Sabes que me ando a mentalizar para um dia ir à Polónia, aos campos de concentração? Se bem que sei que nunca me mentalizarei o suficiente para não abanar completamente com a barbarie. Beijocas, Em@!
Em dia tão bonito para uma lembrança tão hedionda.
E sabe, Ema, o mais triste dos monumentos é o silêncio das ruas, o silêncio da ausência nas ruas, os gritos que são as pequenas placas recordando ter existido aqui uma Sinagoga destruída numa das muitas noites do indizível; são os bairros despovoados de uma cultura de amor e fraternidade, cheia dos carinhos de laços familiares feitos de ternura e respeito, uma cultura viva, farta de uma alegria de viver consagrada nas artes como a música ou a literatura, humorosa, prenhe de humanidade, afinal, se escavarmos fundo, tão parcela daquilo que todos nós somos nesta geografia do mundo, essa cultura que desapareceu para sempre no rasto de um sofrimento indescritível. Esse é mais sinistro dos monumentos que se vivenciam em muitas e muitas cidades da Europa que foi ocupada, Alemanha incluída.
Ponho uma pedrinha na lápide de Helene Bérre, pela interrogação sobre o quanto teremos perdido nos caminhos que desembocaram na demência (?) de uma imensa vala comum. Curiosamente, é a pergunta que se impõe perante todo o sofrimento que faz os vivos viverem sem vida, a multidão incontável dos que permanecem sem pão e abrigo, sem meios de proverem a um tecto do amanhã, livremente escolhido, os que as circunstâncias vão atirando para o que vem a seguir, sem defesas, quantas não são as genialidades que se desperdiçam em tal indignidade? É a pergunta que nos pergunta se queremos estar de um lado ou de outro, daquele que diz que a vida de cada ser humano é insubstituível, irrepetível e por isso infinitamente digna e, portanto, o vértice de todo o pensamento e acções, significando que a todos assiste o merecimento de condições de acesso a um viver com dignidade que incorpora o alimento do corpo e da alma e a possibilidade de ver os filhos escolherem, de acordo com as suas capacidades, um caminho para as suas existências. São luzes que apesar de tudo, podemos ir acendendo no horizonte dos espíritos, mesmo nos tempos cinzentos como aqueles em que vivemos.
Viajar é uma das fontes do conhecimento. A Senhora materializa o princípio.
Boa tarde, Carla! Pois é, eu também preferia que nem sequer tivesse havido motivo, para que este monumento existisse, como muitos outros. mas este facto não limpa a História...e eu sou muito pouco avestruz! Estive em Berlim e visitei tudo o que pude, no tempo em que lá estive. Do mesmo modo que indo a Jerusalém visitarei tudo o que puder...mesmo que me doa continuar a ver a barbárie de que os homens são capazes... saúde e paz , Carla!
Luís: Quando agendei o post ainda não sabia como era o dia...no entanto, este blogue surgiu para eu trabalhar as minhas emoções. e que emoções despertaram este monumento. andar lá no meio e sentirmos perder o pé... aquela zona já não tem nada do que foi a não ser este monumento mesmo. é preciso fazer um grande exercício de memória e ir ver outras coisas, para saber que ali se viveu o horror dos horrores. o tempo e uma nova estética urbanística fazem "milagres"... saúde e paz!
ena, em@, vejo que as tuas férias foram criteriosamente planeadas:). berlim! para mim a cidade do século (por razões óbvias e nem sempre as melhores); obrigatório visitar nem que seja uma só vez. já lá estive... e pretendo regressar. :) um beijinho!
Jorge: foram sim. um amigo berlinense teve o cuidado de nos fazer roteiros diários, pesando sempre a qualidade e o custo.andámos muito mas fizemos 2 tours uma de autocarro panorâmico (mas com a possibilidade de sair e entrar horas depois na mesma paragem, coisa que se não fosse o thomas não saberíamos) e outra de barco. pena o tempo não ter dado para tudo, mas havemos de voltar para ver o resto que faltou.Por exemplo, em Agosto é impossível ver museus se não tiveres comprado os bilhetes com antecipação, porque senão tens filas de duas ou mais horas...E espectáculos nada...estão todos de férias!valeu-nos um clube de jazz. :)) beijinho
Em defesa do Ambiente. Em defesa da Terra. Em defesa do Universo.
Campanha
Paz Para A Palestina
Campanha
Solidariedade Com O Povo Saharaui
Campanha
Na compra do livro ajuda a Regaço que apoia crianças em risco...
2010 - Ano Europeu de Combate à Pobreza e Exclusão Social
"É proíbida a entrada a quem não estiver espantado de existir." José Gomes Ferreira
Viva A Diversidade
As Minhas Raízes
ÁFRICA
Reticências
"As reticências são os três primeiros passos do pensamento que continua por conta própria o seu caminho..."
Mário Quintana
Exílio
"Quando a pátria que temos não a temos
Perdida por silêncio e por renúncia
Até a voz do mar se torna exílio
E a luz que nos rodeia é como grades."
Sophia de Mello Breyner Andresen
Nos teus olhos
"É nos teus olhos que o mundo inteiro cabe, mesmo quando as suas voltas me levam para longe de ti; Nuno Júdice
Vazio
"A mãe reparou que o menino
gostava mais do vazio
do que do cheio.
Falava que os vazios são maiores
e até infinitos.”
Manoel de Barros
Poema do Contra
"Todos estes que aí estão atravancando o meu caminho, eles passarão. Eu passarinho!" Mario Quintana
Quando Eu Morrer
"Quando eu morrer voltarei para buscar
os instantes que não vivi junto ao mar."
Sophia de Mello Breyner Andresen
Quem
"...Quem nos deu asas para andar de rastos?
Quem nos deu olhos para ver os astros
Sem nos dar braços para os alcançar?!..." Florbela Espanca
Livro
"O livro é um mudo que fala, um surdo que responde, um cego que guia, um morto que vive." Vieira, António (Padre)
Palavras
"As palavras não dizem tudo quanto é preciso. Diriam mais, talvez, se fossem asas." José Saramago
Escrever
"Escrever é fácil: começas com uma letra maiúscula e terminas com um ponto final. No meio colocas as ideias." Pablo Neruda
Dúvida
"Duvido, portanto penso."
Fernando Pessoa
Sabedoria Africana
Ter sempre pressa não impede a morte, tal como ter vagar não nos impede de viver."
Provérbio Escandinavo
"Visite os seus amigos com frequência. O mato cresce depressa em caminhos pouco percorrido."
Trabalho
"O homem não nasceu para trabalhar, mas para criar."Professor Agostinho da Silva
Futuro
"O Futuro é a solidão por estrear." José Agualusa in Barroco Tropical
Poeta
"Quando já não havia outra tinta no mundo, o poeta usou do seu próprio sangue. Não dispondo de papel, ele escreveu no próprio corpo. Assim, nasceu a voz, o rio em si mesmo ancorado. Como o sangue: sem voz nem nascente."
Mia Couto
Talvez poema
"(...) Osamigosnãomorrem
somosnósquemorremos namortedeles"
Jad
Sensibilidade
"A sensibilidade é a pele da alma..." Miguel Loureiro
Sentidos
"Nós temos cinco sentidos: são dois pares e meio de asas.- Como quereis o equilíbrio?" David Mourão-Ferreira
"Se soubesse que o mundo se desintegraria amanhã, ainda assim plantaria a minha macieira. O que me assusta não é a violência de poucos, mas a omissão de muitos. Temos aprendido a voar como os pássaros, a nadar como os peixes, mas não aprendemos a sensível arte de viver como irmãos." Martin Luther King
"To see a world in a grain of sand, and heaven in a wild flower... hold infinity in the palm of your hand, and eternity in an hour." William Blake
Caos
"É preciso muito caos interior para se poder parir uma estrela que dança." Nietzsche
Quase
"Quem quase morre ainda vive. Quem quase vive já morreu." Luís Fernando Veríssimo
O valor das coisas
"O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem.Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis". Fernando Pessoa
Playing For Change
“Behind the storms of daily conflict, crisis and struggle, it is the artist, and the poet and the musician that continues the quiet work of the centuries, building bridges of experience between peoples, and reminding us the universality of our feelings, desires, and despairs, and reminding us that the forces that unite are deeper than those that divide.”
Sabes que me ando a mentalizar para um dia ir à Polónia, aos campos de concentração? Se bem que sei que nunca me mentalizarei o suficiente para não abanar completamente com a barbarie.
ResponderEliminarBeijocas, Em@!
Também eu, Anabela.Teremos estômago, arcaboiço?
ResponderEliminarSeguiu méle.
beijo
Olá boa noite!
ResponderEliminarEstá aí um lugar que eu não gostaria de visitar. O ideal mesmo seria que ele nem tivesse existido.
Carla Fernanda
Olááá,
ResponderEliminarEm dia tão bonito para uma lembrança tão hedionda.
E sabe, Ema, o mais triste dos monumentos é o silêncio das ruas, o silêncio da ausência nas ruas, os gritos que são as pequenas placas recordando ter existido aqui uma Sinagoga destruída numa das muitas noites do indizível; são os bairros despovoados de uma cultura de amor e fraternidade, cheia dos carinhos de laços familiares feitos de ternura e respeito, uma cultura viva, farta de uma alegria de viver consagrada nas artes como a música ou a literatura, humorosa, prenhe de humanidade, afinal, se escavarmos fundo, tão parcela daquilo que todos nós somos nesta geografia do mundo, essa cultura que desapareceu para sempre no rasto de um sofrimento indescritível. Esse é mais sinistro dos monumentos que se vivenciam em muitas e muitas cidades da Europa que foi ocupada, Alemanha incluída.
Ponho uma pedrinha na lápide de Helene Bérre, pela interrogação sobre o quanto teremos perdido nos caminhos que desembocaram na demência (?) de uma imensa vala comum.
Curiosamente, é a pergunta que se impõe perante todo o sofrimento que faz os vivos viverem sem vida, a multidão incontável dos que permanecem sem pão e abrigo, sem meios de proverem a um tecto do amanhã, livremente escolhido, os que as circunstâncias vão atirando para o que vem a seguir, sem defesas, quantas não são as genialidades que se desperdiçam em tal indignidade?
É a pergunta que nos pergunta se queremos estar de um lado ou de outro, daquele que diz que a vida de cada ser humano é insubstituível, irrepetível e por isso infinitamente digna e, portanto, o vértice de todo o pensamento e acções, significando que a todos assiste o merecimento de condições de acesso a um viver com dignidade que incorpora o alimento do corpo e da alma e a possibilidade de ver os filhos escolherem, de acordo com as suas capacidades, um caminho para as suas existências.
São luzes que apesar de tudo, podemos ir acendendo no horizonte dos espíritos, mesmo nos tempos cinzentos como aqueles em que vivemos.
Viajar é uma das fontes do conhecimento. A Senhora materializa o princípio.
A paz esteja convosco,
Luís Gomes
Boa tarde, Carla!
ResponderEliminarPois é, eu também preferia que nem sequer tivesse havido motivo, para que este monumento existisse, como muitos outros. mas este facto não limpa a História...e eu sou muito pouco avestruz! Estive em Berlim e visitei tudo o que pude, no tempo em que lá estive. Do mesmo modo que indo a Jerusalém visitarei tudo o que puder...mesmo que me doa continuar a ver a barbárie de que os homens são capazes...
saúde e paz , Carla!
Luís:
ResponderEliminarQuando agendei o post ainda não sabia como era o dia...no entanto, este blogue surgiu para eu trabalhar as minhas emoções. e que emoções despertaram este monumento. andar lá no meio e sentirmos perder o pé...
aquela zona já não tem nada do que foi a não ser este monumento mesmo. é preciso fazer um grande exercício de memória e ir ver outras coisas, para saber que ali se viveu o horror dos horrores.
o tempo e uma nova estética urbanística fazem "milagres"...
saúde e paz!
Luís, voltei só para dizer que não imaginava encontar sem abrigos e pedintes nas ruas de Berlim...mas encontrei! :((
ResponderEliminarolá Em@, welcome back!!!
ResponderEliminarbjisssssssss
Há lugares que devem ser visitados para nunca mais serem esquecidos. É que a memória é curta.
ResponderEliminarBeijo :)
AL
ResponderEliminarThanks, my dear!I missed you...
kisses and hugs
AC:
ResponderEliminarSe é curta...e todos os dias temos exemplos disso, infelizmente. quando será que a humanidade aprende a não repetir os mesmos erros???
beijo :)
ena, em@, vejo que as tuas férias foram criteriosamente planeadas:). berlim! para mim a cidade do século (por razões óbvias e nem sempre as melhores); obrigatório visitar nem que seja uma só vez. já lá estive... e pretendo regressar. :)
ResponderEliminarum beijinho!
Jorge:
ResponderEliminarforam sim.
um amigo berlinense teve o cuidado de nos fazer roteiros diários, pesando sempre a qualidade e o custo.andámos muito mas fizemos 2 tours uma de autocarro panorâmico (mas com a possibilidade de sair e entrar horas depois na mesma paragem, coisa que se não fosse o thomas não saberíamos) e outra de barco. pena o tempo não ter dado para tudo, mas havemos de voltar para ver o resto que faltou.Por exemplo, em Agosto é impossível ver museus se não tiveres comprado os bilhetes com antecipação, porque senão tens filas de duas ou mais horas...E espectáculos nada...estão todos de férias!valeu-nos um clube de jazz. :))
beijinho