A terra que te ofereço
Quando,
ansiosa,
pela primeira vez
pisares
a terra que te ofereço,
estarei presente
para auscultar,
no ar,
a viração suave do encontro
da lua que transportas
com a sólida
a materna nudez do horizonte.
Quando,
ansioso,
te vir a caminhar
no chão de minha oferta,
coloco,
brandamente,
em tuas mãos,
uma quinda de mel
colhido em tardes quentes
de irreversível
votação ao Sul.
Trago
para ti
em cada mão
aberta,
os frutos mais recentes
desse Outono
que te ofereço verde:
o mês mais farto de óleos
e ternura avulsa.
E dou-te a mão
para que possas
ver,
mais confiante,
a vastidão
sonora
de uma aurora
elaborada em espera
e refletida
na rápida torrente
que se mede em cor.
Num mapa
desdobrado para ti,
eu marcarei
as rotas
que sei já
e quero dar-te:
o deslizar de um gesto,
a esteira fumegante
de um archote
aceso,
um tracejar
vermelho
de pés nus,
um corredor aberto
na savana,
um navegável
mar
de plasma
quente.
Ruy Duarte de Carvalho - [1941-2010]
Olááá,
ResponderEliminarMais uma vez nos brinda com beleza de poesia que faz a mente vibrar e os olhos se deliciarem nas imagens que as palavras tão suave e docemente pintam.
Nesta oportunidade, no meu particular, para dar a conhecer uma pena que desconhecia em absoluto. Bem haja pois, por isso.
Um resto de noite em paz,
Luís Gomes
Olá, Luís!
ResponderEliminarRegressei.
Aos poucos irei retomando o ritmo.
obrigada por tudo.
saúde e paz.
boa noite!