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domingo, 21 de fevereiro de 2010

Da Educação

Editorial do Jornal i - 20/21 de Fev 2010
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9 comentários:

  1. Há um exercício engraçado de se fazer. Sobrepor um mapa em que colorimos a mancha dos países desenvolvidos a um outro em que fazemos o mesmo, mas desta vez para destacarmos aqueles que apostaram em sistemas de ensino há mais tempo. A coincidência entre eles é total.
    É aí que ecomeça o segredo do nosso atraso e infelizmente, ao contrário do que seria de esperar, desde os Governos do actual Presidente da República para cás, muito alegremente temo-nos dedicado a desmantelar um serviço de ensino público que teria seguramente arestas a limar e âmbitos a melhorar, mas dava resultados e especialmente começava a dar bons resultados no domínio de permitir uma boa formação em que pode assentar em boa parte todo o processo de mobilidade social. Há gerações de portugueses que hoje andarão entre os trinta e cinco e os quarenta anos que foram bem formados e mesmo do ponto de vista profissional, se apresentaram convenientemente apetrechados para se intregarem e singrarem no mercado de trabalho.
    Mas é como diz o articulista e a verdade é que tudo indica que temos elites de poder para quem um povo que sabe poderá ser sempre um que escolhe o que não convém que seja pela própria cabeça.

    É um mal lusitano, continuamos na terra das papas e dos bolos. Contra isso, o mínimo que poderemos fazer e é muito, importa sublinhá-lo, é precisamente isto, apresentar ideias a discussão; há que agitar as consciências e estes são bons espaços para tanto. As minhas modestas congratulações por isso.

    Luís F. de A. Gomes

    Luís F. de A. Gomes

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  2. Luís, boa noite!
    Uma das coisas que me revolta é precisamente a destruição da Escola Pública e do SNS.
    A Educação transformou-se em algo parecido com o futebol. Todos percebem muito e dão uns bitaites sobre o assunto. Daí não se escolherem para ministros da educação professores e quando algum era, era do superior.A IA é a 1ª ministra da ed, professora do ensino não superior.E nós, professores, que conhecemos o seu trabalho, sabemos que ela conhece bem a escola pública, os problemas do ensino e dos professores.Mas eu não tenho ilusões e apesar de saber do valor dela, também sei que quem manda no ME é o 1ºM. Portanto, sobre este assunto estamos conversados.
    Sobre o ensino profissional eu sou totalmente a favor - só tenho dúvidas quanto à idade para o aluno iniciar o mesmo.A minha carreira no ensino já me mostrou,há muito tempo, que infelizmente,a lotaria genética faz com que nem todos nasçam com as mesmas capacidades cognitivas, inteligência(s) e aprendizagem.(Deixemos de lado, agora, as outras: familiares, socio-económicas, etc que também são importantes).
    Não podemos continuar a deixar pelo caminho pessoas que poderiam ser óptimos profissionais e que para isso não precisam de andar na universidade.
    Temos que olhar para a Educação como uma ferramenta social, que ensine os alunos a pensar e a fazer escolhas. O 1º passo é o ensino da filosofia ter cada vez mais peso e a ser introduzido o mais cedo possível.A Filosofia ensina a pensar, a questionar, a debater, a argumentar...E precisamos disso. Chega de gente que engole tudo o que lhe dão!
    Escrevi demais, desculpe.
    Boa noite!

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  3. Estes políticos têm uma cruzada secreta - transformar todos em massa acrítica, não pensante, estupidificada - porque só assim estarão a salvo.

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  4. Tamém acho, Miga! E estou tão farta...Farta é pouco.Estou para além do farta! Já nem digo o nome de alguns!

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  5. Olá,

    Pois, parece que nos tempos que correm, tudo o que sejam mais de quinze linhas é um texto longo de mais, mas eu aguento e não me parece mesmo nada que tenha que ser assim. Mas adiante...

    Sim, o ensino profissional faz sempre falta e, apesar do que possa haver a melhorar, lá se vai fazendo na escola pública e em oportunidades e idades que me parecem de todo adequadas; a partir do décimo ano e até ao décimo segundo.
    O mesmo não se aplica àqueles cursos dentro do período do básico que se aplicam a determinados alunos que aí, por este ou aquele motivo, não conseguem o que se pode chamar de um percurso normal e, pelo menos, suficientemente sucedido.

    Já quanto ao que diz sobre o ensino da Filosofia, começo por dizer que naturalmente concordo quando diz que o ensino é uma ferramenta social que, aqui acrescento entre outras aquisições, permita que os alunos aprendam a pensar.
    Coloco as minhas reservas sobre a pertinência de uma entrada na disciplina mais cedo. A idade actual que corresponde à da entrada no décimo ano, parece-me a mais adequada. Sinceramente, tenho muitas dúvidas que a compreensão das temáticas que são aí abordadas possa dispensar uma série de requisitos anteriores em termos de conhecimento, mormente ao nível da História por causa do enquadramento das diversas expressões de pensamento -só para considerar um caso.
    Depois temos na realidade espaços de aprendizagem do uso do pensamento em disciplinas como a Matemática ou a Física, mas também no âmbito do estudo das línguas, tanto a materna como as estrangeiras; em Portugês, por exemplo, não se aprenderá a pensar com a interpretação de textos e especial e especificamente ao nível da poesia?"Há um abismo dentro de mim.", escreveu Pessoa. Ora não temos que exercitar bastante o pensamento para interpretarmos um verso aparentemente tão simples? Em conformidade, não penso que seja por aí que virá mal ao mundo.

    Compreendo a revolta de que fala, tendo em conta a linha do seu pensamento. Junto-me a si, na mesma. É verdadeiramente escandaloso que se tenha vindo a destruir a escola pública quando, ao contrário, deveríamos estar a caminhar para uma rede de ensino exigente, enriquecedora, profícua em termos de resultados e -isto pode parecer, como diz o discurso instalado, populismo, mas poderia dizer muitas coisas a esse respeito- obviamente gratuita. Mas isso seria uma outra discussão que requereria mais tempo.

    Está a ver, agora fui eu que escrevi demais, mas não lhe peço desculpa por isso, antes direi que não sei fazer melhor e com mais poder de síntese. É assim, a delicadeza do assunto, o nosso futuro e o dos nossos filhos que é ao que tudo isto se resume, leva-nos muitas vezes a falar com o coração na ponta da língua e nem sempre conseguimos a necessária distância que impeça a emoção de nos cercear um discurso razoável e sintétito, não palavroso.

    Tenha uma tarde em paz e com muita saúde,

    Luís F. de A. Gomes

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  6. Olá,
    Pois, parece que nos tempos que correm, tudo o que sejam mais de quinze linhas é um texto longo de mais, mas eu aguento e não me parece mesmo nada que tenha que ser assim. Mas adiante...

    Sim, o ensino profissional faz sempre falta e, apesar do que possa haver a melhorar, lá se vai fazendo na escola pública e em oportunidades e idades que me parecem de todo adequadas; a partir do décimo ano e até ao décimo segundo.
    O mesmo não se aplica àqueles cursos dentro do período do básico que se aplicam a determinados alunos que aí, por este ou aquele motivo, não conseguem o que se pode chamar de um percurso normal e, pelo menos, suficientemente sucedido.

    Já quanto ao que diz sobre o ensino da Filosofia, começo por dizer que naturalmente concordo quando diz que o ensino é uma ferramenta social que, aqui acrescento entre outras aquisições, permita que os alunos aprendam a pensar.
    Coloco as minhas reservas sobre a pertinência de uma entrada na disciplina mais cedo. A idade actual que corresponde à da entrada no décimo ano, parece-me a mais adequada. Sinceramente, tenho muitas dúvidas que a compreensão das temáticas que são aí abordadas possa dispensar uma série de requisitos anteriores em termos de conhecimento, mormente ao nível da História por causa do enquadramento das diversas expressões de pensamento -só para considerar um caso.
    Depois temos na realidade espaços de aprendizagem do uso do pensamento em disciplinas como a Matemática ou a Física, mas também no âmbito do estudo das línguas, tanto a materna como as estrangeiras; em Portugês, por exemplo, não se aprenderá a pensar com a interpretação de textos e especial e especificamente ao nível da poesia?"Há um abismo dentro de mim.", escreveu Pessoa. Ora não temos que exercitar bastante o pensamento para interpretarmos um verso aparentemente tão simples? Em conformidade, não penso que seja por aí que virá mal ao mundo.

    Compreendo a revolta de que fala, tendo em conta a linha do seu pensamento. Junto-me a si, na mesma. É verdadeiramente escandaloso que se tenha vindo a destruir a escola pública quando, ao contrário, deveríamos estar a caminhar para uma rede de ensino exigente, enriquecedora, profícua em termos de resultados e -isto pode parecer, como diz o discurso instalado, populismo, mas poderia dizer muitas coisas a esse respeito- obviamente gratuita. Mas isso seria uma outra discussão que requereria mais tempo.

    Está a ver, agora fui eu que escrevi demais, mas não lhe peço desculpa por isso, antes direi que não sei fazer melhor e com mais poder de síntese. É assim, a delicadeza do assunto, o nosso futuro e o dos nossos filhos que é ao que tudo isto se resume, leva-nos muitas vezes a falar com o coração na ponta da língua e nem sempre conseguimos a necessária distância que impeça a emoção de nos cercear um discurso razoável e sintético, não palavroso.

    Tenha uma tarde em paz e com muita saúde,

    Luís F. de A. Gomes

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  7. Por acaso agora até já há formação para todos os professores na área da Filosofia, o que eu acho imprescindível.
    A Filosofia pode e deve ser dada desde a mais tenra idade. O segredo está na forma como esta é dada. E nem sequer é preciso que haja uma disciplina com esse nome.Os miúdis semre gostaram de ouvir histórias e depois de falar sobre elas... Se todos os professores tiverem formação nesta área, torna-se tudo mais fácil. Agora banir a Filosofia como fizeram ou queriam fazer...
    Boa tarde

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  8. Olá, mais uma vez

    No sentido em que está a colocar o problema, sim, inteiramente de acordo consigo, mas era precisamente o que lhe dizia com o "abismo..." e fazer decorrer daí a obrigatoriedade dessa área na formação de Professores, é, como diz, imprescindível. Também não tenho dúvida alguma a esse respeito e pelos motivos que anteriormente a Senhora explicou.

    Mas já baniram a Filosofia do secundário, quando, numa lógica de merceeiro e Valentim Loureiro -faz rima e tudo- a passaram à categoria de facultativa.
    Foi pura e simplesmente um atentado contra a dignidade da pessoa humana e o pior de tudo é que foi um acto consciente.

    E pronto, até ao próximo comentário, em cujo entrementes lhe desejo muita paz e saúde

    Luís F. de A. Gomes

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  9. Luís:
    Desculpe as gralhas , mas o meu teclado é louco...
    *...miúdos
    *...sempre

    Será que alguma vez agradou aos políticos que as pessoas soubessem pensar? Argumentar? questionar? Huuuuuuuuuum, não acredito.

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