é um curso que caiu dos píncaros de rebolão...

    quanto ao poema, obrigada pela opinião, mas podia deixá-la lá? :P é só copiar a frase. é que aqui perde-se...fica em companhia do siocratiés!

    Om shnati!

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  10. o socas "causou um embaraço ao cônsul português, obrigado a desconvidar personalidades como (...) o ex-ministro e cantor Caetano Veloso." - não sabia q o CV tinha sido ministro! não haverá aí uma gralha, e o nome seria Gilberto Gil? ah, e já agora, tb não sabia q este já não era (ministro) - que confusão!!;-))

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  11. Agora diz lá que não é uma vergonha...

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  12. Al :
    o Gilberto Gil deixou de ser Ministro em 2008.
    completei o comentário

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