.
"Um vídeo publicado por um portal da internet questiona a versão oficial sobre como o Exército dos Estados Unidos matou 11 iraquianos, entre os quais um fotógrafo e um motorista que trabalhavam para a «Reuters» em 2007.
As imagens, divulgadas esta segunda-feira pelo site wikileaks.org , mostram, a partir da visão do piloto de um helicóptero Apache, os disparos contra um grupo de homens armados e outros desarmados nas ruas de um bairro da Nova Bagdad.
Entre eles, estavam o fotógrafo da «Reuters» Namir Noor-Eldeen e o motorista, Saeed Chmagh, que morreram em 12 de Julho de 2007 no ataque.
O vídeo, apresentado em Washington e intitulado «Assassinato Colateral», descreve também o resgate das vítimas, entre elas duas crianças feridas.
No dia seguinte ao ataque, o Exército americano explicava a morte dos funcionários da agência como parte de um confronto entre suas tropas e insurgentes. Mas no vídeo é possível ver um dos militares a pedir autorização para disparar e outro que responde que um dos homens está a disparar contra o helicóptero, o que não é visível nas imagens onde apenas se vê os homens a falar entre si.
Um porta-voz militar disse ao jornal «The New York Times» que «não há dúvida que as forças de coligação estavam claramente em operações de combate contra uma força hostil».
A agência «Reuters» exigiu sem sucesso uma investigação das circunstâncias e a obtenção do material audiovisual no âmbito da Lei de Liberdade de Imprensa.
Entretanto, a Reuters já garantiu a veracidade destas imagens: «o vídeo divulgado hoje através da Wikileaks é uma evidência gráfica dos perigos que implica o jornalismo e as tragédias que podem acontecer», diz a agência em comunicado."
Daqui
Nota:
Porca miséria!
Conseguirá esta gente dormir?
Conseguirão eles olhar-se ao espelho?
Conseguirão viver depois disto e das outras vezes todas que nunca saberemos?
Porca miséria!
terça-feira, 6 de abril de 2010
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Olá,
ResponderEliminarNum dia que começa bonito pelas sinfonias de cores que a Primavera traz ao chão da lezíria e tudo para encanto dos coros de passarinhos que delas fazem parte, esvoaçando no deleite que vem pousar justamente nos nossos olhos e paramos para ver... Só então o dever chama e a alma vai de tal maneira alta que é mais fácil o trabalho quando sob o efeito de uma magia destas.
Precisamente o contrário da morte de que nos fala aqui, neste post da vergonha humana, triste, como só a tristeza que o bicho homem consegue produzir.
Devo dizer que não sou pacifista, embora tenha feito o serviço militar e não tenha dito as palavras do juramento de bandeira, por considerar que me reservaria o direito de desertar caso Portugal entrasse em guerra a partir de uma agressão a outro, aceitaria combater em algumas circunstâncias; se, por exemplo, tivesse vivido durante a segunda guerra mundial, certamente que demandaria a Inglaterra para aí me alistar para combater as forças nazis.
Mas não acredito em guerras justas; a minha família tem experiência de guerra, exílio, prisão e estou plenamente convencido que nada justifica aquele cavaleiro do apocalipse que a maior demência que os homens podem lançar uns sobre os outros. Apenas sou forçado a admitir que há guerras a que não podemos fugir, como é o caso daquelas em que os inimigos nos atacam.
Também devo referir que mesmo no caso desta guerra do Iraque, não fiz coro com aqueles que se manifestaram contra a invasão e, não a tendo defendido, não será errado dizer que, pelo menos, contemporizei com a mesma. Sinceramente e hoje sou capaz de entender como estava errado, pareceu-me que dali poderia vir a resultar uma ponte segura para um processo de paz no conflito entre israelitas e palestinianos. Seja como for, em consciência, não querendo aqui estar a fazer um balanço de tudo o que ali sucedeu e obviamente sem o mínimo apreço pelo regime derrubado com a invasão, não posso estar satisfeito os desenvolvimentos posteriores.
Mas há um pormenor que me arrepia e não sei se os factos que estas imagens retratam foram protagonizados por elementos desses corpos militares.
Trata-se de o aparecimento de empresas privadas que substituem as forças regulares nos teatros de operações e, portanto, como os protagonistas e executores das operações bélicas. Sinceramente e admito não ter reflectido aprofundadamente sobre o assunto, pergunto-me se não nos poderemos interrogar se não estaremos perante um retrocesso civilizacional. O estado de direito e a garantia de que a violência máximo do uso da força militar e policial apenas a este compete é a expressão da civilização em que vivemos e tem sido a melhor garantia da segurança das populações e, apesar de tantas e tão permanentes atrocidades, até da paz. Os exércitos privados foram característicos das sociedades feudais e de servidão e entregar esse papel a privados, não sei se não indiciará uma qualquer forma de regresso a esses dias, naturalmente ao nível e apenas a esse nível do exercício do poder da força bélica.
É assunto em que vale a pena pensar e que em muito transcende a disponibilidade do espaço de uma caixa de comentários, por muito interessante que seja o domínio, como é o caso deste seu blog.
Resta-me desejar lhe um resto de dia em paz e com saúde, mas não sem acrescentar que comecei a escrever estas palavras no início da manhã, mas só agora me foi possível completá-las, para as remeter para aqui.
Luís F. de A. Gomes
Conseguirá esta gente dormir?
ResponderEliminarInfelizmente parece que sim, Em@.
Mas sabes que, quando se criam soldados que nem mercenários, o resultado não pode ser diferente deste.
Luís:
ResponderEliminarEu, raramente, vejo tv de dia.só leio os jornais a partir da tarde e programo, antecipadamente, os posts para vos dar os bons dias.
foi o F. que me mandou, ontem de manhã, o vídeo por e-mail, mas apesar de eu só o ter visto à tarde, não consegui postá-lo.
Desde muito cedo que me senti atraída pela 2ª guerrra mundial.e, práticamente, desde os 14 anos que li todos os romances de guerra dos escritores consagrados. Depois, em 75 vi/sofri uma guerra civil que me obrigou, como a tantos outros, a fugir para Portugal.não tenho vergonha de dizer, foi fugir mesmo. fugir da morte e dos outros horrores todos de uma guerra civil. se eu já me ia tornando pacifista enquanto lia o que tinha acontecido antes de eu nascer, a partir daquele momento, decidi sê-lo na verdadeira acepção da palavra.mas isso não quer dizer que não me saiba defender.... eu tirei um curso de defesa pessoal dado por elementos da polícia e exército. além disso, pratiquei judo. mas, eu acho a guerra uma vergonha e sinal de pouca evolução... há imensas maneiras de se resolverem conflitos. pode chamar-me utópica à vontade. mas eu acredito na mediação de conflitos...
paz e saúde ou saúde e paz.
Vergonha é o que sinto, Elenáro...
ResponderEliminar'(
e tens toda a razão naquilo que dizes.
Olá, outra vez
ResponderEliminarNão há utopia nenhuma nisso e até lhe digo que não é líquido que a propensão para o conflito seja intrínseca à natureza humana, como muitas vezes ouvimos dizer. Há seguramente uma arqueologia da guerra que tem uma génese histórica e a verdade é que o ser humano apenas foi capaz de sobreviver a partir da partilha que é um dado empírico que o discurso cínico não reconhece ou escamoteia, como se não fosse de primordial importância quando queremos reflectir sobre a dimensão do Homem.
Mas não seria possível mediar a vontade de guerra que produziu a Shoah e por isso não podemos tomar esse princípio como absoluto; é por isso que digo que não sou pacifista, se bem que, como é fácil de ver, a paz seja um bem preciocíssimo que muito prezo.
Tanto é assim que é isso que sempre desejo para o meu semelhante, tal como agora para si, muita paz e saúde para a gozar
Luís F. de A. Gomes
o que dá cabo disto tudo são as hormonas, o sentimento de posse , a marcação de terreno...
ResponderEliminarpartilhar é que é sinal de evolução, apesar de muitos pensarem que não...porque é essencialmente na pobreza que se partilha e portanto pensam que é sinal muito primário...
paz e saúde
Olá, hoje não saio daqui
ResponderEliminarMas tem toda razão, senhora e a ideia que "(...) é essencialmente na pobreza que se partilha (...)" é mais profunda do que pode parecer, merece reflexão e debate.
E não duvide da pertinência do que diz da posse; repare que o problema das sociedades em que vivemos e que o capitalismo financeiro lançou na crise que hoje em dia assola o mundo inteiro, não se trata da produção de bens e riqueza e nem mesmo está na sua distribuição, mas antes na apropriação da riqueza produzida que fica cada vez mais na posse de uma minoria de seres humanos. Em suma, é a ganância que, por ser poderosa, prevalece sobre o princípios e os valores de uma partilha solidária.
Olhe e até afirmo que isto não se trata de uma qualquer utopia, o que ganha a evidência se tivermos em conta que os valores não decorrem dos factos.
Enfim, ainda lhe fecham o blog por apelos à subversão.
E agora tenho mesmo que me ausentar e se tiver que lhe responder só o farei mais tarde. Até lá, tenha muita paz e saúde
Luís F. de A. Gomes
Luís eu sou uma defensora da partilha, da verdadeira partilha e não do encosto...do aproveitmento.
ResponderEliminarquanto ao fecharem-me o blog deixe-me contar uma. ontem para postar o vídeo do assaínio colateral no Iraque pela 1º vez me pediram o e-mail e depois a confirmação da password e da data de nascimento... o F. dizia-me para eu não confirmar nada e um amigo meu que me lê mas não comnta diz que eu estou há muito marcada. eheheh.diz que já não me dão a carta verde se quiser ir para lá trabalhar... o pior é se não em deixam voltar lá.queria ir muito brevemente a NY.assim corram os ventos de feição!
Saúde e paz
Olá,
ResponderEliminarBom dia, com uma rotação de atraso, mas ontem foi dia triste pois fui ao funeral do pai de amigos de infância e nunca ficamos bem quando testemunhamos o sofrimento.
Mas fiquei de vir aqui e aqui estou, só para a borrecer um pouco mais.
Seja como for, o assunto é o que estava em apreço e permita que lhe diga uma coisa mais e se o digo assim, descaradamente e em público, é por ter a consciência de já estarmos mais que fichados onde nunca deveríamos estar, mas é o país que temos e em que vivemos.
A senhora fala a um nível mais global, ao da vigilância que a inteligência militar e civil das grandes potências, mormente da única potência global que existe, os EUA, exerce sobre as sociedades, especificamente no domínio do acompanhamento da cidadania livre e eventualmente incómoda. Estou certo que esse "Big Brother" existe e naturalmente está activo o que, se tivermos em conta a guerra que o terrorismo apocalíptico declarou ao nosso mundo, nem será assim tanto de estranhar; creio que aí a realidade é muito mais complexa do que à primeira vista pode parecer.
Mas o problema é que ao dizer a gracinha do "fecharem-lhe o blog", não me estava a referir a este universo de que acabei de falar.
Não, não, estava a falar deste triste país à beira-mar saqueado. Estava a falar das práticas fascistas que por aí andam que atiram as vozes incómodas para as prateleiras e que neste cá vamos cantando e rindo tanto têm contribuido para termos uma terra em que manda quem pode e obedece quem tem juízo, como dizia uma personagem de um filme a respeito desta nossa miséria.
Enfim, tristezas de um Portugal onde os ricos são cada vez mais ricos e os pobres não só ficam mais pobres como, e isso ainda é mais grave, estão cada vez mais condenados a permanecerem nesse estado de pobreza.
Bem e agora que já disse, vou-me, não sem lhe desejar um bom fim-de-semana, cheio de paz e saúde, até um dia
Luís F. de A. Gomes
Eu digo muito no silêncio e com poucas palavras.
ResponderEliminaraprendi a ser sucinta.
surte mais efeito, principalmente aqui.
Falei neste post do global porque era de acções de um país estrangeiro (que teve apoio do nosso) num outro país estrangeiro.
Mas tenho incidido no nosso país muitas as vezes. aliás, até ultrapassando o objectivo primeiríssimo do blog. mas como mexe com as minhas emoções, alarguei o leque e não estou arrependida.
Com estas 2 palavras digo tudo: Porca miséria!
bom fim-de-sema Luís.
paz e saúde.
--->
nota:desde que haja um clima cortês, mesmo que discordemos no essencial ou até no acessório, todos os comentadores são bem-vindos.enão incomodam.
isto não é de modo algum para si, mas haverá que m entenda. só não permito insultos. porque eu também não insulto ninguém.