Há um exercício engraçado de se fazer. Sobrepor um mapa em que colorimos a mancha dos países desenvolvidos a um outro em que fazemos o mesmo, mas desta vez para destacarmos aqueles que apostaram em sistemas de ensino há mais tempo. A coincidência entre eles é total. É aí que ecomeça o segredo do nosso atraso e infelizmente, ao contrário do que seria de esperar, desde os Governos do actual Presidente da República para cás, muito alegremente temo-nos dedicado a desmantelar um serviço de ensino público que teria seguramente arestas a limar e âmbitos a melhorar, mas dava resultados e especialmente começava a dar bons resultados no domínio de permitir uma boa formação em que pode assentar em boa parte todo o processo de mobilidade social. Há gerações de portugueses que hoje andarão entre os trinta e cinco e os quarenta anos que foram bem formados e mesmo do ponto de vista profissional, se apresentaram convenientemente apetrechados para se intregarem e singrarem no mercado de trabalho. Mas é como diz o articulista e a verdade é que tudo indica que temos elites de poder para quem um povo que sabe poderá ser sempre um que escolhe o que não convém que seja pela própria cabeça.
É um mal lusitano, continuamos na terra das papas e dos bolos. Contra isso, o mínimo que poderemos fazer e é muito, importa sublinhá-lo, é precisamente isto, apresentar ideias a discussão; há que agitar as consciências e estes são bons espaços para tanto. As minhas modestas congratulações por isso.
Luís, boa noite! Uma das coisas que me revolta é precisamente a destruição da Escola Pública e do SNS. A Educação transformou-se em algo parecido com o futebol. Todos percebem muito e dão uns bitaites sobre o assunto. Daí não se escolherem para ministros da educação professores e quando algum era, era do superior.A IA é a 1ª ministra da ed, professora do ensino não superior.E nós, professores, que conhecemos o seu trabalho, sabemos que ela conhece bem a escola pública, os problemas do ensino e dos professores.Mas eu não tenho ilusões e apesar de saber do valor dela, também sei que quem manda no ME é o 1ºM. Portanto, sobre este assunto estamos conversados. Sobre o ensino profissional eu sou totalmente a favor - só tenho dúvidas quanto à idade para o aluno iniciar o mesmo.A minha carreira no ensino já me mostrou,há muito tempo, que infelizmente,a lotaria genética faz com que nem todos nasçam com as mesmas capacidades cognitivas, inteligência(s) e aprendizagem.(Deixemos de lado, agora, as outras: familiares, socio-económicas, etc que também são importantes). Não podemos continuar a deixar pelo caminho pessoas que poderiam ser óptimos profissionais e que para isso não precisam de andar na universidade. Temos que olhar para a Educação como uma ferramenta social, que ensine os alunos a pensar e a fazer escolhas. O 1º passo é o ensino da filosofia ter cada vez mais peso e a ser introduzido o mais cedo possível.A Filosofia ensina a pensar, a questionar, a debater, a argumentar...E precisamos disso. Chega de gente que engole tudo o que lhe dão! Escrevi demais, desculpe. Boa noite!
Pois, parece que nos tempos que correm, tudo o que sejam mais de quinze linhas é um texto longo de mais, mas eu aguento e não me parece mesmo nada que tenha que ser assim. Mas adiante...
Sim, o ensino profissional faz sempre falta e, apesar do que possa haver a melhorar, lá se vai fazendo na escola pública e em oportunidades e idades que me parecem de todo adequadas; a partir do décimo ano e até ao décimo segundo. O mesmo não se aplica àqueles cursos dentro do período do básico que se aplicam a determinados alunos que aí, por este ou aquele motivo, não conseguem o que se pode chamar de um percurso normal e, pelo menos, suficientemente sucedido.
Já quanto ao que diz sobre o ensino da Filosofia, começo por dizer que naturalmente concordo quando diz que o ensino é uma ferramenta social que, aqui acrescento entre outras aquisições, permita que os alunos aprendam a pensar. Coloco as minhas reservas sobre a pertinência de uma entrada na disciplina mais cedo. A idade actual que corresponde à da entrada no décimo ano, parece-me a mais adequada. Sinceramente, tenho muitas dúvidas que a compreensão das temáticas que são aí abordadas possa dispensar uma série de requisitos anteriores em termos de conhecimento, mormente ao nível da História por causa do enquadramento das diversas expressões de pensamento -só para considerar um caso. Depois temos na realidade espaços de aprendizagem do uso do pensamento em disciplinas como a Matemática ou a Física, mas também no âmbito do estudo das línguas, tanto a materna como as estrangeiras; em Portugês, por exemplo, não se aprenderá a pensar com a interpretação de textos e especial e especificamente ao nível da poesia?"Há um abismo dentro de mim.", escreveu Pessoa. Ora não temos que exercitar bastante o pensamento para interpretarmos um verso aparentemente tão simples? Em conformidade, não penso que seja por aí que virá mal ao mundo.
Compreendo a revolta de que fala, tendo em conta a linha do seu pensamento. Junto-me a si, na mesma. É verdadeiramente escandaloso que se tenha vindo a destruir a escola pública quando, ao contrário, deveríamos estar a caminhar para uma rede de ensino exigente, enriquecedora, profícua em termos de resultados e -isto pode parecer, como diz o discurso instalado, populismo, mas poderia dizer muitas coisas a esse respeito- obviamente gratuita. Mas isso seria uma outra discussão que requereria mais tempo.
Está a ver, agora fui eu que escrevi demais, mas não lhe peço desculpa por isso, antes direi que não sei fazer melhor e com mais poder de síntese. É assim, a delicadeza do assunto, o nosso futuro e o dos nossos filhos que é ao que tudo isto se resume, leva-nos muitas vezes a falar com o coração na ponta da língua e nem sempre conseguimos a necessária distância que impeça a emoção de nos cercear um discurso razoável e sintétito, não palavroso.
Olá, Pois, parece que nos tempos que correm, tudo o que sejam mais de quinze linhas é um texto longo de mais, mas eu aguento e não me parece mesmo nada que tenha que ser assim. Mas adiante...
Sim, o ensino profissional faz sempre falta e, apesar do que possa haver a melhorar, lá se vai fazendo na escola pública e em oportunidades e idades que me parecem de todo adequadas; a partir do décimo ano e até ao décimo segundo. O mesmo não se aplica àqueles cursos dentro do período do básico que se aplicam a determinados alunos que aí, por este ou aquele motivo, não conseguem o que se pode chamar de um percurso normal e, pelo menos, suficientemente sucedido.
Já quanto ao que diz sobre o ensino da Filosofia, começo por dizer que naturalmente concordo quando diz que o ensino é uma ferramenta social que, aqui acrescento entre outras aquisições, permita que os alunos aprendam a pensar. Coloco as minhas reservas sobre a pertinência de uma entrada na disciplina mais cedo. A idade actual que corresponde à da entrada no décimo ano, parece-me a mais adequada. Sinceramente, tenho muitas dúvidas que a compreensão das temáticas que são aí abordadas possa dispensar uma série de requisitos anteriores em termos de conhecimento, mormente ao nível da História por causa do enquadramento das diversas expressões de pensamento -só para considerar um caso. Depois temos na realidade espaços de aprendizagem do uso do pensamento em disciplinas como a Matemática ou a Física, mas também no âmbito do estudo das línguas, tanto a materna como as estrangeiras; em Portugês, por exemplo, não se aprenderá a pensar com a interpretação de textos e especial e especificamente ao nível da poesia?"Há um abismo dentro de mim.", escreveu Pessoa. Ora não temos que exercitar bastante o pensamento para interpretarmos um verso aparentemente tão simples? Em conformidade, não penso que seja por aí que virá mal ao mundo.
Compreendo a revolta de que fala, tendo em conta a linha do seu pensamento. Junto-me a si, na mesma. É verdadeiramente escandaloso que se tenha vindo a destruir a escola pública quando, ao contrário, deveríamos estar a caminhar para uma rede de ensino exigente, enriquecedora, profícua em termos de resultados e -isto pode parecer, como diz o discurso instalado, populismo, mas poderia dizer muitas coisas a esse respeito- obviamente gratuita. Mas isso seria uma outra discussão que requereria mais tempo.
Está a ver, agora fui eu que escrevi demais, mas não lhe peço desculpa por isso, antes direi que não sei fazer melhor e com mais poder de síntese. É assim, a delicadeza do assunto, o nosso futuro e o dos nossos filhos que é ao que tudo isto se resume, leva-nos muitas vezes a falar com o coração na ponta da língua e nem sempre conseguimos a necessária distância que impeça a emoção de nos cercear um discurso razoável e sintético, não palavroso.
Por acaso agora até já há formação para todos os professores na área da Filosofia, o que eu acho imprescindível. A Filosofia pode e deve ser dada desde a mais tenra idade. O segredo está na forma como esta é dada. E nem sequer é preciso que haja uma disciplina com esse nome.Os miúdis semre gostaram de ouvir histórias e depois de falar sobre elas... Se todos os professores tiverem formação nesta área, torna-se tudo mais fácil. Agora banir a Filosofia como fizeram ou queriam fazer... Boa tarde
No sentido em que está a colocar o problema, sim, inteiramente de acordo consigo, mas era precisamente o que lhe dizia com o "abismo..." e fazer decorrer daí a obrigatoriedade dessa área na formação de Professores, é, como diz, imprescindível. Também não tenho dúvida alguma a esse respeito e pelos motivos que anteriormente a Senhora explicou.
Mas já baniram a Filosofia do secundário, quando, numa lógica de merceeiro e Valentim Loureiro -faz rima e tudo- a passaram à categoria de facultativa. Foi pura e simplesmente um atentado contra a dignidade da pessoa humana e o pior de tudo é que foi um acto consciente.
E pronto, até ao próximo comentário, em cujo entrementes lhe desejo muita paz e saúde
Em defesa do Ambiente. Em defesa da Terra. Em defesa do Universo.
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"É proíbida a entrada a quem não estiver espantado de existir." José Gomes Ferreira
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Reticências
"As reticências são os três primeiros passos do pensamento que continua por conta própria o seu caminho..."
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Exílio
"Quando a pátria que temos não a temos
Perdida por silêncio e por renúncia
Até a voz do mar se torna exílio
E a luz que nos rodeia é como grades."
Sophia de Mello Breyner Andresen
Nos teus olhos
"É nos teus olhos que o mundo inteiro cabe, mesmo quando as suas voltas me levam para longe de ti; Nuno Júdice
Vazio
"A mãe reparou que o menino
gostava mais do vazio
do que do cheio.
Falava que os vazios são maiores
e até infinitos.”
Manoel de Barros
Poema do Contra
"Todos estes que aí estão atravancando o meu caminho, eles passarão. Eu passarinho!" Mario Quintana
Quando Eu Morrer
"Quando eu morrer voltarei para buscar
os instantes que não vivi junto ao mar."
Sophia de Mello Breyner Andresen
Quem
"...Quem nos deu asas para andar de rastos?
Quem nos deu olhos para ver os astros
Sem nos dar braços para os alcançar?!..." Florbela Espanca
Livro
"O livro é um mudo que fala, um surdo que responde, um cego que guia, um morto que vive." Vieira, António (Padre)
Palavras
"As palavras não dizem tudo quanto é preciso. Diriam mais, talvez, se fossem asas." José Saramago
Escrever
"Escrever é fácil: começas com uma letra maiúscula e terminas com um ponto final. No meio colocas as ideias." Pablo Neruda
Dúvida
"Duvido, portanto penso."
Fernando Pessoa
Sabedoria Africana
Ter sempre pressa não impede a morte, tal como ter vagar não nos impede de viver."
Provérbio Escandinavo
"Visite os seus amigos com frequência. O mato cresce depressa em caminhos pouco percorrido."
Trabalho
"O homem não nasceu para trabalhar, mas para criar."Professor Agostinho da Silva
Futuro
"O Futuro é a solidão por estrear." José Agualusa in Barroco Tropical
Poeta
"Quando já não havia outra tinta no mundo, o poeta usou do seu próprio sangue. Não dispondo de papel, ele escreveu no próprio corpo. Assim, nasceu a voz, o rio em si mesmo ancorado. Como o sangue: sem voz nem nascente."
Mia Couto
Talvez poema
"(...) Osamigosnãomorrem
somosnósquemorremos namortedeles"
Jad
Sensibilidade
"A sensibilidade é a pele da alma..." Miguel Loureiro
Sentidos
"Nós temos cinco sentidos: são dois pares e meio de asas.- Como quereis o equilíbrio?" David Mourão-Ferreira
"Se soubesse que o mundo se desintegraria amanhã, ainda assim plantaria a minha macieira. O que me assusta não é a violência de poucos, mas a omissão de muitos. Temos aprendido a voar como os pássaros, a nadar como os peixes, mas não aprendemos a sensível arte de viver como irmãos." Martin Luther King
"To see a world in a grain of sand, and heaven in a wild flower... hold infinity in the palm of your hand, and eternity in an hour." William Blake
Caos
"É preciso muito caos interior para se poder parir uma estrela que dança." Nietzsche
Quase
"Quem quase morre ainda vive. Quem quase vive já morreu." Luís Fernando Veríssimo
O valor das coisas
"O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem.Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis". Fernando Pessoa
Playing For Change
“Behind the storms of daily conflict, crisis and struggle, it is the artist, and the poet and the musician that continues the quiet work of the centuries, building bridges of experience between peoples, and reminding us the universality of our feelings, desires, and despairs, and reminding us that the forces that unite are deeper than those that divide.”
Há um exercício engraçado de se fazer. Sobrepor um mapa em que colorimos a mancha dos países desenvolvidos a um outro em que fazemos o mesmo, mas desta vez para destacarmos aqueles que apostaram em sistemas de ensino há mais tempo. A coincidência entre eles é total.
ResponderEliminarÉ aí que ecomeça o segredo do nosso atraso e infelizmente, ao contrário do que seria de esperar, desde os Governos do actual Presidente da República para cás, muito alegremente temo-nos dedicado a desmantelar um serviço de ensino público que teria seguramente arestas a limar e âmbitos a melhorar, mas dava resultados e especialmente começava a dar bons resultados no domínio de permitir uma boa formação em que pode assentar em boa parte todo o processo de mobilidade social. Há gerações de portugueses que hoje andarão entre os trinta e cinco e os quarenta anos que foram bem formados e mesmo do ponto de vista profissional, se apresentaram convenientemente apetrechados para se intregarem e singrarem no mercado de trabalho.
Mas é como diz o articulista e a verdade é que tudo indica que temos elites de poder para quem um povo que sabe poderá ser sempre um que escolhe o que não convém que seja pela própria cabeça.
É um mal lusitano, continuamos na terra das papas e dos bolos. Contra isso, o mínimo que poderemos fazer e é muito, importa sublinhá-lo, é precisamente isto, apresentar ideias a discussão; há que agitar as consciências e estes são bons espaços para tanto. As minhas modestas congratulações por isso.
Luís F. de A. Gomes
Luís F. de A. Gomes
Luís, boa noite!
ResponderEliminarUma das coisas que me revolta é precisamente a destruição da Escola Pública e do SNS.
A Educação transformou-se em algo parecido com o futebol. Todos percebem muito e dão uns bitaites sobre o assunto. Daí não se escolherem para ministros da educação professores e quando algum era, era do superior.A IA é a 1ª ministra da ed, professora do ensino não superior.E nós, professores, que conhecemos o seu trabalho, sabemos que ela conhece bem a escola pública, os problemas do ensino e dos professores.Mas eu não tenho ilusões e apesar de saber do valor dela, também sei que quem manda no ME é o 1ºM. Portanto, sobre este assunto estamos conversados.
Sobre o ensino profissional eu sou totalmente a favor - só tenho dúvidas quanto à idade para o aluno iniciar o mesmo.A minha carreira no ensino já me mostrou,há muito tempo, que infelizmente,a lotaria genética faz com que nem todos nasçam com as mesmas capacidades cognitivas, inteligência(s) e aprendizagem.(Deixemos de lado, agora, as outras: familiares, socio-económicas, etc que também são importantes).
Não podemos continuar a deixar pelo caminho pessoas que poderiam ser óptimos profissionais e que para isso não precisam de andar na universidade.
Temos que olhar para a Educação como uma ferramenta social, que ensine os alunos a pensar e a fazer escolhas. O 1º passo é o ensino da filosofia ter cada vez mais peso e a ser introduzido o mais cedo possível.A Filosofia ensina a pensar, a questionar, a debater, a argumentar...E precisamos disso. Chega de gente que engole tudo o que lhe dão!
Escrevi demais, desculpe.
Boa noite!
Estes políticos têm uma cruzada secreta - transformar todos em massa acrítica, não pensante, estupidificada - porque só assim estarão a salvo.
ResponderEliminarTamém acho, Miga! E estou tão farta...Farta é pouco.Estou para além do farta! Já nem digo o nome de alguns!
ResponderEliminarOlá,
ResponderEliminarPois, parece que nos tempos que correm, tudo o que sejam mais de quinze linhas é um texto longo de mais, mas eu aguento e não me parece mesmo nada que tenha que ser assim. Mas adiante...
Sim, o ensino profissional faz sempre falta e, apesar do que possa haver a melhorar, lá se vai fazendo na escola pública e em oportunidades e idades que me parecem de todo adequadas; a partir do décimo ano e até ao décimo segundo.
O mesmo não se aplica àqueles cursos dentro do período do básico que se aplicam a determinados alunos que aí, por este ou aquele motivo, não conseguem o que se pode chamar de um percurso normal e, pelo menos, suficientemente sucedido.
Já quanto ao que diz sobre o ensino da Filosofia, começo por dizer que naturalmente concordo quando diz que o ensino é uma ferramenta social que, aqui acrescento entre outras aquisições, permita que os alunos aprendam a pensar.
Coloco as minhas reservas sobre a pertinência de uma entrada na disciplina mais cedo. A idade actual que corresponde à da entrada no décimo ano, parece-me a mais adequada. Sinceramente, tenho muitas dúvidas que a compreensão das temáticas que são aí abordadas possa dispensar uma série de requisitos anteriores em termos de conhecimento, mormente ao nível da História por causa do enquadramento das diversas expressões de pensamento -só para considerar um caso.
Depois temos na realidade espaços de aprendizagem do uso do pensamento em disciplinas como a Matemática ou a Física, mas também no âmbito do estudo das línguas, tanto a materna como as estrangeiras; em Portugês, por exemplo, não se aprenderá a pensar com a interpretação de textos e especial e especificamente ao nível da poesia?"Há um abismo dentro de mim.", escreveu Pessoa. Ora não temos que exercitar bastante o pensamento para interpretarmos um verso aparentemente tão simples? Em conformidade, não penso que seja por aí que virá mal ao mundo.
Compreendo a revolta de que fala, tendo em conta a linha do seu pensamento. Junto-me a si, na mesma. É verdadeiramente escandaloso que se tenha vindo a destruir a escola pública quando, ao contrário, deveríamos estar a caminhar para uma rede de ensino exigente, enriquecedora, profícua em termos de resultados e -isto pode parecer, como diz o discurso instalado, populismo, mas poderia dizer muitas coisas a esse respeito- obviamente gratuita. Mas isso seria uma outra discussão que requereria mais tempo.
Está a ver, agora fui eu que escrevi demais, mas não lhe peço desculpa por isso, antes direi que não sei fazer melhor e com mais poder de síntese. É assim, a delicadeza do assunto, o nosso futuro e o dos nossos filhos que é ao que tudo isto se resume, leva-nos muitas vezes a falar com o coração na ponta da língua e nem sempre conseguimos a necessária distância que impeça a emoção de nos cercear um discurso razoável e sintétito, não palavroso.
Tenha uma tarde em paz e com muita saúde,
Luís F. de A. Gomes
Olá,
ResponderEliminarPois, parece que nos tempos que correm, tudo o que sejam mais de quinze linhas é um texto longo de mais, mas eu aguento e não me parece mesmo nada que tenha que ser assim. Mas adiante...
Sim, o ensino profissional faz sempre falta e, apesar do que possa haver a melhorar, lá se vai fazendo na escola pública e em oportunidades e idades que me parecem de todo adequadas; a partir do décimo ano e até ao décimo segundo.
O mesmo não se aplica àqueles cursos dentro do período do básico que se aplicam a determinados alunos que aí, por este ou aquele motivo, não conseguem o que se pode chamar de um percurso normal e, pelo menos, suficientemente sucedido.
Já quanto ao que diz sobre o ensino da Filosofia, começo por dizer que naturalmente concordo quando diz que o ensino é uma ferramenta social que, aqui acrescento entre outras aquisições, permita que os alunos aprendam a pensar.
Coloco as minhas reservas sobre a pertinência de uma entrada na disciplina mais cedo. A idade actual que corresponde à da entrada no décimo ano, parece-me a mais adequada. Sinceramente, tenho muitas dúvidas que a compreensão das temáticas que são aí abordadas possa dispensar uma série de requisitos anteriores em termos de conhecimento, mormente ao nível da História por causa do enquadramento das diversas expressões de pensamento -só para considerar um caso.
Depois temos na realidade espaços de aprendizagem do uso do pensamento em disciplinas como a Matemática ou a Física, mas também no âmbito do estudo das línguas, tanto a materna como as estrangeiras; em Portugês, por exemplo, não se aprenderá a pensar com a interpretação de textos e especial e especificamente ao nível da poesia?"Há um abismo dentro de mim.", escreveu Pessoa. Ora não temos que exercitar bastante o pensamento para interpretarmos um verso aparentemente tão simples? Em conformidade, não penso que seja por aí que virá mal ao mundo.
Compreendo a revolta de que fala, tendo em conta a linha do seu pensamento. Junto-me a si, na mesma. É verdadeiramente escandaloso que se tenha vindo a destruir a escola pública quando, ao contrário, deveríamos estar a caminhar para uma rede de ensino exigente, enriquecedora, profícua em termos de resultados e -isto pode parecer, como diz o discurso instalado, populismo, mas poderia dizer muitas coisas a esse respeito- obviamente gratuita. Mas isso seria uma outra discussão que requereria mais tempo.
Está a ver, agora fui eu que escrevi demais, mas não lhe peço desculpa por isso, antes direi que não sei fazer melhor e com mais poder de síntese. É assim, a delicadeza do assunto, o nosso futuro e o dos nossos filhos que é ao que tudo isto se resume, leva-nos muitas vezes a falar com o coração na ponta da língua e nem sempre conseguimos a necessária distância que impeça a emoção de nos cercear um discurso razoável e sintético, não palavroso.
Tenha uma tarde em paz e com muita saúde,
Luís F. de A. Gomes
Por acaso agora até já há formação para todos os professores na área da Filosofia, o que eu acho imprescindível.
ResponderEliminarA Filosofia pode e deve ser dada desde a mais tenra idade. O segredo está na forma como esta é dada. E nem sequer é preciso que haja uma disciplina com esse nome.Os miúdis semre gostaram de ouvir histórias e depois de falar sobre elas... Se todos os professores tiverem formação nesta área, torna-se tudo mais fácil. Agora banir a Filosofia como fizeram ou queriam fazer...
Boa tarde
Olá, mais uma vez
ResponderEliminarNo sentido em que está a colocar o problema, sim, inteiramente de acordo consigo, mas era precisamente o que lhe dizia com o "abismo..." e fazer decorrer daí a obrigatoriedade dessa área na formação de Professores, é, como diz, imprescindível. Também não tenho dúvida alguma a esse respeito e pelos motivos que anteriormente a Senhora explicou.
Mas já baniram a Filosofia do secundário, quando, numa lógica de merceeiro e Valentim Loureiro -faz rima e tudo- a passaram à categoria de facultativa.
Foi pura e simplesmente um atentado contra a dignidade da pessoa humana e o pior de tudo é que foi um acto consciente.
E pronto, até ao próximo comentário, em cujo entrementes lhe desejo muita paz e saúde
Luís F. de A. Gomes
Luís:
ResponderEliminarDesculpe as gralhas , mas o meu teclado é louco...
*...miúdos
*...sempre
Será que alguma vez agradou aos políticos que as pessoas soubessem pensar? Argumentar? questionar? Huuuuuuuuuum, não acredito.