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sexta-feira, 4 de junho de 2010

Ainda a Palestina

Olhemos para os mapas.
Reflictamos um pouco...



A palavra a Bruno Sena Martins

Nunca Mais

Quando nos damos conta dos extremos de agressividade por que se pautam as políticas militaristas do Estado de Israel, uma das explicações mais pertinentes refere ao modo como embriaguez torcionária se alimentou do estatuto de imputabilidade que, muito graças aos Estados Unidos, foi sendo cavado na arena internacional. No entanto, há outras questões e outras respostas que merecem ser contempladas. Para começar, esta pergunta aparentemente ingénua: “Como é possível que o povo judaico, depois de tudo o que passou, seja capaz de sujeitar as populações palestinianas a tal humilhação e espezinhamento?”

Podemos responder, claro, com a ferocidade defensiva que começou por ser essencial à própria existência do Estado de Israel, e que haveria de se converter numa ferocidade preventiva/opressiva que, incapaz de tomar em conta a desproporção das forças em conflito, configura a vitória sobre os palestinianos em termos que dramaticamente se aproximam da aspiração, militarmente sustentada, ao seu aniquilamento (reduzir a nada/nihil).

Mas deverá ter sido em conta um facto, frequentemente negligenciado, do inconsciente colectivo judaico. Após o Holocausto, quando todo o mundo apontava o dedo à ignomínia alemã, teve lugar uma outra culpabilização menos conhecida. Muitos judeus acusavam as próprias vítimas do Holocausto ― e não pode haver acusação mais vil e injusta ― de terem caminhado para as câmaras de gás como cordeiros para o matadouro, sem resistência. Esse sentimento, essa perversa culpabilização da vítima, veio a dar lugar à convicção de que jamais se poderia dar um palmo possibilidade ao inimigos: “jamais cordeiros”. Creio que esse sentimento, incorporado como resposta à insana culpabilização da vítima do Holocausto, permite explicar a muita da ferocidade e da intransigência com que os inimigos, já dobrados, continuam a ser tratados. O “nunca mais” impede Israel de reconhecer o povo palestiniano como o parente próximo das atrocidades que no passado vitimaram os judeus, o “nunca mais” impede Israel de se perceber como carrasco, o ”nunca mais” impede Israel de compreender que nenhuma paz se cumprirá cortejando as condições de possibilidade para o aniquilamento de um povo
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2 comentários:

  1. A questão da Palestina é muito complicada e não santos e diabos. Ambos têm culpa. O problema é que, nestas questões de islamismo vs ocidente, ou somente mundo árabe vs ocidente, não se pode começar muito com o andar para trás para tentar arranjar culpados.

    Se o fizermos termos de ir até ao Império Otomano e o século XVI-XVII para conseguir arranjar algum culpado. Isto para não dizer que teríamos de ir ainda mais atrás.

    Mas, de facto, se se quer culpar alguém pelos problemas da Palestina, não é no Médio Oriente que iremos conseguir encontrar os verdadeiros culpados.

    Esses estão na Europa e chamam-se Reino Unido, França e Rússia. Haverá outros mas estes são os que estão na génese da maioria dos problemas da Palestina e do mundo Árabe em geral.

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  2. claro que é muito complicada, Elenáro. se nada na vida é simples, isto muito menos... E é sempre no passado que se encontra a origem dos problemas. Mas tem que se achar urgentemente uma solução para isto.

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