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quinta-feira, 25 de março de 2010

Desafio Poético II

Desafio Poético II
.
O desafio que vos proponho é o seguinte: comentários a partir do meu poema, em poema.
Alinham? Depois é feito um post colectivo, isto é, conforme forem chegando, passam para o corpo do blogue.
.
Melancolia
.
viajante de mim
abri as portas
e parti
para o princípio de tudo.
lá longe
no Sul.
.
foi inutilmente que fiz
o caminho de retorno.
a memória estagnou
desfez-se.
desapareceu tudo.
já não me lembro
onde era a minha casa
ou
quem fui.
.
e a casa?
terá ela apagado
o registo
da minha presença?
.
são tão tristes
as casas
que perdem o cheiro
dos que nelas habitaram.
.
depressa se tornam ruínas
com fantasmas ainda vivos
à procura
da sua própria identidade.
e
do caminho que os leve
de regresso
a casa.
.
Em@
......
Poema 2

Rasgo
a melancolia
com as minhas
mãos
decididas
fortes
nuas.
Foi
apenas
um equívoco!

Eu Sou o Sul.
.
Anabela Magalhães
......

Poema 3
.
"São tão tristes
as casas
que perdem o cheiro
dos que nelas habitaram"
e se consomem
no vazio da memória
dos que ficaram.

Passo a passo
fazemos a morada
com a sombra do que somos
e a luz que inventamos

Nela habitam
sonhos e duendes
no berço regaço
da voz primeira
que nos chamou
.
jad
......

Poema 4

é o hábito
que se cola a mim,
relembrar o Sul,
e no sonho partir
até à terra
onde nasci.

Inútil viagem,
sonho desfeito
no bloqueio
que me dilacerou.

Nada reconheço,
o cheiro desvaneceu-se,
de mim nada ficou
na morada vivida.

Aguardo um regresso
a casa, a mim,
ao meu eu,
entretanto perdido,
assim desconhecido.
.
Dudú
(maria eduarda)
......

Poema 5
.
A Sul
do Sul
ou a Oriente do Oriente
ou a Norte do Norte
tua casa será o sempre
nossa pátria --
a que regressarás
às nêsperas
às margaridas
às tílias
às amêndoas
da memória:

sim
connosco
tua memória será
um hoje
repleto de todos os hojes
que vives
e viveste.

Ochoa Angelo
.
......

Poema 6

Melancolia

Melão colhia
e lia
nas sementes
as mentes
de quem sentia
no dia-a-dia
as ferradas dos dentes
das serpentes…
Melão comia?
Ou seria melancia?
.
Miguel Loureiro
......

Poema 7

escorre, nua,
a saliva
pelos lábios da cal
onde um dia soletraste
o meu nome.

entre o sopro
e a sílaba
pressinto
o regresso da tua boca
na sombra do beijo.
.
Jorge Pimenta
......

Poema 8
.

Lia

lia
lia

noite
e
dia

lia
lia

com
agonia

lia
lia

de afasia

lia
lia

melancolia
.
Fouad Talal
......

Poema 9
.
o silêncio das asas
solta-se num murmurar
de saudade
aconchego o vazio
nas paredes que vivem em mim
e por mim
conjugo o verbo ser
para me encontrar
e dos lábios molhados
nasce a certeza...
sou mais inteira
do que quando parti.
.
Andy
......

Poema 10
.
estou cansada,
não há casas,
apenas noite,
e o silêncio.

uma réstia de dia,
que abriu as asas,
um beijo,
que fugiu...
.
LauraAlberto

......

Poema 11

O vento soprou todas as minhas pegadas,
E eu já não encontro o caminho de volta.
Então, choro…
Porque já não me percebo,
Porque já não me gosto,
Porque sinto saudade do que perdi.
E pinto a casa de um azul que já não é o mesmo,
E colho flores que já não têm a mesma vida.
Porque dói cada pedaço de mim que se desfaz
Quando tento alcançar aquilo de que já não me recordo.
Sozinha,
Recolho com as mangas as lágrimas
E colo-as na parede que me resta…
Na esperança de que as vejas,
E chores com elas…

Flávia Teodorico.

31 comentários:

  1. Rasgo
    a melancolia
    com as minhas
    mãos
    decididas
    fortes
    nuas.
    Foi
    apenas
    um equívoco!

    Eu Sou o Sul.

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  2. Mantendo que é um "Talvez Poema" participo assim:

    "São tão tristes
    as casas
    que pedem o cheiro
    dos que nelas habitaram"
    e se consomem
    no vazio da memória
    dos que ficaram.

    Passo a passo
    fazemos a morada
    com a sombra do que somos
    e a luz que inventamos

    Nela habitam
    sonhos e duendes
    no berço regaço
    da voz primeira
    que nos chamou

    ResponderEliminar
  3. é o hábito
    que se cola a mim,
    relembrar o Sul,
    e no sonho partir
    até à terra
    onde nasci.

    Inútil viagem,
    sonho desfeito
    no bloqueio
    que me dilacerou.

    Nada reconheço,
    o cheiro desvaneceu-se,
    de mim nada ficou
    na morada vivida.

    Aguardo um regresso
    a casa, a mim,
    ao meu eu,
    entretanto perdido,
    assim desconhecido.

    ResponderEliminar
  4. A Sul
    do Sul
    ou a Oriente do Oriente
    ou a Norte do Norte
    tua casa será o sempre
    nossa pátria --
    a que regressarás
    às nêsperas
    às margaridas
    às tílias
    às amêndoas
    da memória:

    sim
    connosco
    tua memória será
    um hoje
    repleto de todos os hojes
    que vives
    e viveste.
    Ochoa Angelo
    à Em@

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  5. Obrigada jad.
    mas podemos deixar o "talvez poema" na caixa dos comentários e só transitar o "poema" para o corpo principal?pleaaaaaaaaaase?

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  6. obrigada, Angelo.
    Já lá está.
    Beijinho

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  7. Brincando...

    Melancolia

    Melão colhia
    e lia
    nas sementes
    as mentes
    de quem sentia
    no dia-a-dia
    as ferradas dos dentes
    das serpentes…
    Melão comia?
    Ou seria melancia?

    ResponderEliminar
  8. Obrigada, MIguel.
    Já lá está. :)

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  9. Se insistes... mas é tua a responsabilidade...

    Já agora, Em@, coloca lá um "r" em "pe(r)dem" que é o que dizes no teu poema-desafio e que o meu teclado transmutou em pedem.
    Grato. Abraço.

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  10. Insisto,jad e insisto bem.mas não quero que te sintas onstrangido :S.
    vou corrigir.
    beijinho

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  11. Ora aqui vai:

    escorre, nua,
    a saliva
    pelos lábios da cal
    onde um dia soletraste
    o meu nome.

    entre o sopro
    e a sílaba
    pressinto
    o regresso da tua boca
    na sombra do beijo.

    Beijinho!

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  12. Não se trata de constrangimento, é antes o reconhecimento que me faltam passos a dar até ao poema. E o pior é que não sei se serei capaz de os dar... Até lá vou semeando o silêncio com as palavras que tiro do meu bornal.
    Abraço.

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  13. Lia

    lia
    lia

    noite
    e
    dia

    lia
    lia

    com
    agonia

    lia
    lia

    de afasia

    lia
    lia

    melancolia

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  14. Psst, jad, não olhes para o chão. é mais fácil.

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  15. vou tentar mas hoje parece que nada nasce dos lábios do coração

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  16. Obrigada, Fouad, já está em boa companhia.
    :)

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  17. Não tentes, Andy! Atira-te de cabeça. Não tarda os lábios do coração sussurram-te coisas bonitas. Eu sei. Beijinho :)

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  18. o silêncio das asas
    solta-se num murmurar
    de saudade
    aconchego o vazio
    nas paredes que vivem em mim
    e por mim
    conjugo o verbo ser
    para me encontrar
    e dos lábios molhados
    nasce a certeza...
    sou mais inteira
    do que quando parti.

    Bjinho Em@!
    E obg pela força...

    ResponderEliminar
  19. *
    Em@
    ,
    aplaudo a tua ideia,
    porém, não sei se notaste,
    eu sou muito indisciplinado,
    não sou anti-nada, mas gosto
    de viver sem algemas nem amarras,
    como poeta pró - anarca que sou.
    não é pessoal, aliás, muitos dos
    nossos companheiros virtuais o
    sabem e continuamos amigos,
    nestas estradas, a diversidade,
    floreia o nosso caminhar .
    ,
    a verdade em conchinhas, deixo,
    ,
    *

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  20. Poetaeusou:

    está à vontade. o desafio é para quem o quiser apanhar...aqui ninguém é obrigado/a a nada.
    eu sou pela liberdade e será sempre bem-vindo, como já disse num outro comentário.

    uma mão cheia de espuma do mar.

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  21. estou cansada,
    não há casas,
    apenas noite,
    e o silêncio.

    uma réstia de dia,
    que abriu as asas,
    um beijo,
    que fugiu...

    ResponderEliminar
  22. LauraAlberto, obrigada.
    Já lá está,corrente junto aos outros.
    beijinho

    ResponderEliminar
  23. O vento soprou todas as minhas pegadas,
    E eu já não encontro o caminho de volta.
    Então, choro…
    Porque já não me percebo,
    Porque já não me gosto,
    Porque sinto saudade do que perdi.
    E pinto a casa de um azul que já não é o mesmo,
    E colho flores que já não têm a mesma vida.
    Porque dói cada pedaço de mim que se desfaz
    Quando tento alcançar aquilo de que já não me recordo.
    Sozinha,
    Recolho com as mangas as lágrimas
    E colo-as na parede que me resta…
    Na esperança de que as vejas,
    E chores com elas…

    Flávia Teodorico.

    ResponderEliminar
  24. Já estava a ver que não aparecia aqui a tua pegada...mas enganei-me e ainda bem.
    Beijinhos, querida Flávia.

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  25. Já chego muito atrasado.

    Desculpe.

    distrai-me como as datas...

    Fica prá próxima.

    Beijoca

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  26. Vieira Calado:
    como queira. :)
    mas este é outro desafoi, começou ontem.não +e o do dia mundial da poesia.
    beijinho

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