quinta-feira, 29 de abril de 2010
Vou ali e já volto
quarta-feira, 28 de abril de 2010
Convite
Porque poderá interessar a alguém, deixo aqui cópia do mesmo:
"Sessão de autógrafos - Book Signing
Sábado, 1 de Maio de 2010
15:00 - 18:00
Feira do Livro de Lisboa - Lisbon Book Fair
«Vou fazer uma sessão de autógrafos na feira de livro de Lisboa no dia 1 de Maio, sábado, entre 15h00 - 18h00. Estarei na secção da LEYA. Claro que podem convidar amigos, familiares, etc... Também farei sessões no dia 15 e no dia 16 mas ainda não sei o meu horário. Digo-lhes mais tarde. Farei pelo menos uma sessão na Feira do Livro do Porto mas ainda não sei a data.
I will be signing books at the Lisbon Book Fair on the 1st of May, Saturday, from 3 p.m. to 6 p.m. I will be at the section of the Fair run by LEYA publishers. I will be back to do other signings on May 15 and 16, but I don't know my hours yet. »
Richard Zimler
Apeteceu-me: Gotan Project - Santa Maria (Del Buen Ayre)
Boa tarde!
Da educação : Aviso
Porque pode interessar a alguém...
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O Colégio Bernardette Romeira (Olhão) tem abertos concursos para Professores de Matemática do 3º CEB e Secundário e Professores de Expressão e Educação Musical (Ensino Básico), para o ano lectivo 2010/11.
Os interessados deverão enviar os seus CURRICULA VITAE para dpedagogica@colegiobernardetteromeira.pt
Poderão informar-se melhor aqui .
terça-feira, 27 de abril de 2010
Post com dedicatória
Em sequência ao post anterior, recebi comentários em off (tenho uns seguidores muito tímidos cof...coff...cof...) com sugestões musicais para :
"Manter a rebeldia que existe em nós ..senão apagamos!"
Pois , como concordo , plenamente, aqui ficam as sugestões.
Enjoy it! Be happy!
Aceito outras para juntar a estas....
Da Sociedada e da (des)Educação
Aqui está.Para ler.Para meditar.Para sermos solidários e actuarmos em defesa do que há muito se perdeu nas nossas escolas: a decência e a boa educação.
Para além de todo o apoio que possa dar à colega em questão, contribuo solidariamente com a maior amplitude de divulgação que posso fazer desta sua participação. Peço aos colegas que têm blog(ues) que se juntem nesta ampliação. Juntos conseguimos sempre mais.
Leonídia, estamos aí, para o que der e vier.
Obrigada e um abraço.
"PARTICIPAÇÃO DISCIPLINAR MUITO GRAVE
Professora agredida: Leonídia Marinho
Grupo Disciplinar: 10º B - Filosofia
Agressor:
Contextualização:
Dia vinte e seis de Março de 2010. Último dia de aulas. Às 14 horas
dirigi-me à sala 15 no Pavilhão A para dar a aula de Área de
Integração à turma 10º DG do Curso Profissional de Design Gráfico.
Propus aos alunos a ida à exposição no Polivalente e à Feira do Livro,
actividades a decorrer no âmbito dos dias da ESE. A grande maioria dos
elementos da turma concordou, com excepção de três ou quatro elementos
que queriam permanecer dentro da sala de aula sozinhos. Deixar que os
alunos fiquem sozinhos na sala de aula sem a presença do professor é
algo que não está previsto no Regulamento Interno da Escola pelo que,
perante a resistência dos alunos que não manifestavam qualquer
interesse nas actividades supracitadas decidi que ficaríamos todos na
sala com a seguinte tarefa: cada aluno deveria produzir um texto
subordinado ao tema "A socialização" o qual me deveria ser entregue no
final da aula. Será preciso dizer qual a reacção dos alunos? Apenas
poderei afirmar que os alunos desta turma resistem sempre pela
negativa a qualquer trabalho porque a escola é, na sua perspectiva, um
espaço de divertimento mais do que um espaço de trabalho. Digamos que
é uma Escola a fingir onde TUDO É PERMITIDO!
É muito fácil não ter problemas com os alunos. Basta concordar com
eles e obedecer aos seus caprichos. Esta não é, para mim, uma solução
apaziguadora do meu estado de espírito. Antes pelo contrário. A
seriedade é uma bússola que sempre me orientou mas tenho que
confessar, não raras vezes, sinto imensas dificuldades em estimular o
apetite pelo saber a alunos que têm por este um desprezo absoluto. As
generalizações são abusivas. Neste caso, não se trata de uma
generalização abusiva mas de uma verdade inquestionável. Permitam-me
um desabafo: os Cursos Profissionais são o maior embuste da actual
Política Educativa. Acabar com estes cursos? Não me parece a solução.
Alterem-se as regras.
Factos ocorridos na sala de aula:
Primeiro Facto: Dei início à aula não sem antes solicitar aos alunos
que se acomodassem nos seus lugares. Todos o fizeram exceptuando o
aluno ***********, que fez questão de se sentar em cima da mesa com a
intenção manifesta de boicotar a aula e de desafiar a autoridade da
professora.
Dei ordem ao aluno para que se sentasse devidamente e este fez questão
de que eu o olhasse com atenção para verificar que ele, ***********,
já estava efectivamente sentado e ainda que eu não concordasse com a
sua forma peculiar de se sentar no contexto de sala de aula, seria
assim que ele continuaria: sentado em cima da mesa. Por três vezes
insisti para que o aluno se acomodasse correctamente e por três vezes
o aluno resistiu a esta ordem.
Reacção da maioria dos elementos da turma: Risada geral.
Reacção do aluno *********: Olhar de agradecimento dirigido aos
colegas porque afinal a sua "ousadia" foi reconhecida e aplaudida.
Reacção da professora: sensação de impotência e quebra súbita da auto-estima.
Senti este primeiro momento de desautorização como uma forma que o
aluno, instalado na sua arrogância, encontrou de me tentar humilhar
para não se sentir humilhado.
Como diria Gandhi, "O que mais me impressiona nos fracos, é que eles
precisam de humilhar os outros, para se sentirem fortes..."
Saliento que neste primeiro momento da aula a humilhação não me
atingiu a alma embora essa fosse manifestamente a intenção do aluno.
Segundo Facto: Dei ordem de expulsão da sala de aula ao aluno
**********, com falta disciplinar. O aluno recusou sair da sala e
manteve-se sentado em cima da mesa com uma postura de "herói" que
nenhum professor tem o direito de derrubar sob pena de ter que assumir
as consequências físicas que a imposição da sua autoridade poderá
acarretar.
Nem sempre um professor age ou reage da forma mais correcta quando é
confrontado com situações de indisciplina na sala de aula. Deveria eu
saber fazê-lo? Talvez! Afinal, a normalização da indisciplina é um
facto que ninguém poderá negar. Deveria ter chamado o Director da
Escola para expulsar o aluno da sala de aula? Talvez...mas não o fiz.
Tenho a certeza de que se tivesse sido essa a minha opção a minha
fragilidade ficaria mais exposta e doravante a minha autoridade
ficaria arruinada.
Dirigi-me ao aluno e conduzi-o eu própria, pelo braço, até à porta
para que abandonasse a sala. O aluno afastou-me com violência e fez
questão de se despedir de uma forma tremendamente singular: colocou os
seus dedos na boca e em jeito de despedida absolutamente desprezível,
atirou-me um beijo que fez questão de me acertar na face com a palma
da mão. Dito de uma forma muito simples e SEM VERGONHA: Fui vítima de
agressão. Pela primeira vez em aproximadamente vinte anos de serviço.
Intensidade Física da agressão: Média (sem marcas).
Intensidade Psicológica e Moral da agressão: Muito Forte.
Reacção dos alunos: Riso Nervoso.
Reacção do aluno **********: Ódio visível no olhar.
Reacção da professora: Humilhação.
Ainda que eu saiba que a humilhação é fruto da arrogância e que os
arrogantes nada mais são do que pessoas com complexos de
inferioridade que usam a humilhação para não serem humilhados, o que
eu senti no momento da agressão foi uma espécie de visita tão incómoda
quanto desesperante. Acreditem: a visita da humilhação não é nada
agradável e só quem já a sentiu na alma pode compreender a minha
linguagem.
Terceiro Facto: O aluno preparava-se para fugir da sala depois de me
ter agredido e, conforme o Regulamento Interno determina, todos os
alunos que são expulsos da sala de aula terão que ser conduzidos até
ao GAAF, Gabinete de Apoio ao Aluno e à Família. Para o efeito,
chamei, sem êxito, a funcionária do Pavilhão A, que não me conseguiu
ouvir por se encontrar no rés-do-chão. Enquanto tal, não larguei o
aluno para que ele não fugisse da escola (embora lhe fosse difícil
fazê-lo porque os portões da escola estão fechados).
Mais uma vez, o aluno agrediu-me, desta vez, com maior violência,
sacudindo-me os braços para se libertar e depois de conseguir o seu
objectivo, começou a imitar os movimentos típicos de um pugilista para
me intimidar. Esta situação ocorreu já fora da sala de aula, no
corredor do último piso do Pavilhão A.
Reacção dos alunos (que entretanto saíram da sala para assistir à cena
lamentável de humilhação de uma professora no exercício das suas
funções): Risada geral.
Reacção do aluno ********: Entregou-se à funcionária que entretanto se
apercebeu da ocorrência.
Reacção da Professora: Revolta e Dor contidas que só o olhar de um
aluno mais atento ou mais sensível conseguiria descodificar. Porque,
acreditem: dei a aula no tempo que me restou com uma máscara de
coragem que só caiu quando a aula terminou e sem que nenhum aluno se
apercebesse. Entretanto, a funcionária bateu à porta para me informar
que o aluno queria entrar na aula para me pedir desculpa pelo seu
comportamento "exemplar".
Diz-se que um pedido de desculpas engrandece as partes: quem o pede e
quem o aceita. Não aceitei este pedido por considerar que, fazendo-o,
estaria a pactuar com um sistema em que os professores são
constantemente diabolizados, desprestigiados e ameaçados na sua
integridade física e moral. Em última análise, a liberdade não se
aliena. O aluno escolheu o seu comportamento. O aluno deverá assumir
as consequências do comportamento que escolheu e deverá responder por
ele. É preciso PUNIR quem deve ser punido. E punir em conformidade com
a gravidade de cada situação. A situação relatada é muito grave e
deverá ser punida severamente. Sou suspeita por estar a propor uma
pena severa? Não! Estou simplesmente a pedir que se faça justiça.
Vamos ser sérios. Vamos ser solidários. Vamos lutar por uma Escola Decente.
P.S.: Este caso já foi participado na Polícia e seguirá para Tribunal."
Abril - Provérbios
"Em Abril, águas mil."
.
.
três de abril valem por mil."
(enviada pelo Luís Batista)
segunda-feira, 26 de abril de 2010
Para terminar bem o dia...
Muito obrigada, minha querida, por apreciares as minhas coisas. Acredita que a opinião de uma menina de 12 anos, tão inteligente como tu, é muito importante para mim.
Aqui fica a terceira mão cheia de beijinhos para ti , dela retiras um para André, eheheh, ok?
E vamos então aos selos:
E as regras são:
Exibir a imagem do selo. ok
Escrever de quem ganhou e colocar o link da pessoa. ok
Escolher outros 10 blogs para serem coroados.
Pront(us) vamos a isso:
Rotary Club da Póvoa de Varzim , Miguel Loureiro e Companheiros
Desvarios-de-um-louco , do Elenáro
Lendo sempre, da Dudú e Comparsas
O vento que passa , da AL
Andy-luaprateada, da Andy
Anabela Magalhães , da própria, ehehehe
Ponderantes , do Valdeir Almeida;
Filosofar é preciso , de marise von
Pérola de Cultura , da Lelé Batita
História viva , do Eduardo Marculino
Avisar os escolhidos. ok
2º
Dar no mínimo a 5 blogs.
Dou a 5+1:
Colocar as regras. ok
Avisar aos indicados. ok
Ótica Olho Vivo, reclame
"
a seus olhos, use lentes
... ou transforme o mundo
ótica olho vivo
agradece a preferência”
A famosa poesia acima é do poeta Chacal (Ricardo Carvalho Duarte). E abaixo segue meu ponto de vista a respeito dos versos:
“se o mundo não vai bem
a seus olhos, use lentes
A mesma situação pode agradar uma pessoa e causar sofrimento a outra. Tudo depende da personalidade, do equilíbrio emocional e das expectativas de cada um. Porém, para quem se sente desprivilegiado, uma boa alternativa é utilizar “lentes”. Isso faz do horizonte preto e branco uma linha colorida e confortável. Entretanto, esse paliativo não muda a realidade, apenas a mascara.
... ou transforme o mundo
Contudo, se você não quer “tapar o sol com a peneira”, isto é, fingir que o problema não existe, tire as lentes. Veja o problema sem medo. Encare-o. Daí verá que talvez ele não esteja em você, mas no mundo, ou melhor, no ambiente onde você vive.
Possivelmente, você seja uma andorinha solitária tentando inutilmente fazer verão. Sabe que aquele lugar jamais mudará, pois as inconveniências são peculiares a ele. Se não pode reverter o problema, deixe o problema no lugar dele, e mude você mesmo de lá. Saia de mala e cuia.
Por exemplo, no seu trabalho imperam dissabores, humilhações, nervos afiados? Além disso, é um serviço que não valoriza seu talento e esforço? Então, invista em você mesmo e vá à busca de um emprego melhor. Melhor, nesse caso, não significa que não encontrará problemas no novo ambiente, mas se você gosta do que faz e vê que seu serviço renderá, com certeza tirará de letra qualquer situação inconveniente. Você terá mais alegrias do que tristezas (o mundo indo bem a esses olhos).
ótica olho vivo
agradece a preferência”
Pessoas com essa postura são inteligentes, tem “olho vivo”. Não vivem de riscos, mas de oportunidades. A vida delas sempre retribuirá seus esforços, agradecerá constantemente por ter preferido ser feliz.
P.S: Além dos versos, o título também deve ser considerado. Reclame era a designação dada aos antigos comerciais de rádio e TV. Mas neste poema, Chacal brinca com o termo. Reclame é o anúncio publicitário da “ótica olho vivo” (apelo para aproveitar a vida), mas é também um convite para reclamar, não aceitar as situações adversas e ir à luta. "
Apeteceu-me dizer Bom dia com música.
Muitos thankiús, Márcio!
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domingo, 25 de abril de 2010
Imagens do 25 de Abril de 1974
Abril a Duas Mãos
Abril, que seja outro.
Tanto mar - há tanto tempo já...
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Há muitos 25 de Abril atrás, Chico Buarque mandou esta bonita mensagem aos seus amigos portugueses. Hoje ponho-a aqui para os meus leitore e amigos brasileiros.
Precisamos de outra festa, pá, urgentemente!
Teia de Luz
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Hoje à noite.
Este portal monumental foi inaugurado em 1812. No entanto, nas obras levadas a cabo pela autarquia no ano de 1992 descobriu-se, então, no seu interior um portal em arco de ferradura que seria uma das entradas primitivas das muralhas árabes (mouras) de Faro. É único no Algarve e uma das minhas zonas preferidas. Quando se atravessa o Arco da Vila entramos numa outra cidade...
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sábado, 24 de abril de 2010
Cansaço
sexta-feira, 23 de abril de 2010
Dos Afectos :Bombom! O encontro...
Fotografia de Em@
©
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Hora do lanche!
Nota:
Faltou-me dizer que a Angelina é filha de uma ex-aluna e amiga (sobrinha de uma grande amiga minha).
É o membro, mais novo, da família multicultural minha preferida e já aqui falada muitas vezes: mãe portuguesa, caucasiana, pai negro da guiné-Bissau, e a Bombom, sueca e cor-de-chocolate.
pode ver mais Angelina Bombom .
quinta-feira, 22 de abril de 2010
Para acabar bem a noite, o que há de melhor se não rir?
fez-me um bem danado. rebolei a gargalhar de tal maneira que até cãibras no estômago tive.
muitos thankiús, Goodlife, um muaaaaaaak para ti.
e como não sou uma pessoa egoísta, venho partilhar convosco este verdadeiro antidepressivo.pois, que vos faça tão bem como a mim.
boa noite.
"Aeroporto Santos Dumont, 15:30.
Senti um pequeno mal-estar causado por uma cólica intestinal, mas nada que uma urinada ou uma barrigada não aliviasse. Mas, atrasado para chegar ao ônibus que me levaria para o Galeão, de onde partiria o vôo para Miami, resolvi segurar as pontas.
Afinal de contas são só uns 15 minutos de busão.
'Chegando lá, tenho tempo de sobra para dar aquela mijadinha esperta, tranqüilo, o avião só sairía às 16:30'.
Entrando no ônibus, sem sanitários. Senti a primeira contração e tomei consciência de que minha gravidez fecal chegara ao nono mês e que faria um parto de cócoras assim que entrasse no banheiro do
aeroporto.
Virei para o meu amigo que me acompanhava e, sutil falei:
'Cara, mal posso esperar para chegar na merda do aeroporto porque preciso largar um barro.'
'Nesse momento, senti um urubu beliscando minha cueca, mas botei a força de vontade para trabalhar e segurei a onda.'
O ônibus nem tinha começado a andar quando, para meu desespero, uma voz disse pelo alto falante: 'Senhoras e senhores, nossa viagem entre os dois aeroportos levará em torno de 1hora, devido a obras na pista.
'Aí o urubu ficou maluco querendo sair a qualquer custo. Fiz um esforço hercúleo para segurar o trem merda que estava para chegar na estação anus a qualquer momento.
Suava em bicas. Meu amigo percebeu e, como bom amigo que era, aproveitou para tirar um sarro.
O alívio provisório veio em forma de bolhas estomacais, indicando que pelo menos por enquanto as coisas tinham se
acomodado. Tentava me distrair vendo TV, mas só conseguia pensar em um banheiro, não com uma privada, mas com um vaso sanitário tão branco e tão limpo que alguém poderia botar seu almoço nele. E o papel higiênico então: branco e macio, com textura e perfume e, ops, senti um volume almofadado entre meu traseiro e o assento do
ônibus e percebi, consternado, que havia cagado. Um cocô sólido e comprido daqueles que dão orgulho de pai ao seu autor.
Daqueles que dá vontade de ligar pros amigos e parentes e convidá-los a apreciar na privada. Tão perfeita obra, dava pra expor em uma bienal. Mas sem dúvida, a situação tava tensa. Olhei para o meu amigo, procurando um pouco depiedade, e confessei sério:
'Cara, caguei!'
Quando meu amigo parou de rir, uns cinco minutos depois, aconselhou-me a relaxar, pois agora estava tudo sob controle.
'Que se dane, me limpo no aeroporto', pensei.
'Pior que isso não fico'.
Mal o ônibus entrou em movimento, a cólica recomeçou forte. Arregalei os olhos, segurei-me na cadeira mas não pude evitar, e sem muita cerimônia ou anunciação, veio a segunda leva de merda. Desta vez, como uma pasta morna. Foi merda para tudo que é lado, borrando, esquentando e melando a bunda, cueca, barra da camisa, pernas, panturrilha, calças, meias e pés. E mais uma cólica anunciando mais merda, agora líqüida, das que queimam o fiofó do freguês ao sair rumo a liberdade. E depois um peido tipo bufa, que eu nem tentei segurar. Afinal de contas, o que era um peidinho para quem já estava todo cagado... Já o peido seguinte, foi do tipo que pesa. E me caguei pela quarta vez. Lembrei de um amigo que certa vez estava com tanta caganeira que resolveu botar modess na cueca, mas colocou as linhas adesivas viradas para cima e quando foi tirá-lo levou metade dos pêlos do rabo junto. Mas era tarde demais para tal artifício absorvente. Tinha menstruado tanta merda que nem uma bomba de cisterna poderia me ajudar a limpar a sujeirada.
Finalmente cheguei ao aeroporto e saindo apressado com passos curtinhos, supliquei ao meu amigo que apanhasse minha mala no bagageiro do ônibus e a levasse ao sanitário do aeroporto para que eu pudesse trocar de roupas. Corri ao banheiro e entrando de boxe em boxe, constatei falta de papel higiênico em todos os cinco.
Olhei para cima e blasfemei: 'Agora chega, né?'
Entrei no último, sem papel mesmo, e tirei a roupa toda para analisar minha situação (que concluí como sendo o fundo do poço) e esperar pela minha salvação, com roupas limpinhas e cheirosinhas e com ela uma lufada de dignidade no meu dia.
Meu amigo entrou no banheiro com pressa, tinha feito o 'check-in' e ia correndo tentar segurar o vôo. Jogou por cima do boxe o cartão de embarque e uma maleta de mão e saiu antes de qualquer protesto de minha parte. 'Ele tinha despachado a mala com roupas'. Na mala de mão só tinha um pulôver de gola 'V'. A temperatura em Miami era de aproximadamente 35 graus. Desesperado comecei a analisar quais de minhas roupas seriam, de algum modo, aproveitáveis. Minha cueca, joguei no lixo. A camisa era história. As calças estavam deploráveis e assim como minhas meias, mudaram de cor tingidas pela merda. Meus sapatos estavam nota 3, numa escala de 1a 10. Teria que improvisar. A invenção é mãe da necessidade, então transformei uma simples privada em uma magnífica máquina de lavar. Virei a calça do lado avesso, segurei-a pela barra, e mergulhei a parte atingida na água. Comecei a dar descarga até que o grosso da merda se desprendeu. Estava pronto para embarcar.
Saí do banheiro e atravessei o aeroporto em direção ao portão de embarque trajando sapatos sem meias, as calças do lado avesso e molhadas da cintura ao joelho (não exatamente limpas) e o pulôver gola 'V', sem camisa.
Mas caminhava com a dignidade de um lorde.
Embarquei no avião, onde todos os passageiros estavam esperando o 'RAPAZ QUE ESTAVA NO BANHEIRO' e atravessei todo o corredor até o meu assento, ao lado do meu amigo que sorria.
A aeromoça aproximou-se e perguntou se precisava de algo. Eu cheguei a pensar em pedir 120 toalhinhas perfumadas para disfarçar o cheiro de fossa transbordante e uma gilete para cortar os pulsos, mas decidi não pedir:
'Nada, obrigado.'
Eu só queria esquecer este dia de merda.
Um dia de merda...
Luis Fernando Veríssimo (verídico)."
Carta do Grande chef Seattle ao Presidente dos EUA
Decorridos quase dois séculos da carta do cacique indígena Seatle ao Presidente do Estados Unidos, as suas lições permanecem actuais e proféticas, para todos aqueles que sabem ver no fundo do conteúdo de sua mensagem.
A carta do cacique Seatle é uma lição inesgotável de amor à natureza e à vida, que permanece na consciência de milhões de pessoas em todas as partes do mundo. É o hino de todos aqueles que amam a natureza e tudo o que nela vive. A cada leitura, renovamos os ensinamentos que ali estão.
Serve para ler e reler e passar adiante para que todos a conheçam.
A história dos indígenas em cada país onde existiam, antes do homem branco, é diferente nas suas particularidades, mas no seu conteúdo são iguais. Nos Estados Unidos ou no Brasil, os problemas enfrentados pelos indígenas foram os mesmos.
Os indígenas possuem uma sabedoria milenar que precisamos aprender a ouvir.É fundamental que seja preservada a riqueza da sua cultura, as suas danças, ritos, conhecimentos sobre as plantas e os animais e as formas de viver em harmonia com a natureza.
Os índios Duwamish habitavam a região onde se encontra hoje o Estado americano Washington - no extremo Noroeste dos Estados Unidos, na fronteira com o Canadá, logo acima dos Estados de Montana, Idaho e Oregon.
No passado era um "paraiso na Terra", região inspiradora de uma das mais lindas 'poesias' dedicadas à natureza, hoje, ainda sendo bela, não é mais um 'paraiso'. A cidade mais famosa é Seattle (nome dado em homenagem ao Chefe), uma beleza de outro tipo que infelizmente vem gerando graves problemas ecológicos.
Os índios migraram pelo Puget Sound para a Reserva Port Madison. O Chefe Seattle e sua filha estão enterrados lá.
Existem muitas controversias sobre o conteúdo original do discurso. O primeiro registo escrito que se conhece, foi feito no Jornal Seattle Sunday Star em 1887 pelo Dr.Henry Smith, que estava presente no pronunciamento. Ele publicou as suas próprias anotações com comentários sobre o Grande Chefe, que segundo ele, era uma pessoa profundamente impressionante e carismática. Nos anos 70 (1970) foram divulgadas várias versões deste discurso em conexão com movimentos ecológicos e a favor da preservação da natureza; o discurso ficou muito conhecido, quase mitificado, ficando de lado as discussões sobre a sua originalidade. Aqui a tradução portuguesa de uma das mais famosas versões da década de 70, feita a partir da publicação americana original do Dr.Henry Smith-1887.
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é de E.M.Sammis
e o original encontra-se na:
"University of Washington Special Collection
#NA 1511".
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CARTA DO GRANDE CHEFE SEATTLE
“Como pode você comprar ou vender o céu, ou o calor da terra? A ideia é estranha para nós. Se nós não somos donos da frescura do ar e do brilho da água, como pode você comprá-los? Cada parte da Terra é sagrada para o meu povo.
Cada pinha brilhante, cada praia de areia, cada névoa nas florestas escuras, cada insecto transparente zumbindo, é sagrado na memória e na experiência de meu povo.
A energia que flui pelas árvores traz consigo a memória e a experiência do meu povo.
A energia que flui pelas árvores traz consigo as memórias do pele-vermelha.
Os mortos do homem branco esquecem-se da sua pátria quando vão caminhar entre as estrelas. Os nossos mortos nunca se esquecem desta bela Terra, pois ela é a mãe do pele-vermelha.
Somos parte da Terra e ela é parte de nós.
As flores perfumadas são nossas irmãs, os cervos, o cavalo, a grande águia, esses são nossos irmãos. Os picos rochosos, as seivas nas campinas, o calor do corpo do pónei e o homem, todos pertencem à mesma família.
Assim, quando o Grande Chefe em Washington manda dizer que quer comprar a nossa terra, ele pede muito de nós.
O Grande Chefe manda dizer que nos reservará um lugar onde poderemos viver confortavelmente.
Ele será o nosso pai e nós seremos os seus filhos. Vamos então considerar a sua oferta de comprar a terra, mas não vai ser fácil, pois esta terra é sagrada para nós.
A água brilhante que se move nos riachos e rios não é simplesmente água, mas o sangue dos nossos ancestrais. Se vendermos a terra para vocês, devem-se lembrar de que ela é o sangue sagrado dos nossos ancestrais. Se nós vendermos a terra para vocês, devem-se lembrar de que ela é sagrada e devem ensinar aos vossos filhos que ela é sagrada e que cada reflexo do além na água clara dos lagos, fala de coisas da vida de meu povo.
O murmúrio da água é a voz do pai de meu pai. Os rios nossos irmãos saciam a nossa sede. Os rios levam as nossas canoas e alimentam as nossas crianças.
Se vendermos a nossa terra para vocês, devem lembrar-se de ensinar aos vossos filhos que os rios são irmãos nossos e vossos e consequentemente devem ter para com os rios o mesmo carinho que têm para com os vossos irmãos. Nós sabemos que o homem branco não entende as nossas maneiras. Para ele um pedaço de terra é igual a outro, pois ele é um estranho que chega à noite e tira da terra tudo o que precisa. A Terra não é sua irmã, mas o seu inimigo e quando ele o vence, segue em frente. Ele deixa para trás os túmulos dos seus pais e não se importa. Ele sequestra a Terra dos seus filhos e não se importa.
O túmulo do seu pai e o direito de primogenitura dos seus filhos são esquecidos. Ele ameaça a sua mãe, a Terra e o seu irmão, do mesmo modo, como coisas que comprou, roubou, vendeu como carneiros ou contas brilhantes. O seu apetite devorará a Terra e deixará atrás de si apenas um deserto. Não sei. As nossas maneiras são diferentes das vossas. A visão das vossas cidades aflige os olhos do pele-vermelha. Mas talvez seja porque o pele-vermelha é selvagem e não entende.
Não existe lugar tranquilo nas cidades do homem branco. Não há onde se possa escutar o abrir das folhas na primavera, ou o ruído das asas de um insecto. Mas talvez seja porque eu sou um selvagem e não entendo. A confusão parece servir apenas para insultar os ouvidos. E o que é a vida se um homem não pode ouvir o choro solitário de um curiango ou as conversas dos sapos, à noite, em volta de uma lagoa. Sou um pele-vermelha e não entendo.
O índio prefere o som macio do vento lançando-se sobre a face do lago, e o cheiro do próprio vento, purificado por uma chuva do meio-dia, ou perfumado pelos pinheiros.
O ar é precioso para o pele-vermelha, pois todas as coisas compartilham o mesmo hálito – a fera, a árvore, o homem, todos compartilham o mesmo hálito. O homem branco parece não perceber o ar que respira. Como um moribundo há dias esperando a morte, ele é insensível ao mau cheiro.
Mas se vendermos a nossa terra, devem lembrar-se de que o ar é precioso para nós, que o ar compartilha os seus espíritos com toda a vida que ele sustenta.
Mas se vendermos a nossa terra, vocês devem mantê-la separada e sagrada, como um lugar onde mesmo o homem branco pode ir para sentir o vento que é adoçado pelas flores da campina.
Assim, vamos considerar a vossa oferta de comprar a nossa terra. Se resolvermos aceitar, eu imporei uma condição – o homem branco deve tratar os animais desta terra como se fossem seus irmãos.
Sou um selvagem e não entendo de outra forma. Vi mil búfalos apodrecendo na pradaria, abandonados pelo homem branco que os matou da janela de um combóio que passava.
Sou um selvagem e não entendo como o cavalo de ferro que fuma se pode tornar mais importante do que o búfalo, que nós só matamos para ficarmos vivos.
O que é o homem sem os animais? Se todos os animais acabassem, o homem morreria
de uma grande solidão de espírito. Pois tudo o que acontece aos animais, logo acontece ao homem. Todas as coisas estão ligadas.
Vocês devem ensinar aos vossos filhos que o chão sob os seus pés é as cinzas dos nossos avós.
Para que eles respeitem a terra, digam aos vossos filhos que a Terra é rica com as vidas dos nossos parentes. Ensinem aos vossos filhos o que nós ensinamos aos nossos, que a Terra é nossa mãe.
Tudo o que acontece à Terra, acontece aos filhos da Terra. Se os homens cospem no chão, eles cospem em si mesmos.
Isto, nós sabemos – a Terra não pertence ao homem – o homem pertence à Terra. Isto, nós sabemos. Todas as coisas estão ligadas como o sangue que une uma família. Todas as coisas estão ligadas.
Tudo o que acontece à Terra – acontece aos filhos da Terra. O homem não teceu a teia da vida – ele é meramente um fio dela. O que quer que ele faça à teia, ele faz a si mesmo.
Mesmo o homem branco, cujo Deus anda e fala com ele como de amigo para amigo, não pode ficar isento do nosso destino comum.
Podemos ser irmãos, afinal de contas. Veremos. Uma coisa nós sabemos, que o homem branco pode um dia descobrir – o nosso Deus é o mesmo Deus. Vocês podem pensar agora que vocês O possuem, como desejam possuir a nossa terra, mas vocês não podem fazê-lo. Ele é Deus do homem, e a Sua compaixão é igual, tanto para com o pele-vermelha como para com o branco.
A Terra é preciosa para Ele e danificar a Terra é acumular desprezo por seu criador. Os brancos também passarão, talvez antes de todas as outras tribos.
Mas no seu desaparecimento vocês brilharão com intensidade, queimados pela força do Deus que os trouxe a esta terra e por algum propósito especial lhes deu domínio sobre ela e sobre o pele-vermelha.
Esse destino é um mistério para nós, pois não entendemos quando os búfalos são mortos, os cavalos selvagens são domados, os recantos secretos da floresta carregados pelo cheiro de muitos homens e a vista das montanhas maduras manchadas por fios que falam.
Onde está o bosque? Acabou.
Onde está a águia? Acabou.
O fim da vida e o começo da sobrevivência.”
Nota:
Rebloguei daqui.
Muitos thankiús, Miguel Loureiro. :D
Dia da Terra
Acho, até, que a que mais gosto dele.
Pela nossa Mãe Terra, já que hoje é o dia dela, reflitamos, um pouco sobre o que andamos a fazer ou a deixar fazer-lhe.
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quarta-feira, 21 de abril de 2010
Inês de Medeiros
Inês de Medeiros
Voto de qualidade de José Lello aprova pagamentos das viagens
Polémica até ao fim: o caso das viagens de Inês de Medeiros dividiu hoje o Conselho de Administração da Assembleia da República. O presidente, o socialista José Lello, teve de usar o voto de qualidade para desempatar
O caso das viagens da deputada Inês de Medeiros, eleita nas listas do PS por Lisboa, mas residente em Paris, dividiu hoje o Conselho de Administração (CA) do Parlamento.
Os representantes dos vários partidos votaram o parecer do auditor jurídico da Assembleia - um documento que defende o pagamento de uma viagem semanal à deputada, para se deslocar a casa, na capital francesa – mas a votação termino empatada. Isto porque o PSD (81 deputados) e o Bloco de Esquerda (16 deputados) votaram contra o parecer, enquanto o PS (97 deputados) se manifestou favorável e o CDS optou pela abstenção.
Com o PE e o PCP ausentes, sociais-democratas e bloquistas totalizavam 97 votos contra, exactamente o mesmo número de parlamentares socialistas. Consultado o regimento da Assembleia da República, o Conselho de Administração concluiu então que o presidente tem direito a voto de qualidade, pelo que o socialista José Lello desempatou a votação, que resultou assim num parecer favorável ao pagamento das viagens à deputada.
A posição do CA será agora transmitida ao presidente da Assembleia da República. No ofício que acompanhou o envio do parecer do auditor jurídico para o Conselho de Administração, Jaime Gama deu já acolhimento à tese de que a deputada Inês de Medeiros tem direito ao pagamento de uma deslocação semanal a Paris.
Susete Francisco
Daqui
Comentário:
Porca miséria!
Mas por onde andavam os deputados do PCP e de Os Verdes????
Com a ADD foram os do PSD e, agora, são estes coniventes com esta ENORMIDADE?
Que vergonha!
E ainda falam do RIS?????
Bom senso
Bom senso
por daniel oliveira
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O parecer do auditor jurídico da Assembleia da República considerou que Inês de Medeiros, eleita pelo circulo de Lisboa, tem direito ao pagamento de viagens semanais para Paris. Jaime Gama, que pediu este parecer, diz que ele não faz jurisprudência, o que, convenhamos, é absurdo. De cada vez que pedir um parecer para casos análogos estará a perder tempo. A resposta será sempre a mesma. Logo, não podia fazer mais jurisprudência.
O que o grupo parlamentar do PS, o presidente da Assembleia da República e a própria Inês de Medeiros não parecem perceber é que a questão é política. Os cidadãos não compreendem que lhes saia mais caro ter um deputado que não é do circulo pelo qual concorre do que outro que vem de fora. Note-se: eu não acho que um deputado tenha de residir no círculo pelo qual é eleito. Os eleitores, em cada caso, avaliarão se isso é ou não relevante. O que me parece um pouco demais é que um grupo parlamentar não compreenda o absurdo do Estado pagar aos deputados para eles, quando não estão no Parlamento, se afastarem dos seus eleitores.
Não é populismo ou demagogia ter em conta a crise em que vivemos, o PEC que este mesmo grupo aprovou e agir em conformidade. Se o PS tem este compromisso com a deputada Inês de Medeiros, que tem a sua família em Paris, que lhe pague as viagens sem aumentar as despesas do Parlamento. E, acima de tudo, sem dar esta imagem da Assembleia da República aos cidadãos. Bom senso, era o que fazia alguma falta.
Daqui
Apeteceu-me !
Bom dia!
Com The Animals and "house of the rising sun"!
terça-feira, 20 de abril de 2010
Apeteceu-me : Com Dedicatória
LIFE IS WONDERFUL by JASON MRAZ LIVE
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It takes a crane to build a crane
It takes two floors to make a story
It takes an egg to make a hen
It takes a hen to make an egg
There is no end to what I'm saying
It takes a thought to make a word
And it takes some words to make an action
It takes some work to make it work
It takes some good to make it hurt
It takes some bad for satisfaction
La la la la la la la life is wonderful
Ah la la la la la la life goes full circle
Ah la la la la la la life is wonderful
Al la la la la
It takes a night to make it dawn
And it takes a day to make you yawn brother
And it takes some old to make you young
It takes some cold to know the sun
It takes the one to have the other
And it takes no time to fall in love
But it takes you years to know what love is
It takes some fears to make you trust
It takes those tears to make it rust
It takes the dust to have it polished
Ha la la la la la la life is wonderful
Ah la la la la la la life goes full circle
Ah la la la la la la life is so full of
Ah la la la la la la life is so rough
Ah la la la la la la life is wonderful
Ah la la la la la la life goes full circle
Ah la la la la la la life is our love
Ah la la la la la
It takes some silence to make sound
It takes a loss before you found it
And it takes a road to go nowhere
It takes a toll to show you care
It takes a hole to make a mountain
Ah la la la la la la life is wonderful
Ah la la la la la la life goes full circle
Ha la la la la la life is wonderful
Ha la la la la la life is meaningful
Ha la la la la la life is wonderful
Ha la la la la la life it is...so... wonderful
It is so meaningful
It is so wonderful
It is meaningful
It is wonderful
It is meaningful
It goes full circle
Wonderful
Meaningful
Full circle
Wonderful
Decisão
Apeteceu-me!
Boa noite.
Deixe-se ir no embalo.
segunda-feira, 19 de abril de 2010
Eu conto-vos um conto... para reflectirem e sonharem.
O CAMPO DE GIRASSÓIS
O campo de girassóis estendia-se pela planície; ali cresciam girassóis grandes, pequenos e muito pequenos, plantas de todos os tamanhos. Logo de manhã, levantavam as cabeças e punham-se a olhar para o Sol; e, durante todo o dia, as cabecinhas pasmadas dos girassóis seguiam o movimento do Sol desde que nascia até que se escondia. Quando deixavam de o ver, as cabeças dos girassóis caíam como se não pudessem com tanta tristeza. Todos os dias era aquele bailado de flores seguindo o Sol.
Um girassol, dos tais muito pequeninos, crescia devagar, escondido, encoberto pelos outros. Esse não olhava o Sol; como era muito pequeno, quando os grandes levantavam a cabeça para ver o Sol, ele não via nada: tudo ficava tapado pelas cabeças grandes dos girassóis grandes; portanto, como ele não via o Sol, não havia razão para virar a cabeça como os outros faziam; ficava a olhar para o chão, a ver as formigas e as ervas rasteiras. Por cima dele era um tecto de flores amarelas por onde não passava um único raio de sol. À noite, quando os outros baixavam a cabeça, o girassol muito pequeno podia então ver o céu. O brilho das estrelas deixava-o encantado e dizia: «Tantos sóis! Tantos sóis!» E ficava toda a noite a seguir as estrelas como os outros seguiam o Sol.
Certa manhã, as nuvens cobriram o céu e os girassóis grandes deixaram de ver o Sol; todos se queixaram e as pesadas cabeças inclinaram-se para o chão, privadas do chamamento dos raios do Sol. Como olhavam para baixo, viram o girassol muito pequeno que nem sabia o que era o Sol e não entendia as queixas dos girassóis grandes.
Mas à noite, as estrelas também não apareceram e o girassol muito pequeno sentiu-se triste. Agora já entendia os queixumes dos girassóis grandes, daqueles que olhavam e seguiam o caminho do Sol. Na manhã seguinte, o céu estava ainda encoberto e os raios do Sol não vinham chamar os girassóis para a dança habitual e as grandes cabeças amarelas sentiam-se perdidas sem saberem para onde se virar. Então o girassol muito pequeno falou aos grandes daqueles muitos sóis que ele seguia de noite; e os grandes falaram do Sol quente que seguiam de dia.
— Nunca o vi — dizia o girassol muito pequeno. — Nem sei como é! As vossas cabeças tapam o céu e de dia só posso olhar o chão, as ervas e os animais que se movem a nossos pés.
Os grandes girassóis sentiram-se envergonhados; na sua adoração pelo Sol, não deixavam que um irmão mais pequeno conhecesse aquele que comandava os seus movimentos!
— Vamos deixar-te espaço para que vejas o Sol — prometeram eles. — Mas de noite queremos também olhar esses teus sóis pequeninos.
Quando as nuvens se desfizeram e as estrelas voltaram a brilhar, todos viram o céu estrelado. Na manhã seguinte, os girassóis grandes afastaram-se um pouco; então o girassol muito pequeno viu o Sol e o movimento da sua cabeça deslumbrada acompanhou-o todo o dia.
— Que dizes tu do nosso Sol? — quiseram saber os girassóis grandes. — Não te parece que é lindo?
— Sim, é lindo — respondeu o girassol muito pequeno, ainda estonteado pela luz do Sol. — Mas os meus sóis pequeninos também são lindos! Vou olhar o Sol de dia e as estrelas de noite.
É por isso que no tal campo de girassóis há um girassol muito pequeno que olha para o céu de dia, para ver o Sol, e de noite, para admirar as estrelas.
Natércia Rocha
Castelos de areia
Venda Nova, Bertrand Editora, 1995