Nuno Ferreira Santos
Morreu o escritor Ruy Duarte de Carvalho
Causas da morte do autor de "Lavra" ou "As Paisagens Propícias" estão ainda por conhecer.
O escritor, poeta, cineasta, artista plástico, ensaísta e antropólogo Ruy Duarte Carvalho morreu na sua casa na cidade de Swakopmund, na Namíbia, aos 69 anos.
Desde que se reformara, o escritor passou a residir em Swakopmund, a segunda maior cidade da Namíbia, e foi ali que hoje foi encontrado já sem vida. Não são ainda conhecidas as causas da sua morte, soube o PÚBLICO. De acordo com o filho do escritor, Ruy Duarte de Carvalho não dava notícias há alguns dias.
Nascido em Portugal, naturalizou-se angolano em 1975 por motivos que, como explica no catálogo do ciclo que o Centro Cultural de Belém lhe dedicou em 2008, se prendem com o sentimento, de que teve consciência aos 12 anos, depois de a sua família ter emigrado para Moçâmedes (Angola), de que tinha ali a sua "matriz geográfica". Em 1989 recebeu o Prémio Nacional de Literatura.
A sua formação passou pela Escola de Regentes Agrícolas de Santarém, pelo curso de realização de cinema e televisão em Londres (realizou filmes para a TV angolana e para o Instituto do Cinema de Angola) e pelo doutoramento pela École de Hautes Études en Sciences Sociales de Paris com uma tese dedicada aos pescadores da costa de Luanda, com o título "Ana a Manda" (1989). Filmou a noite da independência de Angola (10/11 de 1975), quando estava a rodar no município do Prenda, "a bandeira portuguesa a ser arreada e a de Angola a ser hasteada", como se lê no catálogo do ciclo do CCB.
Foi professor das universidades de Luanda, Coimbra e São Paulo, além de ter sido professor convidado da Universidade de Berkeley, na Califórnia, e realizou dos filmes "Nelisita: narrativas nyaneka" (1982) e "Moia: o recado das ilhas" (1989).
É autor de "Vou lá visitar pastores" (1999), da poesia de "Chão de Oferta" (1972) ou "A Decisão da Idade" (1976) - a sua poesia está reunida em "Lavra" (2005) e foi premiado pelo Correntes d'Escritas por "Desmedida". Assinou ainda os diferentes estilos de "Actas da Maianga" (2003), "Os Papéis do Inglês", "As Paisagens Propícias" (2005) e descrevia a sua obra como "meia-ficção-erudito-poéticoviajeira".
estou triste. aqui de longe, mais um que se vai.
ruy duarte de carvalho foi amigo do meu pai - ambos conviveram com os mukubais e partilharam vivências no karakulo/deserto do namibe - essa casa que eu gosto de chamar de primeira. :((( ´(
(notícia recebida por e-mail. obrigada Bita, beijo no <3.)
Bom dia Ema!
ResponderEliminarNão sei o que dizer sobre a morte desse escritor que gostas, mas percebo que amas Angola.
bjs
Adriana
Entriteço-me contigo, Ema...neste ano de tantas perdas para a literatura. Restam-nos as obras, e torcer para que em nossa geração e nas próximas germinem e floresçam grandes mentes, com boas almas.
ResponderEliminarbeijo em seu coração!
Compreendo Ema, a tristeza de ver partir alguém que admiravas e que esteve próximo de ti.
ResponderEliminarNão conheço bem a obra de Ruy Duarte de Carvalho, vou pesquisar, gostei bastante do poema.
Beijinhos,
Manuela
Adriana:
ResponderEliminaracho que é sempre triste ver partir alguém.e
quando esse alguém está relacionado com as nossa raízes, com a nossa casa, sente-se uma tristeza dorida.uma dor maior. para mais o Ruy Duarte de Carvalho foi sempre alguém que me fez lembrar o meu pai, que já partiu em 97.estou triste pelos 2.
ah e Angola/África será sempre a minha casa. A Europa foi o refúgio que encontrei na altura da guerra, mas aqui não me sinto em casa...mas não desdenho o país que me acolheu e que ao fim e ao cabo também tem um pouco das minhas raízes pelo lado paterno.
beijo e obrigada
Andrea, um beijo e obrigada pelas suas palavras.
ResponderEliminarque as mesmas se tornem realidade.
beijo no <3
Manuela:
ResponderEliminaracrescentei um link no final do post. podes ler uma tentativa de autobiografia do ruy duarte de carvalho.
beijo, querida.