Bem-vindo(a) - Bienvenido(a) - Welcome - Willkommen - Benvenuto(a) - Bienvenu(e)

quinta-feira, 4 de março de 2010

Da Escola - Bullying



A Escola também mata.
Ou deixa morrer.
.
Vi aqui e aqui.
Muito obrigada à Anabela Magalhães e ao Ramiro Marques.

19 comentários:

  1. Olá Em@
    Esta noticia vem confirmar que o individualismo, o 'olhar para o seu próprio umbigo' pode significar 'abandono', 'angústia','suicidio'. Onde andavam os responsáveis escolares? E os responsáveis civis, aqueles que vêem estes casos acontecer e nada acusam ou fazem? Será que lutam até à exaustão para acabar com este flagelo? Será que acreditamos o suficiente nas queixas das nossas crianças e lutamos até obter respostas, que evitem tais situações? Que educação têm as criança que levam outras crianças a cometer tais acções? Que anda esta gente a fazer que se'descuida' a este ponto?...:S...Tudo isto é muito confuso e triste. MUITO TRISTE.

    Em relação ao 'repostar' a noticia da Sensibilizarte, está à vontade Em@. Éu, em nome da Sensibilizarte, até lhe agradeço, pois assim ajuda a divulgação da causa "Arte por Haiti".
    Eu, se tudo correr bem até lá, vou lá estar com as três obras que doei para este fim :).
    Beijinhos e Obrigada :)

    ResponderEliminar
  2. Olá,

    É claro que isto são casos que sempre acontecerão em qualquer sítio e de que nenhuma sociedade estará a salvo. Sempre haverá crianças capazes de fazerem maldades a outras e por muitas voltas que queiramos dar ao problema, será no mínimo uma infantilidade se não formos capazes de admitir que a razão primeira para esta tragédia está na maldade daqueles miúdos que a provocaram e que, necessariamente, terão que ser responsabilizados por isso. Qualquer veleidade, como é o hábito nesta cultura de coitadinhos, de tentar explicar as razões que possam ter levado as crianças a agirem daquela maneira que por consequência apenas acaba por ter a desculpabilização -e indirectamente a desresponsabilização- dos gestos individuais, será, na minha opinião pessoal, tão abjecta como o foram os actos que conduziram a este trágico desfecho. Portanto, tenhamos a frieza de recusarmos aqueles discursozinhos do sistema e do arco da velha que tantas vezes acabam a vitimizar os culpados e a culpabilizar as vítimas. Contudo, este não deixa de ser daqueles casos que nos deveriam fazer reflectir seriamente sobre a -desculpe-me a senhora que é Professora- treta -temos que ser educados, não?- de escola que temos. Questões tão comezinhas como saber se faz sentido misturarmos no mesmo estabelecimento de ensino crianças com dez anos que entram para o quinto ano, com rapazes de dezassete que ainda não acabaram o nono, para não falarmos da avaliação e da exigência de um sistema que licencia pessoas que mal sabem explicar devidamente uma ideia. Enfim... Com tanta paixão pela educação, a verdade é que temos os piores resultados entre os países da União.
    Mas há uma coisa que não poderemos nunca omitir e que -repito que sem tentar desculpabilizar os responsáveis- vale a pena falarmos em voz alta. É que nesta sociedade em que tudo é mercadoria e onde o pós-modernismo abriu caminho a um modelo de discurso em que tudo vale para se chegar ao topo e ao -permanecemos sem sermos capazes de distinguir os cantos de sereia, não é?- sucesso, aquelas questõezinhas insignificantes como os valores do respeito pelo semelhante e da admiração pela virtude, da honra e da seriedade, são patetices passadas em que só os líricos pensam e só os parvos procuram pôr em prática; neste país de engenheiros de domingo, o que conta é ter, ter, ter, ter, nem que para isso seja necessário pisar e...
    E não me contem histórias... Quando se diz que é o mundo que temos... Pergunto-me sempre quem me encosta o cano à cabeça para eu tomar atitudes que vão contra os meus princípios e quadro de valores.
    Quero dizer com isto que importa começar a associar-nos contra o poder das multinacionais e do capitalismo financeiro e selvagem que criaram a lógica da vida pelo lucro e contra todo o discurso ideológico do sucesso que as centrais de publicidade e as fontes difusoras de produtos mediáticos promovem. Mas também importa estar atento e exigir a devolução dos poderes aos parlamentos para que possamos dispor das organizações que nos sirvam e não, ao contrário, nos suguem sangue e tutano para se servirem de nós. Este mundo é que está muitíssimo errado e não serve, pois somos humanos, somos gente, de carne e osso, temos dignidade e não somos panos que se atiram para um canto quando já não servem para nada.
    Céus, o homem é comunista, querem ver?!... Com isso e afins se tem promovido o discurso único que vigora nos dias de hoje e a verdade é que nada há de revolucionário naquilo que acabei de escrever, antes e apenas o grito da impotência de quem sabe que, no lugar daquele triste miúdo, poderia muito bem estar alguma das minhas queridas filhas, só isso.

    E pronto, foi o meu desabafo, mais do que um discurso coerente ou com pretensões de dizer o que quer que fosse, mas é assim, há tragédias que nada mais nos incutem do que isto mesmo, desabafos.

    "-Mãe! Quando eu for grande quero ter uma pátria decente."

    Não incomodo mais, um resto de um dia bonito, sempre cheio de paz e saúde para a gozar

    Luís F. de A. Gomes

    ResponderEliminar
  3. PS

    AH! Esqueci-me de dizer:

    "a poalha d'oiro
    que resta nas nuvens
    enquanto ele se põe."

    É muito bonito.

    E o poema que publicou a seguir também. O amor sereno, ou a tranquilidade do amor despojado. Gostei.

    Haja saúde

    Luís F. de A. Gomes

    ResponderEliminar
  4. Há muitos anos já, + de 15, que trabalho com crianças diferentes, ou porque a lotaria genética lhes foi desfavorável ou pela exclusão social.Falo de turmas com alunos com NEE (necessidades educativas especiais) ou de turmas de Currículos Alternativos.Trabalhar com elas foi uma escolha e vou fzendo forkamção para isso.
    Todos os anos trabalho o bullying exaustivamente (ainda ele não tinha este nome entre nós) e não perdoo nada ao buller, nem tão tão pouco finjo que não vejo alguma situação que não diga, directamente, respeito aos meus alunos. Trabalho o assunto com os EE, os funcionários e os alunos. Arranjo mecanismos paralelos para me contarem, 1º em segredo ou anonimamente, porque nem sempre o conseguem fazer utilizando o eu, casos de em de que sejam a ser vítimas.E tenho sempre um substiuto(a) para quando não estou na escola e normalmente é uma funsionária de quem eles se sintam mais próximos.
    Claro que não resolvo tudo, mas consigo(uimos) algumas pequenas vitórias. Conseguimos por ex, que a turma, onde estava incluído um menino com síndroma de Asperguer, fosse um corpo permanente de defesa dele e + tarde que ele próprio dissesse aos buller que não gostava que lhe chamassem DEF, porque ele só tinha um problema e problemas todos temos.Conseguimos que os outros alunos começassem a olhar para o Ricardo P. com outros olhos, porque ele era muito bom a Inglês, em algumas áreas da Mat e no Desenho. Tenho alguns desenhos dele (todos a esferográfica), interessantíssimos e não encontro a capa onde os guardei, mas hei-de encontrar para postá-los aqui.

    Todos NÓS somos responsáveis neste tipo de situações. Nem que seja pela nossa inércia e indiferença.Este é um problema que tem que acabar à nascença. Seja onde for. Mesmo cá fora, nos transportes públicos ou a rua. Ou aqui na net em forma de CIBERBULLYING.
    Quantos de nós actua quando vê no exterior alguém a gozar" com outro/a, seja porque motivo for e vemos o outro a ficar encolhido, a tentar desaparecer, a diluir-se?

    Quantos de nós tomamos uma atitud quando na net vimos, nítidamente, que alguém está a ser propositadamente "gozado"?
    Não tenhamos ilusões!
    Os bullers existem porque nós deixamos que existam.Nós TODOS!

    ResponderEliminar
  5. Inês:
    Obrigada,vou trazer a notícia para aqui e parabéns pela tua participação no SENSIBILIZARTE.
    Muito gostaria eu de participar se tivesse qualidade para isso.
    Beijo

    ResponderEliminar
  6. Luís:
    O comentário grande é a minha resposta para si e para a Inês. Ontem não fui capaz de fazer um post porque fiquei demasiado chocada...
    Concordo em geral com o que diz.
    Não quer copiar a parte deste seu comentário em que se refere aos poemas e pô-la num comentário dos ditos cujos? É só fazer copy/paste e eu agradecia. ;))

    ResponderEliminar
  7. Olá,

    Depois de comentário tão sentido só poderia respeitar o seu pedido e não tem que agradecer.

    É isso, exactamente isso que está contido no conjunto dessas suas palavras tão pungentes quanto sinceras. Tiro-lhe o chapéu.
    Afinal, a nossa atitude conta, por mais insignificante que seja e muitas vezes resignamo-nos a nada fazer por pensarmos -erradamente- que não vale a pena. E vale.

    No caso em apreço, a Senhora não deixa por mãos alheias o que está ao seu alcance para que não haja enquadramento para situações trágicas como esta. Ora é dignificante saber que há remos desses na contra-corrente.

    Mas atenção a um pequeno pormenor que é a diluição da responsabilidade no todos que só é aceitável nessa medida em que sempre há algo ao alcance da nossa mão que poderemos fazer e estou em crer ser este o sentido -poderei dizer assim?- da sua revolta.

    Pessoalmente direi que é a sua forma -e bem- de dizer não a este mundo de plástico em que nos querem fazer que valemos tanto como as coisas. Gosto disso, é bonito de ver.

    Bem, não a empato mais. Um resto de um santa tarde para si e até um dia destes.

    Paz e saúde

    Luís F. de A. Gomes

    ResponderEliminar
  8. Imensas desculpas das gralhas anteriores e até um erro ortográfico que, juro, não costumo dar. Gralhas sim. Semeio-as aos montes, porque teclo muito rápido (são tipos como diz o Elenáro) e releio em diagonal deixando-as passar (às vezes nem releio :) )

    Corrigindo pois o comentário/resposta tipo lençol:
    *...fAzendo
    *...forMação
    *..."gozar"
    *... FunCionária" (kóooooorror)
    *...atitude

    ResponderEliminar
  9. Luís:
    Já lhe disse uma vez e volto a repetir: não me empata e agradeço os seus comentários que têm sido, sempre, assertivos e complementares.
    .
    Quanto a responsabilizar TODOS, em situações de bullying/ciberbullying , eu peço-lhe desculpa, mas não retiro o peso que eu dei ao TODOS. Eu refiro-me à atitude que TODOS devemos ter perante estes casos.Seja onde for. Em que altura do dia for. Em que circunstância for.E com quem for.

    Ficamos sujeitos a incómodos, ai isso ficamos. Mas dormimos depois com a consciência tranquila.Eu ainda acredito que o exemplo vale tudo.

    Nota: Claro que não somos directamente responsáveis pelo que aconteceu em Mirandela, ou no Afeganistão, ou num outro sítio qualquer. Mas não sermos amorfos, não ficarmos fechados no nosso pequeno mundo e sermos proactivos deste lado, podemos evitar que o mesmo aconteça aqui.

    Paz e saúde, Luís!

    ResponderEliminar
  10. Mas com esse peso não se trata de diluir a responsabilidade do modo negativo que lhe dei. Não, isso trata-se de responsabilizar o comportamento à anteriori e concordo inteiramente com isso. Há até um poema do Brecht que o ilustra muito bem e só para não maçar, lembro que, em boa parte, a tragédia do nazismo começou precisamente por essa indiferença de que fala.

    Desejos de paz e saúde

    Luís F. de A. Gomes

    ResponderEliminar
  11. "Os bullers existem porque nós deixamos que existam.Nós TODOS!"

    Em@, aqui disseste tudo. E como tudo disseste nada acrescento a isso.

    Digo apenas uma coisa, que não é acrescento nenhum: o Leandro morreu. A sua morte fica na consciência de quem é responsável (toda a comunidade escolar em causa). Como sei que a consciência das pessoas, em geral, deixa muito a desejar digo que, a morte desta criança (que para se suicidar era já mais adulta do que muitos com idade para o serem) em breve cairá no esquecimento. Terá morrido para nada. Abram os inquéritos que quiserem. Nada resultará. Nada se alterará com isso.

    Não publiquei nem falei neste caso antes por isso mesmo. Agora é noticia. Amanha nem história será. Cairá no esquecimento até que outra criança, adolescente ou até mesmo adulto morra pelos mesmos motivos.

    Termino voltando ao inicio e ao teu comentário, Em@. Esta criança morreu por todos viraram a cara, colegas, pais, funcionários e professores. A sua morte está nas suas consciências. Resta saber se as há.

    Pelo que já li por aí, tudo correu como se nada tivesse acontecido. Como disse, hoje já pouca história é... Amanhã não será nenhuma. Tão cedo não falarei mais neste caso. E porque digo isto? Porque a vida desta criança já nenhum de nós salvará. A paz e sofrimento da família ou de quem verdadeiramente se importou com esta criança, aí ainda podemos fazer algo. Deixemos os vivos chorarem em paz a perda daqueles que nos deixam.

    Que sirva de lição para o futuro e eu sei que não servirá.

    Desculpa vir destoar um pouco da solidariedade, Em@ mas a revolta fala mais alto. Estou farto de casos destes. Agora peço desculpas outra vez (e adiantadas) pelo que vou dizer. O que me espanta aqui é o espanto de muitos. Situações destas, para mim, infelizmente, não são novidade. E acontecem todas pela mesma razão: apatia de quem vê.

    Em@, as minhas sinceras desculpas. Mas a revolta é-me demasiado visceral para a conter. Se não quiseres não publiques o comentário.

    Beijinhos.

    ResponderEliminar
  12. Oi Ema,

    Esse assunto de vez em quando estoura aqui no Brasil. Fico revoltada com a incompetência de muitas escolas e professores para coibirem essas atitudes dos agressores. Aqui no Brasil, atribuo à falta de qualificação dos professores. Um descaso com o ser humano.

    ´é um tema polêmico.

    abçs
    Adriana

    ResponderEliminar
  13. Luís:
    Esse poema do Berthold Brecht é um dos que amiúde cito. Ele é um dos meus poetas preferidos.
    Tudo o que rodeia a 2º Guerra Mundial me atrai por diversos motivos, mas principlamente para (re)conhecer os sinais tão velhos e tão actuais que deram/dão origem à discriminação,exclusão, perseguição e genocídio.
    Já que tem 2 filhas dê uma vista de olhos a este post http://emapretoebrancoouacores.blogspot.com/2010/02/da-escola-da-sociedade.html.
    Paz e saúde.

    ResponderEliminar
  14. Elenáro:
    Nós já falámos sobre Bullying mais de uma vez.
    E se estás lembrado até temos posições muito próximas.
    Concordo, plenamente com o teu comentário e não percebo porque pões a hipótese de o não postar.
    Sei que neste momento a solidariedade é o socialemnte correcto, mas eu também estou muiiiiiito revoltada com tudo isto e, como até, não temos os dados todos limitei o meu post a 2 frases:
    A Escola também mata.
    Ou deixa morrer.
    Mas queria só acrescentar o seguinte:
    Isto engloba todos. Porque também há professores e funcionários a sofrer.
    O que mata é a INDIFERENÇA.
    Beijinho para ti.

    ResponderEliminar
  15. Oi, Adriana:
    Pois que é polémico é. Que o assunto não e novo também. E que a Indiferença pelo outro é um mal velho no mundo é coisa que estamos fartos de saber.
    Por acaso, nos últimos anos tem havido suficiente Formação a este nível. Eu pelo menos já fiz 3 Acções de Formações e de bastantes horas cada uma.O que acontece é toda a gente está muito preocupada com o seu umbigo, com o seu pequeno mundo e deixa passar despercebidos alguns sinais importantes no dia-a-dia de cada um de nós. Mas não culpemos só a Escola.A culpa é de TODOS.
    Vou postar a capa de um livro que eu acho muito interessante para professores e não só.
    Beijinho,

    ResponderEliminar
  16. Só disse aquilo do não postares porque não fui na onda que por esta blogosfera anda de "choque". Pior acusam-se todos menos os que lá estão todos os dias com as crianças, funcionários e professores, e os próprios pais que nada fazem enquanto é o filho dos outros.

    Como não tinha ido na onda que por aí anda poderias não querer publicar... Estavas no teu direito.

    ResponderEliminar
  17. Olá, novamente

    Sem querer estar a incomodar, é só para que me indique a etiqueta onde devo procurar o post a que se refere pois, pela morada que escreveu, presumo que se trata de uma das páginas deste seu espaço cheio de interesse e a verdade é que dá sítio não encontrado. Portanto, basta que me diga onde me devo dirigir através dos seus marcadores e lá irei, com todo o gosto, devo acrescentar.

    Se não for muito incómodo, desde já agradeço a atenção.

    Com votos de uma noite em paz,

    Luís F. de A. Gomes

    ResponderEliminar
  18. Eu também não fui na onda.
    E acrescento mais. Não possuímos os dados todos.
    Li hoje o que disse o Daniel Sampaio que tem estudado o suicídio infanto-juvenil. E sabes o que ele diz? Que o facto de ele se ter despido indicía que não se suícidou e aconselhava o Ministério Público a pedir uma autopsia psicológica.Parece que para o Leandro vários factores se juntaram naquele dia para que ele partisse.
    Postei ainda agora a capa de um livro qúe tem sido a minha bíblia nesta matéria. Como não é permitido a divulgação de partes do mesmo a não ser em contexto de sala de aula, vou preparar o post de que falei.
    Beijinho

    ResponderEliminar
  19. Luís:
    Não compreendo porque "página não encontrada". Deve ser um problema do blogger.
    Procure em Etiquetas: bullying, chat, da escola, da sociedade
    .
    Acabei e pstar a capa de um livro que lhe pode interessar e entretanto vou preparar um post sobre "os 10 factores + importantes acerca do bullying".
    Sáude e Paz

    ResponderEliminar